Retalho da Sonae está hoje "melhor preparado para qualquer operação de mercado" - Paupério

O copresidente executivo da Sonae Ângelo Paupério afirmou hoje que, apesar do falhanço da entrada em bolsa da Sonae MC, "o saldo é positivo" porque o negócio do retalho está hoje "melhor preparado para qualquer operação de mercado".
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"O ativo Sonae MC tal como está, está melhor preparado para ser parte de qualquer tipo de operação de mercado, porque está com mais capacidade de ser usado quer como 'currency', quer como gerador de valor no portefólio da Sonae", afirmou Paupério durante a apresentação dos resultados de 2018 do grupo, na Maia.

Neste contexto, e questionado sobre se a operação poderá vir a ser relançada, Ângelo Paupério disse que "este tipo de operações deve estar sempre em cima da mesa, para este negócio e para os outros", já que "são alternativas que o mercado proporciona" e há "momentos e razões" que podem levar a essa opção.

"Mas não está, de modo nenhum, decidido", acrescentou.

Embora admitindo que "o projeto do IPO [Initial Public Offering, Oferta Pública Inicial] falhou", Ângelo Paupério destacou que a operação "tinha como objetivo várias coisas" que não "exclusivamente a colocação no mercado": "Um IPO é uma venda e, quando se vende, deixa de se ter. E se há coisa que nós gostamos de ter é a Sonae MC", afirmou, apontando como "uma das grandes motivações" para cotar o negócio do retalho o "dar oportunidade aos investidores de ficarem expostos a este setor específico da Sonae".

Assim, disse, se é um facto que a empresa decidiu abortar a operação, "por ausência dos investidores no mercado" - "A Sonae não costuma vender barato", acrescentou o copresidente executivo Paulo Azevedo - o facto é que foi dali retirado "o máximo benefício", sendo o "saldo bastante positivo" porque para preparar a empresa para o IPO foi feita "uma profunda reestruturação" no negócio do retalho.

"Quisemos fazer na Sonae MC o mesmo movimento da generalidade dos negócios, de a dotar de um perímetro que fosse estanque, sem misturas com outros negócios e sem colaboradores e gestores nossos envolvidos em outras áreas que cruzassem negócios, porque isso dá falta de foco", disse.

"Preparámos a empresa [...] com toda a parafernália de condições que é necessário acontecerem para ser como uma empresa cotada e continuamos a funcionar assim não porque estamos a antecipar a colocação da empresa no mercado, mas porque é esse o modelo de funcionamento mais virtuoso para uma empresa com aquelas características", acrescentou.

A Sonae anunciou em 11 de outubro de 2018 o cancelamento da entrada em bolsa da Sonae MC, devido às condições adversas nos mercados internacionais, após ter anunciado, menos de um mês antes, a intenção de admitir à negociação na bolsa de Lisboa as ações da sua empresa de retalho alimentar, numa operação que apontava para o último trimestre de 2018.

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