PSDB e PSD declaram apoio ao sistema de pagamento de pensões do Governo brasileiro
Os presidentes dos dois partidos, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), reuniram-se hoje com o Presidente brasileiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, para dialogarem acerca de uma possível aprovação da reforma do sistema de pensões enviada ao Congresso em fevereiro.
No final do encontro, os presidentes dos partidos falaram à imprensa local sobre a reunião.
Alckmin, que concorreu às presidenciais de 2018 contra Jair Bolsonaro, afirmou que apesar de apoiar a reforma, o seu partido não concorda com todos os seus pontos, nomeadamente com as mudanças no benefício de assistência pago a idosos e pessoas com deficiência com baixos rendimentos (BPC) e com as regras da aposentação rural.
"O que é importante na reforma é a idade mínima e tempo de transição. (...) Somos contra o BPC, como também contra a questão rural. Se há uma diferença de idade na área urbana, por que não há na área rural?", questionou em declarações à imprensa local.
Geraldo Alckmin frisou ainda que a postura do PSDB é de "total independência" em relação ao atual executivo de Bolsonaro.
"O PSDB tem uma postura de independência em relação ao Governo, não há nenhum tipo de troca, não aceitamos cargos no Governo e votamos com aquilo que entendemos que é importante para o Brasil. Essa é a primeira das reformas estruturantes que o Brasil precisa, mas dentro desse foco de justiça social e fiscal", salientou Alckmin, citado pela Agência Brasil, reforçando que o seu partido não quer estar associado ao Governo de Bolsonaro.
Assim como Alckmin, também Gilberto Kassab assumiu o compromisso do seu partido com a reforma no sistema de aposentações, ressalvando que a tradição do PSD é a de manter independência em relação ao executivo.
"Em relação às bancadas, o partido não fechará questão [não orientará a votação de seus membros], mas haverá um esforço intenso no sentido de mostrar aos parlamentares a importância das reformas para o Brasil", garantiu Kassab, notando que não houve oferta de cargos em troca de apoio.
Além do PSD e do PSDB, Bolsonaro recebeu ainda os presidentes do Democratas (DEM), Progressistas (PP) e do Partido Republicano Brasileiro (PRB). Juntas, as bancadas dos cinco partidos na Câmara somam 196 deputados.
O chefe de Estado procura agora formar uma base aliada ao Governo no Congresso e, assim, tentar a aprovação da reforma do sistema de pagamento de pensões, projeto que é considerado a prioridade máxima do atual executivo para fazer a economia brasileira regressar ao crescimento.
Líderes de 13 partidos brasileiros, que formam o bloco informal do Centro, declaram na semana passada apoio à proposta de reforma no sistema de pagamento de pensões do novo Governo, mas frisaram que pretendem retirar do documento os mesmos dois pontos que PSD e PSDB hoje referiram.
Até que haja uma aprovação, o texto terá de passar por um longo processo no Congresso, pois trata-se de uma emenda constitucional.
A iniciativa exigirá os votos de três quintos do total, tanto de deputados como de senadores, e em duas voltas.