PS/Porto critica ação de despejo "desproporcionada" no Stop

A Concelhia do PS do Porto apela ao diálogo entre o município e os músicos do centro comercial Stop, espaço que, defende, se transformou "num dos mais importantes centros de criação musical do país".
Publicado a
Atualizado a

O PS/Porto afirmou esta quarta-feira que os problemas de segurança e licenciamento que existem no centro comercial Stop não devem ser "menosprezados", mas classificou como "desproporcionada" a "ação de despejo" que suspendeu o trabalho de centenas de músicos.

Em comunicado, a Concelhia do PS do Porto apela ao diálogo entre o município e os músicos do centro comercial Stop, espaço que, defende, se transformou "num dos mais importantes centros de criação musical do país".

Afirmando que os problemas de segurança, propriedade e licenciamento das lojas do Stop não devem ser "menosprezados", até porque eventuais falhas das condições de segurança "implicam diretamente o município", o PS diz não concordar, contudo, "com a ação de despejo e a forma como ela foi feita".

"Tratou-se de uma ação desproporcionada que suspendeu o trabalho de centenas de músicos, impediu o acesso às instalações sem pré-aviso e não assegurou a necessária continuidade dos projetos em curso: não tinha de ser assim e houve tempo para evitar este desfecho", considera o partido.

Em resposta à Lusa, também o vereador do PS da Câmara do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, afirmou que os problemas do espaço não podem ser ignorados, mas que tal não justificava "uma ação tão desproporcionada" como a realizada na terça-feira.

"Reconhecemos a complexidade do Stop e não podemos conscientemente ignorar os problemas de licenciamento, propriedade e segurança existentes, entre outros. Porém, isso não pode levar a uma ação tão desproporcionada como aquela que vimos", afirmou.

Tiago Barbosa Ribeiro destacou ainda que o projeto cultural do Stop "é único no país e tem de ser preservado".

"É um património da cidade que não podemos perder. Isso torna-o responsabilidade também da autarquia e apelamos a uma solução participada pelos músicos, com diálogo e bom senso entre todos", acrescentou.

Na terça-feira, mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas pela Polícia Municipal "por falta de licenças de utilização para funcionamento", justificou a Câmara Municipal do Porto.

Centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.

Reunidos em plenário, os músicos do Stop decidiram por aclamação convocar uma manifestação para segunda-feira, dia de reunião do executivo municipal, pelas 14:00.

A manifestação irá partir do centro comercial e tem como destino a Câmara Municipal do Porto.

O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.

A Câmara do Porto apresentou duas alternativas para o realojamento dos músicos, nomeadamente, a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto.

Esta quarta-feira, depois de se reunir com uma das duas associações que representam os artistas, o presidente da Câmara do Porto indicou como solução para os músicos desalojados do centro comercial Stop a escola Pires de Lima, garantindo que as instalações estariam prontas a receber os artistas no final do ano.

Já os últimos andares do Silo Auto foram apresentados como solução para os músicos em fevereiro, revelou à época Rui Moreira durante uma reunião do executivo, opção que se mantém "disponível", assegurou também à Lusa, na terça-feira, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt