Fundo de Emergência Social da CML garante 187 mil euros à Casa do Alentejo
Uma espécie de "balão de oxigénio" para a sobrevivência da Casa do Alentejo em Lisboa. É assim que o vice-presidente Manuel Verdugo, comenta em declarações ao Diário de Notícias o apoio financeiro Câmara Municipal de Lisboa que está prestes a ser aprovado para ajudar a instituição regional a manter-se de portas abertas depois da quebra de receita trazida pela pandemia da covid-19.
Numa nota a que o DN teve acesso, vai a votos na próxima segunda-feira uma proposta do vereador Manuel Grilo para garantir o apoio a diversas organizações com trabalho de relevo na cidade de Lisboa, entre as quais a Casa do Alentejo que, receberá 187.066,33€ de auxílio financeiro por parte da CML.
Este apoio é enquadrado no Fundo de Emergência Social da CML, e visa garantir um apoio extraordinário a organizações sem fins lucrativos com quebras significativas na receita decorrente da crise pandémica.
Na nota lê-se que "o apoio da CML ao tecido associativo e não-lucrativo de Lisboa é mais uma prova de que a Câmara pode e deve intervir para salvar organizações essenciais à cidade, nas mais diversas áreas. Enquanto estivermos à frente deste pelouro, não fecharemos a porta a ninguém. Nem a Casa do Alentejo pode fechar, nem nenhuma organização que preste auxílio aos lisboetas", indica o vereador Manuel Grilo.
De acordo com Manuel Verdugo, vice-presidente da Casa do Alentejo de Lisboa o apoio poderá a ajudar a instituição a pagar subsídios em atrasado e os impostos sem os quais "não podem ter acesso aos apoios", explicou.
Verdugo explicou ainda que, juntamente com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e algumas câmaras alentejanas, estão a ser desenhadas soluções para futuras atividades da Casa do Alentejo.
A pandemia tem afetado o funcionamento da Casa do Alentejo e tem feito um impacto nas suas receitas, sobretudo com a segunda vaga de covid-19. Manuel Verdugo, em entrevista ao DN (publicada há duas semanas) afirmou que a esperada recuperação depois do verão não aconteceu.
"Desde outubro que tem sido terrível, com quebras de receitas na ordem dos 80 por cento. Passamos a servir duas a três refeições por dia. E as pessoas que vêm cá comer têm no feito por solidariedade".
Para além da falta de apoios, o responsável culpa o medo que existe no contágio da covid. "Temos um espaço amplo, com todas as medidas de segurança, mas está instalado um clima de medo e as pessoas não vêm com medo de apanhar covid".