Em Lisboa ganha-se melhor mas as casas são mais caras que no resto do país
Em Dia de Santo António, e feriado municipal de Lisboa, a Pordata faz o retrato do concelho, com vários indicadores comparando 2018 com 2010. A capital perdeu quase 50 mil residentes em oito anos, tem agora 506 654 habitantes, o que representa 4,9 % da população portuguesa. Mantém-se o município com maior densidade populacional 5064 pessoas por Km 2 quando a média nacional é de 111,5 por km 2.
A base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos indica que quem vive em Lisboa tem a possibilidade de ter um maior rendimento que no resto do país. O ganho mensal médio no concelho é de 1616 euros, contra 1167 da média nacional. Mas esta disparidade diminuiu ligeiramente entre 2018 e 2010, uma vez que este valor aumentou 31 euros em Lisboa, praticamente três vezes menos que no resto do país, mais 92 euros.
Ganha-se mais mas também as despesas são mais elevadas, sobretudo no que diz respeito à habitação. O metro quadrado para a compra de casa em Lisboa custa quase o dobro da média nacional, 2300 euros por m 2 contra 1192. euros. E, enquanto este valor aumentou 270 euros em Lisboa, diminuiu 21 euros na média do país..
Portugal voltou a registar um aumento do número de imigrantes após a crise de 2008, situando-se em 477 472 estrangeiros residentes em 2018. Estão muito concentrados em Lisboa, acolhendo 15,5 % (78 614) do total da comunidade estrangeira, quando a proporção nacional é de 4,6 %.
Em 2018, nasceram 5900 bebés na capital, numa percentagem de 6,8 % do total nacional, quase a mesma proporção que os óbitos, 6 % (6 870). E, tantos os nascimentos como as mortes baixaram comparativamente a 2010.
Os habitantes com menos de 15 ano representam 16,2 dos residentes no concelho, mais 4,4 % que a percentagem nacional, (13,8 %) e o seu número aumentou comparativamente a 2010 - nesse ano, os jovens representavam 12,8 % dos lisboetas - enquanto diminuiu em termos nacionais (era 15,1 %).
Há também mais idosos comparativamente à população em geral, 28,3 % dos residentes de Lisboa têm 65 ou mais anos, percentagem superior aos 21,7 % existentes no país. São mais destes do que em em 2010 (25, 9 % ).
O índice de envelhecimento de Lisboa é de 175 idosos para cada 100 jovens mas a proporção dos mais velhos é maior que no resto do país (157 por cada 100), índice que baixou nos últimos anos. A população ativa diminuiu nestes oito anos no concelho, é atualmente de 55,5 % (64,6 % em Portugal).
Além das diferenças demográficas, Lisboa tem bastante mais equipamentos que no resto do país. Os alojamentos turísticos aumentaram dez vezes de 2010 para 2018, passaram de 193 para 2011,. Aumentou a representatividade a nível nacional, situando-se, agora, nos 9,6 % (6869 em todo o país).
Os hospitais no concelho (34) representam 14,8 % destas unidades de saúde em Portugal (230), sendo a percentagem inferior a nível das farmácias (8,3% do total), totalizando 260.
O número de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI) diminuiu significativamente nos últimos oito anos. No concelho foram menos de nove mil, representando atualmente 6,8 %dos beneficiários em todo o país (282 254). Uma percentagem superior ao do número de desempregados inscritos no Centros de Emprego, 18 930, representado 5,3 % do total ( 357 325) em 2018.
Grande percentagem dos crimes acontecem em Lisboa, numa proporção de 75,6 por cada mil habitantes, quando no resto do país a proporção é de 32,4.
A nível cultural, 21,8 % dos espetáculos ao vivo no país realizavam-se em Lisboa (7982), Já as sessões de cinema estão melhor distribuídas, representando 12,3 % no total nacional (587).
A percentagem do orçamento gasto pela Câmara Municipal de Lisboa na área da cultura e do ambiente é inferior ao valor nacional: 7,3 % para 10,1 %, proporção que se mantém praticamente idênticas a 2010.