Novo metrobus do Porto
Novo metrobus do PortoDR

STCP propõe metrobus na rotunda da Boavista pois inversão de marcha na avenida é "inviável"

Para a sociedade dos transportes coletivos do Porto, a inversão de marcha na avenida seria, no dia-a-dia, "uma operação complexa, suscetível a erros de coordenação e a constrangimentos de trânsito”
Publicado a
Atualizado a

A Sociedade de Transportes Coletivos, futuro operador do metrobus, considera “inviável” a inversão de marcha em contramão no topo da avenida da Boavista, e quer o veículo a contornar a rotunda, evitando comprometer o serviço e congestionar o trânsito.

“Conclui-se que não é viável implementar a inversão de marcha do metrobus no topo da avenida [da Boavista], em substituição da necessária volta à rotunda. É tecnicamente necessário e justificável recorrer à rotunda da Boavista como ponto de inversão da nova linha”, escreve, numa carta dirigida ao presidente da Câmara do Porto, a que a Lusa teve acesso, a Sociedade de Transportes Coletivos (STCP), referindo-se aos testes da Metro do Porto.

A STCP, futuro operador do sistema, descreve que, durante os ensaios, “o veículo teve de invadir várias vias adjacentes à sua faixa dedicada, exigindo a interrupção completa dos restantes fluxos de tráfego”.

“Este facto representa uma limitação, pois o arranjo da atual via não comporta a inversão de um autocarro articulado de 18 metros dentro das faixas de rodagem normais, sem interferir com a circulação transversal”, avisa.

Para a STCP, “aquilo que em ambiente controlado foi geometricamente exequível sem incidentes, tornar-se-ia, no dia-a-dia, uma operação complexa, suscetível a erros de coordenação e a constrangimentos de trânsito”.

Assim, a STCP sustenta que “não se reúnem as condições” para a manobra ser feita “forma repetitiva e segura em contexto real, sem qualquer apoio policial, dado o impacto negativo na circulação e na cadência do serviço que se pretende implementar”.

Tendo por base a “análise técnica” aos testes de 05 de junho, a STCP propõe ao presidente da autarquia, a “autoridade de transportes sobre a operação de transporte público em modo rodoviário” no Porto, “que a inversão do sentido de marcha se faça contornando a rotunda da Boavista”.

A opção pretende “assegurar a fiabilidade e eficiência da operação do metrobus”.

A STCP alerta que a recomendação se baseia “em critérios objetivos de planeamento e operação de transporte público rodoviário, visando cumprir a elevada frequência do serviço sem comprometer a circulação urbana, não implicando qualquer aumento do número de motoristas

“A solução de inversão de marcha no topo da avenida apresenta-se inviável em operação regular”, afirma.

O sistema “foi concebido para oferecer um serviço de elevada capacidade e regularidade, prevendo-se circulações muito frequentes, na ordem de um veículo a cada 4/6 minutos por sentido em hora de ponta”.

Essa cadência “implica intervalos reduzidos entre veículos, com horários rigorosos e sincronizados com o sistema semafórico ao longo de todo o percurso”.

“Se cada veículo necessitasse de um ciclo semafórico especial prolongado para inverter a marcha no topo da avenida, isso acarretaria atrasos sucessivos e acumulação de tempos mortos incompatíveis com o intervalo de quatro minutos entre partidas”, descreve.

A STCP alerta também que a inversão de marcha, em operação regular, ia reduzir “drasticamente a capacidade de escoamento das vias adjacentes” por veículos particulares, transporte público regular e peões, “potencialmente gerando filas extensas e tempos de espera elevados para os restantes utentes da via”.

Novo metrobus do Porto
Metrobus do Porto fez primeiro ensaio após nove meses de espera

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt