Bicicletas têm cada vez mais adeptos em Lisboa.
Bicicletas têm cada vez mais adeptos em Lisboa.Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Moedas quer Lisboa com mais 86 quilómetros de rede ciclável

Estratégia da autarquia passa pela criação de 19 novas ciclovias, 23 ligações a 40 escolas e a implementação de Zonas 30+BICI em 13 bairros residenciais da cidade.
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A Câmara de Lisboa não avança com datas concretas, mas Filipe Anacoreta Correia, o responsável pela pasta da Mobilidade, afirma que o objetivo é que as ciclovias incluídas na estratégia de rede ciclável que apresentou esta quarta-feira estejam prontas até ao final do presente mandato, ou seja, num prazo de dois anos. Este plano da autarquia inclui então a criação de 19 novas ciclovias e a implementação de Zonas 30+BICI (onde a velocidade máxima dos automóveis está limitada a 30km/h)em 13 bairros residenciais da cidade, bem como ter docas GIRA em todas as 24 freguesias já o próximo ano.

“Estas ciclovias não representam a totalidade do que pretendemos fazer, este é um processo dinâmico”, disse o o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, na reunião de câmara. “O nosso objetivo não é fazer disto uma promessa. Não tem sido essa a nossa metodologia. Nós comprometemo-nos com o trabalho e queremos avaliá-lo no final do mandato. (…) A nossa expectativa é que estas ciclovias possam estar concluídas no final do mandato”, afirmou.

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Nos próximos dois anos, o executivo de Carlos Moedas quer acrescentar mais 17 quilómetros à rede ciclável, através da criação de 19 novas ciclovias, das quais oito já têm projeto concluído, oito estão em projeto e três estão ainda em estudo. As ciclovias em questão ficarão localizadas nas seguintes artérias de Lisboa: Ponte Ciclopedonal da Avenida Gago Coutinho, Estrada do Desvio, Avenida Álvaro Pais, Avenida Fernando Pessoa, Avenida de Berna, Passeio dos Heróis do Mar, Avenida Professor Egas Moniz, Tejo/Frente Ribeirinha, Rua Carolina Michaelis, Rua Saraiva de Carvalho, Portas de Benfica, Rua da Casquilha, Calçada de Carriche (intermunicipal), Avenida Dom Vasco da Gama/Avenida das Descobertas, Avenida do Restelo/Avenida Torre de Belém, Parque Urbano da Quinta da Montanha, requalificação da Praça Marechal Humberto Delgado, Restauradores/Rua da Prata e requalificação da Parada do Alto de São João.

De acordo com Filipe Anacoreta Correia, está prevista também a criação de Zonas 30+BICI em 13 bairros residenciais de Lisboa, já a partir de janeiro, de forma a criar uma acalmia do tráfego automóvel – Madre de Deus, Alto do Parque, Restelo Poente, Santa Cruz de Benfica-Este, Rego, Campo de Ourique, Alvalade, São Sebastião da Pedreira, Atores, Condado, Encarnação, Parque das Nações Sul e Calçada dos Mestres, num total de 58 quilómetros abrangidos por esta medida. Bairros como Alvalade, Campo de Ourique e Rego já possuem ruas 30+BICI, mas a autarquia, nestes casos, pretende abarcar mais artérias e concluir intervenções em curso.

Nos planos da autarquia, está ainda a melhoria das redes cicláveis para escolas, através de 23 novas ligações que vão abranger 40 estabelecimentos escolares, o que equivale a 11,4 quilómetros. Estas intervenções serão levadas a cabo no âmbito do programa BICI (Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure), uma distinção que Lisboa recebeu em junho, e que deu à autarquia 400 mil euros, até ao final de 2025, para ligar 20 escolas e 20 mil alunos através de ciclovias seguras.

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A rede de ciclovias existente atualmente em Lisboa tem uma extensão de 173,17 quilómetros, aos quais, somando estas medidas, o atual executivo quer acrescentar mais 86 quilómetros (28 segregados e 58 partilhados), o equivalente a mais 50% da atual rede, o que dará dentro de dois anos um total de 259 quilómetros.

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Quanto à rede GIRA, tutelada pela EMEL, Anacoreta Correia disse acreditar que no próximo ano haverá docas em todas as 24 freguesias de Lisboa – neste momento, estão em funcionamento perto de 150, 13 das quais lançadas este ano, e o plano da autarquia aponta para a criação de mais 36 estações. Até ao final de dezembro, prevê-se também a entrada em circulação de 900 bicicletas elétricas, 500 novas e 400 convencionais que a EMEL está a eletrificar. O responsável pela tutela da Mobilidade adiantou que o fornecimento destas bicicletas começou em outubro e 274 delas já estão a rodar pelas ruas da capital.

Ciclovia da Avenida de Berna vai ser bidirecional

Quanto à intervenção na  Avenida de Berna, que consta da estratégia apresentada esta quarta-feira em reunião de câmara, Anacoreta Correia afirmou que “o que está a ser preconizado é um repensar da ciclovia”, para que “passe a ser bidirecional”, defendendo que é “uma solução de equilíbrio e não de radicalização”.

Neste âmbito, o PS apresentou uma moção “por uma rede ciclável mais segura, confortável, direta e coerente”, que foi aprovada com os votos a favor dos dez vereadores da oposição e os votos contra dos sete eleitos da coligação Novos Tempos, liderada por Carlos Moedas. “Que a intervenção iniciada no dia 16 de outubro seja o ponto de partida para a requalificação da ciclovia da Avenida de Berna existente e não para a sua destruição”, lê-se na moção do PS.

Justificando o voto contra da liderança, Anacoreta Correia explicou que o pedido da moção já está a ser assegurado no projeto em curso, reforçando que “a remoção da ciclovia não está em causa”. 

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