Isaltino pede suspensão do mandato na Câmara de Oeiras

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O presidente da Câmara de

Oeiras, Isaltino Morais, detido desde quarta-feira no estabelecimento

prisional da Carregueira (Sintra), pediu a suspensão do mandato de

presidente do município, afirmou à agência Lusa o vice-presidente,

Paulo Vistas.Em comunicado hoje divulgado, a Câmara Municipal de Oeiras (CMO)

confirma o pedido de suspensão do mandato, acrescentando que o

autarca pediu igualmente a renúncia ao cargo de presidente do

Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água e

Saneamento (SMAS) que, "nos termos da lei, ocupava por

inerência"."Estes documentos apenas hoje chegaram à Câmara Municipal

de Oeiras porque no dia 08 de maio, data da primeira reunião de

Executivo Municipal após a sua detenção, o Dr. Isaltino Morais não

teve possibilidade de os entregar, como previsto, na visita que

deveria ter tido lugar naquele dia", lê-se no documento.Segundo a CMO, a demora na entrega dos documentos deveu-se ao

facto de o autarca ter sido transferido, "sem aviso prévio, nem

mesmo aos seus representantes legais", do Estabelecimento

Prisional da Polícia Judiciária, onde se encontrava detido desde 24

de abril, para o Estabelecimento Prisional da Carregueira, onde

deverá cumprir dois anos de prisão por branqueamento de capitais e

fraude fiscal."Esta circunstância, aliada à greve dos guardas prisionais,

permitiu as especulações rocambolescas de alguma comunicação

social, mais preocupada em não permitir que a verdade estragasse uma

manchete espetacular do que em transmitir factos", argumenta a

CMO.A autarquia frisa ainda que "como foi sucessivamente

afirmado, a continuidade da instituição estava assegurada, e as

funções municipais estavam, como sempre estiveram, a ser cumpridas

com toda a normalidade", acrescentando que o pedido de suspensão

de mandato "é um ato não apenas demonstrativo da

responsabilidade cívica do Dr. Isaltino Morais, cuja defesa dos

interesses do município é um dado objetivo, mas é também um claro

sinal da sua crença no projeto de longo prazo que sempre defendeu

para Oeiras".Em cúmulo jurídico, Isaltino Morais foi condenado, em 2009, a

sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico, por fraude

fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e

branqueamento de capitais.Em julho de 2010, a Relação de Lisboa decidiu anular as penas de

perda de mandato e abuso de poder e reduziu a prisão efetiva para

dois anos pelos crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal.

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