Várias armas foram encontradas em escola na Suécia onde ocorreu um tiroteio. Atirador estava ligado à instituição
EPA/CHRISTINE OLSSON SWEDEN OUT

Várias armas foram encontradas em escola na Suécia onde ocorreu um tiroteio. Atirador estava ligado à instituição

Encontradas espingardas. Autor do ataque, que provavelmente se terá matado, tinha licença para quatro armas de caça e estava ligado ao centro de educação de adultos onde abriu fogo.
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Várias armas foram encontradas no centro de educação para adultos em Örebro, no centro da Suécia, onde um homem matou 10 pessoas na terça-feira, disse esta quinta-feira um porta-voz da polícia à agência de notícias France Presse (AFP).

"Encontrámos várias armas, são armas de cano longo, ou seja, espingardas", afirmou o porta-voz.

Segundo a imprensa sueca, o autor do ataque, que provavelmente se terá matado, tinha licença para quatro armas de caça. O homem foi encontrado morto durante uma busca da polícia após o tiroteio.

O atacante, identificado pela imprensa sueca como Rickard Andersson, de 35 anos, estava "claramente determinado e tinha acesso a armas de fogo", afirmou a polícia na quarta-feira.

O homem tinha problemas psicológicos, segundo a imprensa local. Desempregado, afastou-se da família e dos amigos, relatam os jornais Aftonbladet e Expressen, citando fontes familiares.

Várias armas foram encontradas em escola na Suécia onde ocorreu um tiroteio. Atirador estava ligado à instituição
“O pior tiroteio em massa da história da Suécia” faz 11 mortos numa escola. Atirador entre os que perderam a vida (com vídeos)

O suspeito estava ligado ao centro de educação de adultos onde abriu fogo, anunciou esta quinta-feira a polícia sueca.

O atirador, que ainda não foi oficialmente identificado, terá frequentado o estabelecimento na cidade de Orebro, cerca de 200 quilómetros a oeste de Estocolmo, disseram as autoridades, segundo a agência norte-americana AP.

A polícia disse que as vítimas eram de várias nacionalidades e a embaixada da Síria em Estocolmo confirmou a existência de sírios entre elas.

"A Embaixada da República Árabe Síria no Reino da Suécia (...) expressa as suas condolências e simpatia às famílias das vítimas, incluindo os sírios", lê-se numa mensagem da embaixada nas redes sociais citada pela agência francesa AFP.

Além dos mortos, cinco pessoas ficaram gravemente feridas e uma sofreu ferimentos ligeiros.

Três mulheres e dois homens foram operados no Hospital Universitário de Orebro e estavam esta quinta-feira de manhã em estado considerado grave, mas estável, segundo as autoridades.

Uma outra mulher foi tratada por ferimentos ligeiros.

As autoridades disseram que todas as vítimas tinham mais de 18 anos.

Os motivos do tiroteio no centro de formação de adultos continuavam esta quinta-feira a ser desconhecidos, disse a polícia.

A polícia disse que não houve avisos prévios e acredita que o autor do crime agiu sozinho.

As autoridades disseram que, até à data, não há suspeitas de ligações ao terrorismo.

"Estamos a interrogar testemunhas e pessoas com ligações ao autor do tiroteio. Ainda não temos respostas", declarou a responsável pela investigação Anna Bergkvist, numa conferência de imprensa.

A escola, Campus Risbergska, oferece aulas de ensino primário e secundário para adultos a partir dos 20 anos, aulas de língua sueca para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiências intelectuais.

Na terça-feira, polícia sueca recebeu um alerta sobre o incidente depois das 12:30 locais (11:30 de Lisboa) no centro de educação para adultos em Örebro, no centro da Suécia.

De acordo com o Aftonbladet, o autor do ataque tinha escondido as armas num estojo de guitarra e vestiu um uniforme militar numa casa de banho da escola antes de iniciar o tiroteio.

O canal sueco TV4 transmitiu um vídeo filmado por um aluno que estava escondido nas casas de banho. Ouvem-se tiros do lado de fora e, depois de a TV4 isolar o som, ouve-se uma pessoa a gritar "vocês vão sair da Europa!".

O atirador, segundo a polícia, terá agido sozinho e não tem ligações a grupos criminosos, depois de num primeiro momento ter sido também afastadas ligações a organizações terroristas.

A escola onde decorreu o tiroteio, designada Campus Risbergska, em Örebro, é destinada a alunos com mais de 20 anos de idade e leciona cursos de ensino primário e secundário, bem como aulas de sueco para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiências intelectuais, segundo a sua plataforma 'online'.

A violência armada nas escolas é muito rara na Suécia. Mas, nos últimos anos, registaram-se vários incidentes com feridos ou mortos com vários tipos de armas, além de armas de fogo, como facas ou machados.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, lamentou "o pior tiroteio em massa" da história do país, afirmando que se tratou de "violência brutal e mortal contra pessoas completamente inocentes.

O ministro da Justiça, Gunnar Strommer, classificou o tiroteio como um acontecimento que abala toda a sociedade sueca "até ao seu âmago".

O Rei Carlos XVI Gustavo e o primeiro-ministro Ulf Kristersson ordenaram que as bandeiras fossem colocadas a meia haste no Palácio Real e nos edifícios governamentais.

Pessoas de luto reuniram-se à porta da escola, confortando-se mutuamente e deixando velas e flores em honra das vítimas.

"Ouvimos falar disto em diferentes partes do mundo, mas é claro que é um choque. É a nossa cidade natal e tantas vidas foram destruídas", disse à agência Associated Press (AP) Malin Hilmberg, 37 anos, junto a um memorial improvisado perto do local do crime.

"É muito estranho estar no meio, onde vivo, na Suécia, em Orebro, e isto estar em todo o mundo", disse Emelia Fredriksson, 53 anos.

"Estão [em todo o mundo] a ver-nos agora e é uma sensação muito estranha", acrescentou, em declarações à AP.

O rei e a rainha Sílvia assistiram hoje a uma cerimónia fúnebre em Orebro juntamente com Kristersson.

"Estamos aqui para mostrar o nosso pesar a todas as famílias que têm os seus entes queridos, que têm pessoas que perderam as suas vidas", disse o monarca aos jornalistas no exterior do memorial improvisado.

"Mas também devem lembrar-se sempre que não estão sozinhas. Penso que hoje toda a Suécia vai participar e está a apoiá-los", acrescentou.

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