Ricky Jones.
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Vereador trabalhista preso por incitar à violência

Autarca publicou um vídeo no meio de uma manifestção "antirracista" em que desafiava a que se "cortassem as gargantas" aos "nazis-fascistas" da extrema-direita.
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A Polícia Metropolitana de Londres (Met) informou esta quinta-feira que deteve um vereador trabalhista por incitamento à violência, após este ter afirmado durante um protesto antirracista na quarta-feira, em Londres, que havia que “cortar a garganta” dos manifestantes da extrema-direita.

Nas redes sociais, a Met divulgou um vídeo em que se podia ver o detido na manifestação antirracista que decorreu em Walthamstow, nordeste de Londres, e confirmou que o vereador trabalhista de Dartford, Ricky Jones, de 50 anos, está sob custódia policial numa esquadra do sul da capital britânica.

“São nazis-fascistas asquerosos e temos de lhes cortar as gargantas”, afirma Jones no vídeo, que constituiu a base da sua detenção ao corresponder a um delito tipificado na Lei de Ordem Pública.

Entretanto, o ramo do Partido Trabalhista, em Dartford, no sudeste de Inglaterra, confirmou que Jones foi suspenso da organização, o que impede a sua participação nas reuniões municipais, depois da divulgação do vídeo, que qualificou como “completamente inaceitável”.

Esta quinta-feira também, as autoridades britânicas afirmaram estar a preparar-se para a possibilidade de novos distúrbios, tendo aplaudido os esforços dos ativistas antirracismo e da polícia, que travaram, na noite de quarta-feira, uma nova vaga de manifestações de extrema-direita.

Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, e afirmou, cauteloso, que os esforços para travar a violência de extrema-direita no Reino Unido “não podem abrandar”. As declarações de Starmer, feitas no mesmo dia em que o Gabinete de Crise voltou a reunir-se para avaliar os próximos passos das autoridades.

Lista de 100 locais a atacar

Na quarta-feira, a polícia britânica estava em estado de alerta, depois de apoiantes de extrema-direita terem feito circular uma lista de mais de 100 locais que planeavam atingir, incluindo escritórios de advogados especializados em imigração e centros de apoio a migrantes.

As ações não se concretizaram quando a polícia e manifestantes antirracismo encheram as ruas, estes exibindo cartazes com frases de ordem como “Refugiados bem-vindos”.

O Governo britânico declarou uma situação crítica a nível nacional, colocando 6000 polícias, com formação especial, em prontidão para responder a qualquer desordem.

A polícia disse que os protestos e contraprotestos foram em grande parte pacíficos, embora tenha sido feito um pequeno número de detenções.

“A demonstração de força da polícia e, francamente, a demonstração de unidade das comunidades derrotaram os desafios que enfrentámos”, disse o comissário Mark Rowley, comandante do Serviço de Polícia Metropolitana de Londres.

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