Horas depois de o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara dos Representantes Kevin McCarthy terem anunciado um acordo sobre o teto da dívida pública de forma a evitar um incumprimento - que se prevê catastrófico não só para os EUA mas para a economia global -, não é certo que o documento passe pelo crivo das alas mais extremadas dos republicanos e dos democratas na votação de quarta-feira. O Tesouro prevê que sem acordo, o governo federal começará a ficar sem dinheiro para fazer pagamentos no dia 5 de junho..Fontes próximas das negociações afirmam que o acordo suspende o teto da dívida de 31,4 biliões de dólares por dois anos, o que significa que Biden não terá de negociá-lo novamente antes das eleições presidenciais de 2024..Em contrapartida, o acordo também impõe restrições limitadas à despesa federal, o que agradará a alguns republicanos, mas não prevê os grandes cortes que a extrema-direita queria e que os democratas progressistas teriam recusado..Após dias de longas e difíceis conversações, o acordo permite a ambas as partes reivindicar uma espécie de vitória. Biden chamou-lhe um "compromisso", enquanto McCarthy o descreveu como "digno do povo americano"..O texto ainda não foi publicado e o acordo será objeto de intenso escrutínio e debate nos próximos dias. Fontes e relatórios sugerem que algumas exigências de ambos os campos não foram aceites, como a eliminação de certas lacunas fiscais pedidas pelos democratas e a revogação dos créditos fiscais para as energias limpas pretendida pelos republicanos..O acordo mantém as despesas não militares praticamente inalteradas para o ano fiscal de 2024 em relação a este ano. Também limita o aumento em um por cento para 2025. O acordo preserva os planos da administração Biden para aumentar as despesas com os militares e os veteranos de acordo com a inflação..O acordo também reduz os fundos afetados à expansão do autoridade tributária em 10 mil milhões de dólares. No ano passado, o Congresso aprovou 80 mil milhões de dólares para o IRS, a fim de reforçar os seus quadros..O Medicaid, programa de seguro de saúde do governo para os americanos mais desfavorecidos, não sofrerá alterações..Numa vitória do lado republicano, o acordo irá restringir quem poderá receber senhas de alimentação ou receber assistência social. Como concessão aos democratas, espera-se que o acordo flexibilize os requisitos para os veteranos e os sem-abrigo.