Ucrânia pede ao G7 e à UE sanções que "matem" indústria de mísseis e drones russa

Chefe da diplomacia ucraniano fez o pedido após novos ataques, nomeadamente contra um edifício residencial em Dnipro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia instou este sábado o G7 e a União Europeia a "matar" a indústria de mísseis e drones da Rússia, impondo fortes sanções, após novos ataques a várias regiões do país.

"Cada onda de mísseis esgota ainda mais os 'stocks' russos. Mas eles ainda são capazes de produzir novos. Podemos e devemos acabar com a sua indústria de mísseis e drones através de um ataque massivo de sanções", escreveu Dmytro Kuleba, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

Várias regiões ucranianas declararam alerta esta tarde na sequência de um novo conjunto de ataques de mísseis russos que atingiram áreas residenciais e infraestruturas estratégicas, segundo fontes ucranianas.

O vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, Kyrylo Tymoshenko, relatou "notícias terríveis" em Dnipro, onde equipas de resgate retiraram um total de 15 pessoas dos escombros de um prédio de nove andares.

De acordo com as autoridades locais, pelo menos cinco pessoas morreram e 27 ficaram feridas no ataque russo a um edifício de apartamentos em Dnipro.

"Já há cinco mortos, 27 pessoas foram feridas e hospitalizadas, incluindo seis crianças", disse o governador Valentin Reznichenko na rede social Telegram, onde colocou uma imagem de um edifício reduzido a escombros.

As administrações militares deram ainda conta da ativação de sistemas de defesa antiaérea nas regiões de Mykolaiv e Odessa, e em Kharkiv e Lviv foram relatados ataques de mísseis contra instalações críticas de energia.

O ministro da Energia, German Galushchenko, anunciou que foram ordenados cortes de eletricidade na maioria das regiões da Ucrânia, na sequência dos ataques russos.

"Hoje, o inimigo voltou a atacar as instalações de produção de energia do país. Há ataques nas regiões de Kharkiv, Lviv, Ivano-Frankivsk, Zaporijia, Vinnytsia e Kiev. Devido aos bombardeamentos, foram decididos cortes de energia de emergência na maioria das regiões", disse na rede social Facebook.

Os ataques russos foram realizados pouco depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter telefonado ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para lhe anunciar que vai "intensificar o apoio britânico" com o "envio de tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais".

Com o envio dos Challenger 2, o Reino Unido torna-se na primeira potência ocidental a enviar tanques de primeira linha para Kiev, que tem multiplicado os pedidos de apoio em material e equipamento militares. Isto apesar dos receios, no seio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), de que esta decisão possa ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.

A diplomacia russa garantiu já que o envio dos tanques para a Ucrânia vai apenas "intensificar os combates", referindo existirem poucas hipóteses de mudar a situação no campo de batalha.

"O envio de tanques não vai, de forma alguma, acelerar o fim das hostilidades militares, mas apenas intensificá-las, causando mais baixas", disse a embaixada da Rússia em Londres, num comunicado, acrescentando que é "pouco provável" que esses tanques ajudem o exército ucraniano a "virar a situação".

Entretanto, o Ministério do Interior da Moldova comunicou nova descoberta no país de restos de um míssil, "com origem nos ataques russos contra a Ucrânia".

A polícia daquele Estado vizinho da Ucrânia adiantou que os destroços estavam no norte, na zona fronteiriça de Briceni.

"Foram imediatamente tomadas medidas para proteger a área e o serviço de emergência foi alertado", garantiu o ministério.

"Este é o terceiro caso de restos de 'rockets' russos em território moldavo", alertaram as autoridades do país.

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