Ucrânia e Taiwan na agenda de Xi e Putin

Líderes chinês e russo vão encontrar-se esta quinta-feira no Uzbequistão, na cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai.
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O presidente chinês, Xi Jinping, reúne-se esta quinta-feira com o homólogo russo, Vladimir Putin, à margem da cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai, no Uzbequistão. Na agenda do encontro, durante a primeira viagem ao estrangeiro de Xi desde o início da pandemia, estarão a situação na Ucrânia, mas também Taiwan. Os dois líderes defendem "salvaguardar os interesses comuns e promover o desenvolvimento da ordem internacional, numa direção mais justa e razoável", com o Kremlin a alegar que objetivo é mostrar uma "alternativa" ao mundo ocidental.

Este será o segundo encontro dos dois líderes este ano, tendo o primeiro ocorrido em Pequim, nos Jogos Olímpicos de Inverno, dias antes da invasão russa da Ucrânia - que Pequim nem apoia, nem condena, não se juntando às sanções ocidentais. Na altura ambos indicaram que a amizade entre os dois países "não tem limites". Desde então, também a relação entre a China e o Ocidente tem vindo a deteriorar-se devido à questão de Taiwan - que Pequim diz ser parte do seu território.

Antes de chegar ao Uzbequistão, Xi esteve no Cazaquistão, onde prometeu apoiar a soberania da ex-república soviética num encontro com o presidente Kassym-Jomart Tokayev. "Independentemente das mudanças na situação internacional, vamos continuar a apoiar resolutamente o Cazaquistão na proteção da sua independência, soberania e integridade territorial", disse o presidente chinês.

Depois da invasão da Ucrânia, voltou a falar-se do risco de a Rússia, um dia, querer fazer o mesmo no Cazaquistão - aliado tradicional de Moscovo que não apoia a operação militar russa. Pequim apoia as reformas que têm vindo a ser feitas por Tokayev, depois de protestos sobre o aumento do preço dos combustíveis ter culminado numa alegada tentativa de golpe.

Também no Cazaquistão, num encontro de líderes religiosos, o Papa Francisco alertou para o uso da religião como arma política, numa aparente referência ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, que tem apoiado a invasão de Putin e faltou ao encontro. "Que nunca justifiquemos a violência. Que nunca permitamos que o sagrado seja explorado pelo profano. O sagrado nunca deve ser um instrumento para o poder, nem o poder um instrumento para o sagrado", acrescentou.

A Igreja Ortodoxa Russa mostrou-se entretanto aberta a um novo encontro entre Francisco e Kirill.

susana.f.salvador@dn.pt

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