O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, evitou esta quinta-feira responder se cortará a ajuda à Ucrânia caso Kiev não aceite um acordo de paz com a Rússia e criticou a permissão de uso de mísseis de longo alcance norte-americanos.."Quero chegar a um acordo e a única maneira de chegar a um acordo é não abandonar (...) Não concordo com tudo isto porque nunca deveria ter acontecido", disse Trump numa entrevista divulgada pela revista Time, que o voltou a escolher, como em 2016, como pessoa do ano. .Perante questões persistentes sobre se os Estados Unidos deixarão de apoiar a Ucrânia caso esta não aceite um acordo com a Rússia, Trump limitou-se a responder que é necessário pôr fim a tantas mortes e que, com ele na Casa Branca, o presidente russo, Vladimir Putin, não teria ordenado a invasão..Trump também criticou o Governo democrata cessante pela recente autorização de uso de mísseis de longo alcance contra território russo pelas Forças Armadas ucranianas.."Porque estamos a fazer isto? Estamos apenas a intensificar esta guerra e a torná-la pior", explicou Trump, dizendo que essa permissão nunca deveria ter sido dada..Sobre a situação no Médio Oriente, Trump comentou que, embora o que está a acontecer faça parte de uma situação "mais complicada", é também "um problema mais fácil de resolver" do que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.."A questão do Médio Oriente vai ser resolvida (...) enquanto falamos, as coisas estão a evoluir de uma forma muito positiva", disse o próximo presidente dos Estados Unidos.."Não quero que morram pessoas de nenhum dos lados, e isso inclui a Rússia, a Ucrânia, os palestinianos, os israelitas e todas as entidades que temos no Médio Oriente", disse Trump, que tem sido a favor de qualquer plano que traga consigo uma paz duradoura, incluindo a solução de dois Estados.."Há outras ideias para além da dos dois Estados, mas apoio tudo o que for necessário para alcançar não só a paz, mas uma paz duradoura", defendeu Trump..Na entrevista à Time, o presidente eleito também abordou uma das principais questões que o próprio considerou terem-no ajudado a regressar à Casa Branca, tal como o ajudaram nas eleições de 2026: a política de imigração.."Penso que o fator mais importante foi a fronteira", insistiu Trump, que criticou os democratas por terem desmantelado tudo o que fez para resolver a questão da imigração durante o seu primeiro mandato.."Os criminosos estão a entrar no nosso país como nunca antes. (...) Trouxeram milhões de pessoas, e muitas delas foram retiradas das cadeias e das prisões (...) é por isso que os democratas perderam", disse Trump.."Quero que eles saiam, e os países têm de os aceitar de volta. E, se não o fizerem, não faremos negócios com esses países e aplicar-lhes-emos tarifas muito severas", ameaçou o presidente eleito norte-americano..Trump convidou presidente chinês para a sua tomada de posse.Foi anunciado, entretanto, que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, convidou opresidente chinês, Xi Jinping, para assistir à sua tomada de posse no próximo mês, num gesto de aproximação, quando se antevê uma guerra comercial entre os dois países..A nova secretária de imprensa de Trump, Karoline Leavitt, confirmou hoje que Trump convidou Xi, mas disse que "ainda está por confirmar" se o líder chinês irá comparecer.."Este é um exemplo de como o presidente Trump cria um diálogo aberto com líderes de países que não são apenas nossos aliados, mas também nossos adversários e concorrentes", disse Leavitt, numa entrevista televisiva..Em Pequim, questionado hoje sobre o convite de Trump, o porta-voz da presidência chinesa Mao Ning respondeu que não tinha qualquer comentário a fazer..Leavitt disse que outros líderes estrangeiros também foram convidados, mas não deu detalhes..A decisão de Trump de convidar um líder de uma nação adversária para o dia da tomada de posse é pouco comum..Mas também está de acordo com a sua crença de que a política externa -- tal como uma negociação comercial -- deve ser levada a cabo com incentivos e castigos para fazer com que os opositores dos Estados Unidos operem mais perto dos termos estabelecidos pela Casa Branca..Jim Bendat, historiador e autor de "O Grande Dia da Democracia: A Tomada de Posse do Nosso Presidente", disse não ter conhecimento de uma tomada de posse anterior nos EUA com a presença de chefes de Estado estrangeiros..Hoje, durante uma aparição na Bolsa de Nova Iorque, Trump confirmou que estava "a pensar em convidar certas pessoas para a tomada de posse", sem se referir a alguém em particular.."Algumas pessoas disseram: 'Uau, isso é um pouco arriscado, não é?'. E eu respondi: 'Talvez seja. Veremos. Veremos o que acontece'. Mas gostamos de correr pequenos riscos", esclareceu Trump..Entretanto, um importante conselheiro do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos mais fervorosos apoiantes de Trump no palco mundial, disse que o chefe de Governo da Hungria não deverá comparecer na tomada de posse.."Não existe esse plano, pelo menos por enquanto", disse Gergely Gulyás, chefe de gabinete de Orbán..O chefe da missão de cada país nos Estados Unidos também será convidado, de acordo com um funcionário do Comité Inaugural de Trump..O convite a Xi surge numa altura em que Trump prometeu decretar tarifas sobre importações oriundas do Canadá, México e China, para levar estes países a fazerem mais para reduzir a imigração ilegal e o fluxo de drogas ilegais, como o fentanil, para os Estados Unidos.."Temos falado e discutido com o presidente Xi algumas coisas e outras com outros líderes mundiais. E penso que nos sairemos muito bem em todos os aspetos", confessou Trump, numa entrevista televisiva..Xi, durante um encontro com o atual presidente democrata, Joe Biden, no mês passado, em Pequim, instou os Estados Unidos a não iniciarem uma guerra comercial.."Façam a escolha sábia. Continuem a explorar o caminho certo para que dois grandes países se relacionem bem", aconselhou o líder chinês.