Trump diz que vai impor tarifas de 25% aos países que comprem petróleo à Venezuela
Donald Trump afirmou esta segunda-feira que vai impor tarifas de 25% a qualquer país que compre petróleo à Venezuela.
“A Venezuela tem sido muito hostil para os Estados Unidos e às Liberdades que defendemos. Por isso, qualquer país que compre petróleo e/ou gás à Venezuela será obrigado a pagar uma tarifa de 25% aos Estados Unidos em qualquer transação comercial que faça com o nosso País”, escreveu o presidente dos Estados Unidos numa publicação no Truth Social.
Trump afirmou que a Venezuela enviou “propositada e enganosamente” criminosos, incluindo indivíduos violentos e membros de gangues como o Tren de Aragua, para os Estados Unidos.
Esta notícia surge após relatos de que Trump deverá adiar as tarifas anteriores que anunciou, incluindo a cobrança de 25% sobre as importações de produtos farmacêuticos, automóveis e madeira. Estas tarifas estavam programadas para entrar em vigor a 2 de abril, o mesmo dia em que Trump disse que vai anunciar uma série de tarifas recíprocas para outros países e ao qual se refere como "dia da libertação".
A Venezuela foi, em tempos, um dos principais fornecedores estrangeiros de petróleo dos Estados Unidos, segundo dados do Departamento do Comércio. No total, os EUA compraram 5,6 mil milhões de dólares em petróleo e gás venezuelano no ano passado.
Venezuela acusa Trump de violar tratados
A Venezuela acusou esta segunda-feira o Presidente dos EUA, Donald Trump, de violar vários tratados internacionais ao impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as importações de qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela.
"Com esta nova ação, os Estados Unidos violam flagrantemente as regras do comércio internacional, em especial o princípio da nação mais favorecida (artigo I do GATT 1994), que proíbe a discriminação entre parceiros comerciais", afirma Caracas em um comunicado.
No documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores, a Venezuela diz ainda estar a ser violada a norma que estabelece "a proibição de restrições quantitativas (artigo XI do GATT 1994), que impede a imposição de barreiras comerciais dissimuladas".
Também "o princípio da não-discriminação e do tratamento equitativo, consagrado no Acordo de Marraquexe que institui a Organização Mundial do Comércio".
"Estas regras foram criadas precisamente para evitar que um país utilize o comércio como arma de pressão política contra outros. A Venezuela tomará todas as medidas adequadas perante as instâncias internacionais para fazer valer os seus direitos e denunciar esta nova violação da ordem económica mundial", lê-se no comunicado.
No documento a Venezuela começa por condenar "firme e categoricamente a nova agressão anunciada pelo Presidente dos EUA, Donald J. Trump, que pretende impor uma tarifa secundária de 25% a qualquer país que comercialize petróleo e gás com a Venezuela".
"Esta medida arbitrária, ilegal e desesperada, longe de afetar a nossa determinação, confirma o fracasso retumbante de todas as sanções impostas contra o nosso país", afirma o documento que sublinha ainda que "o rumo da Venezuela está claro" e que "nada nem ninguém a deterá".
Por outro lado, explica que a "direita fascista" tem promovido sanções económicas com a ilusão de fazer a Venezuela render-se.
"Falharam porque a Venezuela é um país soberano, porque o seu povo resistiu com dignidade e porque o mundo já não se submete a nenhum esquema de ditadura económica. Hoje, essa mesma estratégia falhada procura repetir-se com medidas coercivas que procuram minar o desenvolvimento da nossa nação", afirma.
Segundo Caracas "a política de máxima pressão tem fracassado na Venezuela e no mundo".