O Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
O Primeiro Ministro de Israel, Benjamin NetanyahuFOTO: Nama Grynbaum / POOL / AFP

Tiroteio junto à embaixada de Israel na Jordânia e rabino assassinado nos EAU

Ataque armado em Amã, capital da Jordânia, deixa três feridos e um suspeito morto, enquanto isso os israelitas investigam a morte de um rabino nos Emirados Árabes Unidos.
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Um suspeito foi morto e três polícias ficaram feridos num tiroteio ocorrido esta manhã perto da embaixada de Israel em Amã, capital da Jordânia, num incidente que as autoridades informaram estar controlado.

A Direção de Segurança Pública da Jordânia disse um homem conseguiu abrir fogo sobre uma das patrulhas policiais que percorrem a zona de Rabieh, na capital, perto da representação diplomática israelita, onde três agentes fardados ficaram feridos.

Posteriormente, outros polícias conseguiram chegar ao local onde foi localizado e morto o atirador que tentou fugir, acrescentou a mesma fonte.

Os agentes feridos foram levados para o hospital, de acordo com as autoridades, o estado de saúde dos três é moderado.

Meios de comunicação como a agência de notícias jordana Petra e a televisão saudita Al-Arabiya avançaram que as forças de segurança criaram "um forte cordão de segurança em torno da embaixada de Israel" após o ataque.

A imprensa acrescentou que as autoridades bloquearam os acessos rodoviários que conduzem ao edifício diplomático e pediram aos residentes da área que permanecessem dentro de casa e evitassem comprometer a zona do alegado crime.

A embaixada israelita, situada no bairro de Rabieh, no noroeste da capital jordana, tem sido alvo de protestos regulares ao longo dos últimos anos.

Rabino encontrado

As autoridades dos Emirados Árabes Unidos (EAU) localizaram o corpo de um rabino israelo-moldavo desaparecido no país desde quinta-feira, anunciou hoje o Governo israelita, qualificando o seu assassinato como um "ato abominável de terrorismo antissemita".

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros disseram numa declaração conjunta que Israel fará tudo o que puder "para garantir que seja feita justiça".

"Israel utilizará todos os meios à sua disposição para garantir que seja feita justiça e que os responsáveis pela sua morte sejam responsabilizados", acrescentaram no comunicado citado pelas agências francesa AFP e norte-americana AP.

Zvi Kogan desapareceu na quinta-feira e suspeitou-se que tivesse sido raptado.

Os EAU são um dos países árabes que normalizaram as relações com Israel no âmbito dos Acordos de Abraão de 2020, promovidos por Donald Trump durante o seu primeiro mandato como Presidente dos Estados Unidos (2017-2021).

Zvi Kogan, 28 anos, um rabino ultraortodoxo, geria uma mercearia no Dubai, para onde os israelitas se deslocam em busca de comércio e turismo desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos.

O gabinete de Netanyahu disse no sábado que Kogan estava desaparecido há dois dias nos EAU e já sugeria um "motivo terrorista", embora sem fornecer pormenores que o sustentassem.

A Mossad, os serviços secretos externos de Israel, abriu um inquérito, segundo o gabinete de Netanyahu.

As autoridades dos Emirados afirmaram ter "lançado imediatamente operações de busca" para encontrar Tzvi Kogan.

O Governo israelita não deu hoje qualquer indicação sobre o local onde o corpo foi encontrado nem sobre a identidade dos suspeitos.

As circunstâncias que rodearam a morte do rabino permanecem obscuras, incluindo nos meios de comunicação social israelitas.

De acordo com a imprensa israelita, Tzvi Kogan era um emissário do movimento hassídico Habad Loubavitch, há muito radicado nos EAU.

Trata-se de um movimento ultraortodoxo impulsionado por um compromisso missionário mundial para reforçar a identidade judaica e aproximar os judeus da fé, particularmente através de centros comunitários.

O desaparecimento de Kogan ocorreu no momento em que o Irão ameaça retaliar contra Israel, depois de os dois países terem trocado tiros em outubro.

Embora a declaração israelita não mencione o Irão, os serviços secretos iranianos já efetuaram raptos nos Emirados Árabes Unidos.

As autoridades ocidentais acreditam que o Irão dirige operações de informação nos EAU e controla as centenas de milhares de iranianos que vivem no país.

O Irão é suspeito de ter raptado e posteriormente assassinado o cidadão iraniano britânico Abbas Yazdi no Dubai em 2013, segundo a AP.

O Irão nunca negou o seu envolvimento.

Em 2020, o Irão raptou também o iraniano de nacionalidade alemã Jamshid Sharmahd no Dubai, levando-o de volta para Teerão, onde foi executado em outubro.

Pelo menos 11 pessoas morreram em ataques israelitas contra Gaza

Por outro lado, nas últimas horas pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo quatro crianças, nos ataques israelitas realizados contra Gaza, segundo a Defesa Civil do enclave palestiniano.

Já este domingo, a Defesa Civil anunciou a morte de 11 palestinianos, "incluindo crianças", em dois ataques aéreos contra campos de refugiados, em Al-Bureij e Al-Maghazi, no centro da Faixa de Gaza, e disparos de artilharia em Beit Lahia.

Testemunhas relataram ainda à agência de notícias AFP um intenso fogo de artilharia na zona de Al-Mawasi (sul).

De acordo com a agência de notícias EFE, quatro crianças morreram nestes ataques israelitas.

Hossam Abou Safiyeh, diretor do hospital Kamel Adwan, no norte da Faixa Safiyeh de Gaza, ficou gravemente ferido durante a noite de sábado para hoje, após um ataque com 'drones' ao centro hospitalar.

Safiyeh foi ferido nas costas e na coxa por fragmentos de metal após o ataque ao complexo hospitalar, disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmmud Bassal, sublinhando que o médico agora encontra-se "estável".

O hospital Kamel Adwan é um dos últimos que ainda funciona parcialmente no território palestiniano, que enfrenta uma grave crise humanitária.

As equipas deste hospital reportaram várias greves no estabelecimento nos últimos dias, com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a dizer-se "profundamente preocupada" com a situação de 80 doentes, incluindo oito em cuidados intensivos, e funcionários.

Os hospitais da Faixa de Gaza foram atingidos várias vezes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo islamista palestiniano a Israel, em 07 de outubro de 2023.

O exército israelita afirma que o Hamas utiliza estes edifícios como bases, escondendo as suas atividades entre os civis, algo que o Hamas e o pessoal médico negam.

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