Tripulantes do Titan morreram em milésimos de segundo após implosão

Todo o processo teria durado apenas 13,495 milésimos de segundo e os ocupantes não tiveram tempo de sentir dor, de acordo com o engenheiro Ronald Wagner.
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Uma simulação feita por um engenheiro demonstra como o submarino da OceanGate pode ter implodido no dia em que se deu a tragédia que vitimou os cinco passageiros, a 18 de junho. Todo o processo teria durado apenas 13,495 milésimos de segundo e os ocupantes não tiveram tempo de sentir dor, de acordo o Ronald Wagner.

Segundo o engenheiro, o cérebro humano precisa de 13 milésimos de segundo para processar as informações que recebe.

O site brasileiro G1 publica uma tabela sobre o que se terá passado durante a implosão, de acordo com o estudo de Ronald Wagner.

-0 milésimos de segundo: dão-se os primeiros danos no revestimento de fibra de carbono.

- 2,182 milésimos de segundo: o casco é afetado, diminuindo em 50% o seu tamanho original.

- 3,274 milésimos de segundo: o revestimento começa a ser danificado. A implosão acontece e os passageiros são esmagados pela força da compressão.

O Titan tinha uma cabine em formato cilíndrico, relativamente espaçosa para o tamanho da embarcação, feita de fibra de carbono. Segundo o engenheiro, a estrutura pode ter colaborado com a implosão.

O submersível desapareceu a 18 de junho, cerca de uma hora depois de ter iniciado a expedição, a cerca de 600 quilómetros da costa do Canadá, em direção aos destroços do Titanic, que ficam a 3.800 metros da superfície.

Quatro dias depois, as sondas que participaram nas buscas identificaram destroços no fundo do mar. Horas mais tarde, as autoridades confirmaram que se tratava dos restos do submarino da OceanGate.

Estavam a bordo o magnata britânico Hamish Harding; o ex-comandante da Marinha francesa, Paul-Henri Nargeolet; o CEO da OceanGate Expeditions, Stockton Rush; e o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o seu filho Suleman.

Há umas semanas, um ex-conselheiro da OceanGate, Rob MacCallum, garantiu que os cinco tripulantes que viajavam no submarino "Titan" para visitar os destroços do Titanic souberam que havia algum problema com o submersível momentos antes de acontecer a "implosão catastrófica".

De acordo com Rob MacCallum, em entrevista à revista The New Yorker, a embarcação tentou regressar à superfície, tendo soltado alguns pesos que mantinham o submarino no fundo do mar.

Para o especialista, o submergível "perdeu peso", o que indica que a "missão foi abortada" e que os "tripulantes do Titan souberam do problema antes da implosão", tentando regressar à superfície, mas sem sucesso.

A comunicação com o submarino perdeu-se cerca de 45 minutos após o início do mergulho, segundo a OceanGate Expeditions, e os destroços do Titan foram localizados a cerca de 3.810 metros de profundidade e a quase 488 metros do Titanic.

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