Segurança máxima e exigências dos líderes do G20. Biden leva água e comida; Xi Jinping terá uma praia fechada
A cimeira do G20 arranca segunda-feira no Rio de Janeiro, no Brasil, e nada foi deixado ao acaso, com um apertado esquema de segurança e várias exigências dos vários chefes de estado. Na sequência do ataque suicida de quarta-feira em Brasília, houve um maior reforço de vigilância.
Joe Biden, o ainda presidente dos EUA, só chega domingo ao Brasil, mas já aterraram no Rio alguns aviões carregados de água e comida para a comitiva norte-americana. Uma quantidade que, de acordo com o site G1, supreendeu as equipas de escolta, já que sete camiões deixaram o local bem carregados.
Além disso, chegou também dos Estados Unidos um helicóptero e um carro que Biden irá utilizar nas suas deslocações.
Xi Jinping, o presidente chinês, será outro dos ilustres presentes na cimeira do G20. Neste caso, a segurança exigiu que os 400 quartos do hotel onde vai ficar, na zona sul do Rio de Janeiro, fossem passados a pente fino.
Mas há mais. A comitiva chinesa pediu que a praia próxima da unidade hoteleira seja fechada, sendo apenas permitido o acesso a pessoas da comitiva. Nas imediações do hotel estarão fuzileiros navais e atiradores de elite, e um navio da marinha ficará no mar em frente ao local.
A operação de segurança montada está dividada por vários níveis, sendo que EUA e China são dois países considerados de alto risco e por isso alvo de maiores medidas de segurança, juntamente com Rússia e Israel.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, não vai estar presente e deverá ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. O líder russo anunciou a sua ausência no mês passado, após o procurador-geral da Ucrânia ter pedido às autoridades brasileiras que cumprissem o mandado de prisão decretado pelo pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023, caso Putin marcasse presença.
"Já tivemos vários grandes eventos aqui no Rio de Janeiro. Está a ser montado um grande aparato de segurança. Não só com as Forças Armadas, mas com os órgãos de segurança pública e com as outras agências. Acreditamos que temos a segurança suficiente para assegurar a segurança dos chefes de estado", disse o general Lúcio Alves de Souza, chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar.
De acordo com informações da imprensa brasileira, o esquema de segurança terá sensivelmente 26 mil agentes que estarão em ação já a partir desta sexta-feira.
O Rio de Janeiro reforçou esta sexta-feira a segurança com militares para a cimeira do G20, com as autoridades a admitirem que o ataque suicida de quarta-feira em Brasília "gera tensão maior" para o evento.
"O fato de ontem [explosões em Brasília] claro que gera tensão maior. Toda a segurança envolvida está com uma atenção maior a esse fato. Aquele tipo de explosivo é caseiro, não é nada sofisticado", disse o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, citado na imprensa carioca.
Em conferência de imprensa em Brasília, um dia depois do ataque suicida com um explosivo em frente ao Supremo Tribunal Federal e a poucos metros do palácio presidencial e do Congresso, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, frisou que "todo episódio sempre trás alertas," e que por isso as autoridades estarão "cada vez mais atuantes".
"Estou indo hoje à tarde para o Rio de Janeiro para acompanhar pessoalmente todas as ações para que a gente tenha garantia de segurança no evento", sublinhou.
Ambos destacaram a entrada em vigor, esta sexta-feira, do decreto através do qual o Presidente brasileiro, Lula da Silva, permitiu a participação de membros das Forças Armadas nas tarefas de garantia da segurança durante o evento, que decorrerá na segunda e terça-feira.
A medida permite que cerca de 9.000 militares se juntem aos 12.000 polícias e membros de diferentes organizações de segurança que foram mobilizados para uma cimeira onde são esperadas delegações de 40 países e 15 organizações internacionais, como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da China, Xi Jinping, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil admitiu que algumas dessas delegações fizeram perguntas sobre a segurança da cimeira após o atentado em Brasília, mas que o plano inicial será mantido.
Enquanto soldados do Exército apoiarão as tarefas de patrulhamento e vigilância nas áreas de circulação e permanência dos líderes, membros da Marinha farão a guarda da Baía de Guanabara, que banha os jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), local do evento.
A Força Aérea, por sua vez, será responsável pela garantia do espaço aéreo em toda a cidade, para o que foi determinado o encerramento temporário do aeroporto Santos Dumont, utilizado para voos regionais e que fica ao lado do MAM.
As Forças Armadas também serão responsáveis pela escolta das autoridades e pela proteção de infraestruturas estratégicas.
De acordo com o gabinete do governador do Rio de Janeiro, o plano de segurança prevê ainda a inspeção diária de possíveis artefactos explosivos e um sistema para detetar e neutralizar drones que se aproximem a menos de 14 quilómetros do MAM e da região hoteleira onde estarão as autoridades.
O plano prevê ainda o bloqueio de vias importantes.
Com Lusa