Putin espera que a situação militar nos territórios anexados "se estabilize"

Declarações do presidente russo no dia em que promulgou a anexação à Rússia das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia e em que a UE aprovou um novo pacote de sanções.
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O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou esta quarta-feira que espera que a situação militar nos territórios ucranianos anexados recentemente por Moscovo "se estabilize", apesar das dificuldades das tropas russas que estão a recuar diante das forças de Kiev.

"Assumimos que a situação irá estabilizar-se e que podemos desenvolver essas áreas pacificamente", disse Putin durante uma reunião transmitida pela televisão russa.

Putin assegurou que o resultado dos "referendos" de anexação "não apenas provocou satisfação, mas também surpreendeu", dadas as "condições difíceis" no local.

"O resultado é mais do que convincente, é absolutamente transparente e sem dúvidas", garantiu Putin.

As forças ucranianas continuam a sua contra-ofensiva e reivindicam novas vitórias no leste e no sul, nas áreas recentemente anexadas pela Rússia.

Putin promulgou esta quarta-feira a anexação à Rússia das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, de acordo com dois decretos publicados no portal oficial russo de informações jurídicas.

Entretanto, esta quarta-feira, os Estados-membros da União Europeia (UE) chegaram a acordo político sobre novas sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, um oitavo pacote que deverá entrar em vigor na quinta-feira como "forte resposta" à anexação de territórios ucranianos.

A informação foi avançada aos meios de comunicação social europeus por fonte oficial da presidência checa do Conselho da UE, que indicou que "os embaixadores [dos Estados-membros] acabam de chegar a um acordo político sobre novas sanções contra a Rússia".

Vincando que esta é "uma forte resposta da UE à anexação ilegal de Putin de territórios ucranianos", a mesma fonte adiantou que o texto será agora finalizado para o procedimento escrito estar concluído na quinta-feira de manhã, prevendo-se publicação no Jornal Oficial da União Europeia nesse dia.

No início desta semana, os tratados de anexação dos quatro territórios à Rússia também receberam aprovação das duas câmaras do Parlamento russo.

Vladimir Putin formalizou na sexta-feira passada, em Moscovo, a anexação das quatro regiões ucranianas, áreas parcialmente ocupadas pela Rússia no leste e sul da Ucrânia, após a realização de referendos, considerados ilegais por grande parte da comunidade internacional.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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