Primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak
Primeiro-ministro britânico, Rishi SunakEPA/NEIL HALL

Primeiro-ministro britânico anuncia eleições legislativas para 4 de julho

"Agora é o momento de o Reino Unido escolher o seu futuro", afirmou Rishi Sunak numa declaração ao país.
Publicado a
Atualizado a

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou, esta quarta-feira, a convocação de eleições legislativas para o dia 4 de julho.

Numa declaração ao país, Sunak confirmou que falou esta quarta-feira com o rei Carlos III para pedir a dissolução do parlamento, o que irá acontecer a 30 de maio. A votação terá lugar 25 dias úteis mais tarde.

"Agora é o momento de o Reino Unido escolher o seu futuro", afirmou. 

O chefe do governo britânico referiu que as legislativas de julho vão servir para o povo britãnico "decidir" se quer "aproveitar os progressos" alcançados ou arriscar "a voltar à estaca zero sem um plano e sem certezas".

As eleições vão acontecer "numa altura em que o mundo está mais perigoso do que nunca desde o fim da guerra fria", frisou Sunak, referindo-se à guerra na Ucrânia e no Médio Oriente. 

"Devem escolher nestas eleições quem está preparado para tomar as medidas corajosas necessárias para garantir um futuro melhor para o nosso país e para os nossos filhos", declarou o primeiro-ministro, indicando que está "orgulhoso" do que o seu governo alcançou. "E estou confiante no que podemos fazer no futuro", adiantou. 

Para Sunak, o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, não tem um plano para o país e afirmou que "o futuro só pode ser incerto" com os trabalhistas.

Rishi Sunak disse ainda que irá "lutar por todos os votos" durante a campanha eleitoral e que irá "ganhar" a "confiança" do povo britânico. "Só um governo conservador liderado por mim" irá garantir a estabilidade económica, "restaurar o orgulho e a confiança no nosso país" e "proporcionar um futuro seguro", declarou.

"Nos últimos cinco anos, o nosso país atravessou os tempos mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou Sunak, no início da declaração ao país, referindo, por exemplo, a pandemia, destacando, no entanto, os dados que refletem uma melhoria na economia britânica.

O chefe do governo britânico esteve reunido com os seus ministros no número 10 de Downing Street antes da declaração ao país, na qual confirmou a marcação de eleições para 4 de julho. 

Estas legislativas representam a primeira vez que Sunak, de 44 anos, enfrenta os eleitores britânicos enquanto primeiro-ministro, depois de ter sido nomeado líder do maior partido no parlamento numa votação interna dos conservadores em outubro de 2022.

A votação - a terceira desde o referendo sobre o Brexit, em 2016 - acontece numa altura em que Sunak procura capitalizar os melhores dados económicos para atrair os eleitores atingidos pelo aumento do custo de vida. 

Reduzir para metade a inflação no prazo de um ano, em relação aos máximos históricos de mais de 11% no final de 2022, foi uma das cinco principais promessas de Sunak.

Isso aconteceu no ano passado e, na quarta-feira, dados indicam que a taxa de inflação abrandou para um mínimo de quase três anos, atingindo 2,3% em abril, o que levou o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, a declarar: "Esta é a prova de que o plano está a funcionar".

Partido Conservador está cerca de 20 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista nas sondagens

Os comentadores políticos têm sugerido cada vez mais que Sunak, que está a perder nas sondagens para o principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, poderá tentar recuperar com as perspectivas mais favoráveis.

Os rumores sobre a possível marcação de eleições legislativas ganharam força quando o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, foi chamado para regressar de uma viagem à Albânia e o ministro da Defesa, Grant Shapps, adiou uma viagem à Europa de Leste para participar numa reunião do Governo. 

A legislação britânica dava ao Governo até ao final de maio de 2025 para a realização de eleições e a maioria dos analistas previa que o primeiro-ministro teria interesse em atrasar a data o máximo possível. 

O Partido Conservador, no poder desde 2010, está cerca de 20 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista nas sondagens.

O professor da Universidade de Strathclyde, John Curtice, avisou que os conservadores têm um "enorme desafio" pela frente. 

"Parece ser uma eleição para os trabalhistas ganharem. Há quase duas palavras que me vêm à cabeça no que diz respeito à decisão do primeiro-ministro: ou ele é muito corajoso, ou extremamente imprudente", referiu, em declarações na BBC.

Com AFP

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt