Papa Francisco agradece generoso acolhimento e calorosa receção em Timor-Leste
O Papa Francisco agradeceu esta quarta-feira, num telegrama enviado ao Presidente timorense, José Ramos-Horta, o "generoso acolhimento" e a "calorosa" receção recebida em Timor-Leste, durante a visita de três dias que realizou ao país.
O telegrama foi enviado após o Papa deixar Timor-Leste, às 12:25 locais (04:25 em Lisboa) rumo a Singapura, a bordo de um avião da Aero Díli.
"À medida que deixo Timor-Leste após a minha jornada apostólica, saibam que estou profundamente grato, a vossa excelência, às autoridades locais e aos seus cidadãos pelo generoso acolhimento e calorosa receção durante toda a minha visita", afirma o Papa Francisco.
No telegrama, o Papa diz também que reza para que "Deus Todo-Poderoso conceda ao país os dons da paz e da solidariedade", invocando uma "abundância de bênçãos" sobre todos os timorenses.
Francisco pede aos jovens para "fazerem barulho" e respeitarem os mais velhos
O Papa Francisco pediu aos jovens timorenses para "fazerem barulho", respeitarem os mais velhos e para não perderem a esperança e o "entusiasmo da fé", num encontro em que abordou também a liberdade, fraternidade e reconciliação.
No Centro de Convenções de Díli, no último dia de visita de Francisco a Timor-Leste, milhares de jovens interagiram com um Papa bem-disposto, que começou por perguntar o quê que os jovens fazem sempre.
Entre respostas, como "proclamar a Cristo" e "proclamar a palavra de Deus", Francisco respondeu que os jovens fazem "barulho".
"Há uma coisa que os jovens fazem sempre, independentemente da nacionalidade e da religião, sabem o que fazem os jovens? Os jovens fazem ruído, os jovens fazem barulho", disse o Papa.
No encontro com a juventude timorense, Francisco pediu-lhes para não deixarem de sorrir, lembrando-lhes que representam a maioria da população do país e que "são uma esperança".
"Não percam o entusiasmo da fé", disse.
"Sigam em frente com a alegria da juventude, mas não se esqueçam de uma coisa. Vocês são herdeiros daqueles que vos precederam e fundaram esta nação, por isso, não percam a memória, daquilo que receberam com tanto sacrifício", salientou Francisco.
O Papa convidou também a juventude timorense a "sonhar com coisas grandes", mas para respeitarem e cuidarem dos mais velhos, porque são os avós que "dão sabedoria aos jovens" e a "memória".
"Este país tem uma história maravilhosa de fé, heroísmo, sacrifício, mas, sobretudo, de perdão e reconciliação. Quem é a pessoa em toda a história, que foi capaz de perdoar e reconciliar", questionou Francisco, ouvindo como resposta "Jesus".
Com o tema da reconciliação, o Papa Francisco introduziu a liberdade, o compromisso e a fraternidade.
"Um jovem tem de entender que ser livre não é fazer o que quer", disse Francisco, salientando que liberdade significa também responsabilidade.
O Papa pediu também aos jovens para respeitarem as diferentes opiniões e para não terem sentimentos como o ódio.
"Ódio não, amor e serviço sim", repetiram em uníssono os jovens a pedido de Francisco.
Num ambiente de festa, Francisco despediu-se do encontro com jovens com dois conselhos: "Façam barulho e respeitem os mais velhos".
"Não me vou esquecer mais dos vossos sorrisos. Obrigada pelos vossos sorrisos e pela vossa alegria", concluiu o Papa, começando de imediato "muito barulho" ao som da música criada pela Comissão Nacional da Juventude Católica.
A visita do Papa teve início na segunda-feira com uma cerimónia de boas-vindas na Presidência timorense e um encontro com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático timorense.
No segundo dia da visita, o ponto alto foi a missa realizada em Tasi Tolu, a cerca de 10 quilómetros a oeste de Díli, para cerca de 600 mil pessoas, segundo dados do Vaticano baseados em estimativas das autoridades.
Desde as primeiras horas da manhã, milhares de timorenses posicionaram-se nas estradas da cidade, por onde o Papa vai passar, para um último adeus a Francisco antes de partir para Singapura, onde termina na sexta-feira a 45ª viagem apostólica internacional e a mais longa, que teve início na Indonésia e incluiu também a Papua Nova Guiné.