Mais de um milhão de jovens ouviram este domingo (4 de agosto) o papa Leão XIV dizer que eles são o sinal de que “um mundo diferente é possível”. O líder da Igreja Católica defendeu um “mundo de fraternidade e amizade, onde os conflitos não são resolvidos com armas, mas com o diálogo”. Na oração do Angelus , no final da semana do Jubileu da Juventude que decorreu nos arredores de Roma, o papa deixou uma palavra para os jovens “de todas as terras ensanguentadas pela guerra”, mencionando em especial Gaza e a Ucrânia. E lamentou que tenham que sofrer “o pior tipo de mal”, que é o que “é causado por outros seres humanos”. A dias de cumprir os três primeiros meses do seu pontificado, Leão XIV teve o maior banho de multidão - sendo recebido pelos jovens de quase 150 países (incluindo cerca de 12 mil de Portugal) com gritos de “viva il papa”. Na despedida dos jovens, o norte-americano pediu-lhes que ajudem a espalhar a fé. .Fotogaleria: Papa Leão XIV celebra missa especial no Jubileu dos Jovens em Roma.“Levai esta alegria, este entusiasmo para todo o mundo. Vós sois o sal da terra e a luz do mundo: levai essa saudação a todos os vossos amigos, a todos os jovens que precisam de uma mensagem de esperança”, disse Leão XIV. O papa reiterou depois o convite feito em Lisboa pelo seu antecessor, Francisco, para que os jovens participem na próxima Jornada Mundial da Juventude - que vai decorrer de 3 a 8 de agosto de 2027 na Coreia do Sul. “Espero vê-los em Seul. Vamos continuar a sonhar e a alimentar a esperança juntos”, afirmou, lembrando que o tema desse encontro será “Tende coragem: eu venci o mundo!”. Muitos dos jovens passaram a noite no campo de Tor Vergata, onde no sábado ao final do dia, depois de percorrer o espaço no papamóvel, Leão XIV tinha falado aos jovens dos perigos das novas tecnologias, durante uma vigília de oração. “A Internet e as redes sociais tornaram-se uma oportunidade extraordinária de diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas, bem como de acesso à informação e ao saber”, disse o papa, citando Francisco, em resposta a uma jovem mexicana que falava de como as redes sociais dão a ilusão de muitas amizades quando de facto existe solidão. Leão XIV lembrou como “estes instrumentos tornam-se ambíguos quando dominados por lógicas comerciais e interesses que destroem as nossas relações em milhares de fragmentos”. E avisou que “quando o instrumento domina o homem, o homem torna-se um instrumento”, explicando que “só relações sinceras e laços estáveis podem construir vidas boas.”No final do evento, o papa disse aos jovens que a sua oração era que “perseverem na fé, com alegria e coragem”, Que “procurem a justiça para construir um mundo mais humano”, disse.