Ouvidas novas explosões em Beirute após exército israelita emitir ordens de retirada de civis
Foram ouvidas na noite desta sexta-feira novas explosões nos subúrbios a sul de Beirute, a capital do Líbano, segundo a Sky News.
Antes, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) emitiram nova ordem de retirada de civis que estivessem perto ou num prédio no bairro de Burj al Barajneh, em Beirute.
"Para sua segurança e a segurança dos seus familiares, devem deixar este prédio e os prédios vizinhos imediatamente e ficar longe deles por uma distância de pelo menos 500 metros", segundo o comunicado do exército israelita.
O Comité de Saúde Islâmico (CSI), um grupo afiliado ao Hezbollah, anunciou esta sexta-feira que onze dos seus socorristas foram mortos em ataques israelitas no sul do Líbano.
Sete dos membros do CSI foram hoje mortos num "ataque sionista direto às equipas de socorro" no hospital público de Marjayoun, enquanto outros quatro foram mortos em dois outros ataques no sul do Líbano, segundo a organização.
As forças israelitas alegam que grupos como o Hezbollah e Hamas - considerados terroristas pela União Europeia, Estados Unidos e outros países - infiltram os seus membros em organizações humanitárias, incluindo das Nações Unidas, e usam civis como escudos humanos.
Israel e o Hezbollah estão em confronto desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, mas a violência atingiu um nível sem precedentes há cerca de dez dias, quando as forças israelitas iniciaram uma campanha de bombardeamentos maciços, antes de iniciarem uma incursão terrestre.
Neste contexto, desde a semana passada, a zona de Dahye, um importante bastião do Hezbollah nos arredores da capital libanesa, é alvo de intensas vagas de ataques aéreos quase diariamente.
Desde o início das hostilidades, os ataques de Israel mataram mais de mil pessoas e forçaram 1,2 milhões a abandonar as suas casas, principalmente no sul e no leste do país mediterrânico, segundo as autoridades libanesas.
Um avião com 16 cidadãos portugueses e familiares diretos, e de outras nacionalidades, num total de 41 pessoas provenientes do Líbano, aterrou hoje em Lisboa num C-130 operado pela Força Aérea Portuguesa (FAP).
Além dos cidadãos portugueses e respetivos familiares, viajaram também oito libaneses, cinco espanhóis, oito são-tomenses, um brasileiro, um angolano, um russo e um francês.
Foi o segundo voo de retirada de cidadãos portugueses que pediram para saírem do Líbano, na sequência do conflito espoletado por Israel no passado dia 23 de setembro com uma campanha de intensos bombardeamentos contra o movimento xiita libanês Hezbollah no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios sul da capital, Beirute.
Esta campanha ocorre após mais de 11 meses de intenso fogo cruzado na fronteira israelo-libanesa, iniciados um dia depois de o movimento islamita palestiniano Hamas – de que o Hezbollah é aliado – ter efetuado em território israelita, em 07 de outubro, um ataque que fez cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A escalada da violência entre Israel e o Hezbollah tem levado milhares de pessoas a abandonar o Líbano.
O primeiro grupo, de 44 pessoas, chegou a Lisboa, igualmente em voo operado pela FAP, no passado dia 28.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, que estava acompanhado dos secretários de Estado da Defesa, Telmo Correia, e das Comunidades Portuguesas, José Cesário, recebeu hoje os 41 passageiros após a aterragem no aeroporto de Figo Maduro.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Rangel regozijou-se com o êxito desta segunda fase de retirada de cidadãos portugueses do Líbano e acrescentou que outros cidadãos portugueses que se encontram ainda naquele país do Médio Oriente manifestaram o desejo de permanecerem.
“Não está prevista mais nenhuma fase para esta operação. Eventualmente pode acontecer. Sabemos que isso é natural. Se por acaso houver algum pedido individual”, salientou, sublinhando que, neste voo, Portugal correspondeu ao pedido de Espanha e São Tomé e Príncipe para transportar também os seus cidadãos.
“Portanto, não está prevista mais nenhuma operação, dado que nós estamos em contacto com todos os cidadãos portugueses e com as suas famílias no Líbano. Portanto, temos todos identificados e têm sido todos contactados, um a um, no sentido de manifestarem o seu interesse e, portanto, neste momento não há, digamos, ninguém que queira vir mais e, portanto, não está prevista mais nenhuma operação. Se houvesse algum caso, alguém que mudasse de posição quanto a isto, provavelmente não seria necessário fazer uma operação destas, porque teríamos capacidade de pedir a algum Estado amigo”, acrescentou.
Fonte ligada ao processo de retirada de cidadãos portugueses disse à Lusa que “são várias dezenas” de cidadãos portugueses e familiares que manifestaram a intenção de permanecerem no Líbano.
Além das malas e sacos que puderam trazer consigo, com os 41 passageiros viajaram também cinco animais domésticos: um cão e quatro gatos.
O C-130 que trouxe as 41 pessoas integra a Esquadra 501 – Bisontes, baseada no Montijo, e aterrou às 20:16 n0o Figo Maduro.
Mais de 172 mil deslocados do conflito no Líbano foram acolhidos em escolas, institutos e pavilhões públicos, a maioria dos quais já estão “completamente cheios”, principalmente na capital, Beirute, e no Monte Líbano, segundo um relatório do governo.
O relatório da Presidência do Conselho de Ministros libanesa indica ainda que os bombardeamentos israelitas continuam a concentrar-se no sul do país, nomeadamente nos distritos de Tyre, Marjayoun e Bint Jbeil, zonas que o exército israelita ordenou que fossem evacuadas para ataques aéreos pesados, presumivelmente em preparação para um ataque terrestre contra as forças do movimento extremista pró-iraniano Hezbollah, que ali têm redutos.
A violência dos ataques obrigou mais de 1,2 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, a deslocarem-se para casa de familiares, apartamentos alugados, hotéis, a fugir do país ou a procurar refúgio nos 931 abrigos criados pelo Governo.
O número de vítimas aumentou após Israel ter lançado um total de 153 ataques em diferentes partes do Líbano, sobretudo nos subúrbios do sul, leste e sul de Beirute, conhecidos como Dahye, bastião do Hezbollah.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou esta sexta-feira Israel de "desafiar descaradamente" o secretário-geral da ONU, António Guterres, a quem Telavive declarou "persona non grata" por não ter condenado imediatamente e explicitamente os ataques do Irão na terça-feira.
"[Israel está a] desafiar descaradamente o secretário-geral da ONU", disse o chefe de Estado turco durante um discurso em Adana, no sul da Turquia, aludindo à decisão do Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, de declarar Guterres "persona non grata", medida anunciada na quarta-feira pelo chefe da diplomacia de Telavive, Israel Katz.
"196 países do mundo irão provavelmente apoiar o secretário-geral da ONU. Quem é o senhor [Netanyahu] para emitir um decreto contra o secretário-geral da ONU?", prosseguiu o líder turco.
Israel Katz criticou fortemente Guterres por não ter "condenado inequivocamente o odioso ataque de mísseis do Irão" na terça-feira contra território israelita e acusou-o de ser um "secretário-geral anti-israelita que apoia terroristas, violadores e assassinos".
A equipa da Sky News que está na capital libanesa acaba de reportar que ouviu "um grande estrondo" em Beirute, não conseguindo, ainda, identificar o que estará na origem.
De acordo com a emissora britânica, que cita os media locais, tratou-se de um “estrondo sónico”.
Pelo menos dois soldados israelitas morreram hoje e mais de 20 ficaram feridos num ataque de milícias pró-iranianas do Iraque a uma base militar israelita nos Montes Golã ocupados.
As milícias pró-iranianas lançaram pelo menos dois drones contra uma base militar israelita, tendo um dos veículos aéreos não tripulado foi abatido no ar, mas o segundo atingiu o seu alvo, relataram fontes militares ao jornal The Times of Israel.
A milícia Resistência Islâmica do Iraque confirmou no seu canal Telegram ter lançado ataques de drones ao início da manhã contra "três alvos em três operações separadas nos Golã e em Tiberíades", visando "destruir as fortalezas inimigas".
As Forças de Defesa de Israel identificaram os dois mortos como membros das Brigadas Golani e ambos com 19 anos.
Entre os mais de 20 feridos, dois encontram-se em estado grave e estão a receber tratamento médico.
Os rebeldes xiitas iemenitas Huthis reportaram hoje mais de uma dezena de ataques aéreos levados a cabo pelos Estados Unidos da América (EUA) e pelo Reino Unido em vários pontos da capital iemenita, Saná, e na província de Hodeida.
Segundo a rede al-Masriya, ligada ao movimento rebelde iemenita, "sete ataques" atingiram o aeroporto de Hodeida e arredores, enquanto outros quatro tiveram como alvo a capital do Iémen, sob controlo dos Huthis desde o final de 2014, no início da guerra civil no país.
Um último "atentado bombista" ocorreu na cidade de Dhamar, no sudoeste do país, segundo a imprensa local, que não especifica se se registaram mortos ou feridos em cada um dos incidentes.
Os rebeldes próximos do Irão que controlam parte do Iémen devastado pela guerra têm vindo a realizar ataques ao largo da costa do país desde novembro.
O Exército israelita emitiu esta sexta-feira novas ordens de evacuação dirigidas à região sul do Líbano.
De acordo com a BBC, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) pediu às populações do sul do Líbano para que se desloquem para norte do rio Awali.
As forças de Israel fizeram saber que quem está perto de “instalações e equipamento de combate do Hezbollah está a colocar a sua vida em risco”.
Um avião com 41 cidadãos provenientes do Líbano, dos quais 16 são portugueses e os restantes familiares de outras nacionalidades, chegará hoje por volta das 20:15 ao aeroporto de Figo Maduro, segundo fonte oficial.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indica que estes repatriados seguem num C130, operado pela Força Aérea Portuguesa.
Através desta operação de repatriamento de portugueses no Líbano, desencadeada e coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, deixarão o Líbano 41 cidadãos, sendo 16 portugueses e os outros familiares de outras nacionalidades: Oito do Líbano, cinco de Espanha, oito de São Tomé e Prínicipe, um do Brasil, um de Angola, um da Rússia e um de França.
No passado domingo chegaram a Lisboa 28 portugueses residentes no Líbano e 16 familiares diretos de outras nacionalidades, incluindo oito crianças, que solicitaram ajuda para sair do país.
Este grupo foi transportado por um avião KC-390 da Força Aérea Portuguesa.
À chegada destes repatriados, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, admitiu que poderiam ser necessárias mais operações de repatriamento de portugueses do Líbano.
Israel reclamou hoje ter matado Muhamad Rashid Sakafi, responsável pelo sistema de comunicações do Hezbollah durante um bombardeamento contra a capital do Líbano.
"Aviões de combate da Força Aérea bombardearam Beirute e mataram Muhamad Rashid Sakafi, chefe do sistema de comunicações do Hezbollah (Partido de Deus)", disse hoje o Exército de Israel.
Até ao momento, o movimento xiita libanês não se pronunciou sobre o anúncio israelita.
"Sakafi era um terrorista e foi chefe do sistema (de comunicações do Hezbollah) desde o ano 2000", acrescentaram os militares israelitas.
Três hospitais do Líbano, incluindo um perto de Beirute, encerraram hoje devido aos ataques israelitas ao país, que danificaram os estabelecimentos e provocaram a morte de pelo menos quatro profissionais de socorro médico.
O hospital privado Sainte Thérèse, situado nos subúrbios a sul de Beirute e ferido por freiras, anunciou que iria cessar os seus serviços na sequência dos bombardeamentos que provocaram "danos imensos" no edifício.
Também dois hospitais públicos do sul do Líbano anunciaram ter de suspender a sua atividade.
A administração do hospital Mais al-Jabal, situado perto da fronteira com Israel, explicou à agência de notícias libanesa ANI, que "fechou todos os seus serviços" devido aos ataques israelitas e às dificuldades de abastecimento e de acesso.
Por seu lado, o diretor do hospital Marjayoun avançou, em declarações à agência de notícias francesa AFP, que foi forçado a encerrar portas depois de um ataque israelita na entrada do edifício contra equipas de resgate de uma organização afiliada ao Hezbollah que transportavam pessoas feridas.
"Um ataque israelita teve como alvo ambulâncias que estavam em frente à entrada principal, causando o pânico entre os funcionários", contou o diretor, Mouenes Kalakesh.
Segundo a agência ANI, quatro trabalhadores do Comité Islâmico de Saúde, afiliado ao Hezbollah, foram mortos.
O exército israelita reivindicou hoje ter abatido 250 combatentes do Hezbollah no sul do Líbano desde o início da ofensiva terrestre, segunda-feira, contra o movimento xiita libanês apoiado pelo Irão.
No total, "250 terroristas do Hezbollah, incluindo 21 comandantes, foram eliminados em quatro dias de operações (...) no sul do Líbano", afirmou o exército num comunicado, indicando que 100 deles foram mortos só nas últimas 24 horas.
Os milicianos do grupo pró-iraniano morreram tanto nos constantes bombardeamentos de Israel contra o sul do Líbano -- ainda hoje de manhã o exército ordenou a evacuação de 36 aldeias que se tornaram alvos da aviação israelita -- como nos combates terrestres.
No comunicado, as forças armadas israelitas especificaram que mais de 2.000 alvos militares foram atacados.
Nove soldados israelitas morreram até agora como resultado destas hostilidades, que começaram quando o exército lançou as suas operações terrestres "limitadas" no sul do Líbano na noite de segunda para terça-feira.
"Sob a direção da 36.ª Divisão, os soldados da 188.ª Brigada Blindada realizaram incursões terrestres limitadas e localizadas", afirmou hoje de manhã um comunicado militar sobre os movimentos dos operacionais.
Os soldados agiram contra centros de comando do Hezbollah incorporados, segundo alegou o exército, em aldeias civis.
"Nas últimas 24 horas, as tropas descobriram munições para lançadores de 'rockets', mísseis antitanque e foguetes dentro de uma residência", acrescentaram as forças armadas, que afirmaram ter encontrado um esconderijo junto a uma cama num quarto que exibia uma pintura com a figura do falecido líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
A Guarda Revolucionária do Irão avisou hoje que atacará a indústria energética israelita se Israel visar o setor petrolífero iraniano em retaliação pelo ataque realizado por Teerão na terça-feira.
"Se o regime sionista cometer um erro, atacaremos todas as suas fontes de energia, estações, refinarias e campos de gás", disse o vice-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, brigadeiro-general Ali Fadavi.
"O regime sionista tem apenas três centrais elétricas e algumas refinarias, mas o Irão é um país enorme", disse Fadavi em declarações divulgadas por meios de comunicação social iranianos, segundo a agência espanhola EFE.
As ameaças do Irão surgem no meio de especulações de que Israel poderá retaliar contra o Irão, sendo o setor petrolífero um dos possíveis alvos devido aos prejuízos económicos que causaria, de acordo com meios de comunicação israelitas.
O Irão "apoia os esforços" para um cessar-fogo simultâneo com Israel no Líbano e na Faixa de Gaza, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano numa conferência de imprensa em Beirute.
"Apoiamos os esforços para um cessar-fogo, desde que, em primeiro lugar, os direitos do povo libanês sejam respeitados e que seja aceite pela resistência", disse Abbas Aragchi, referindo-se ao Hezbollah.
"Em segundo lugar, deve ocorrer em simultâneo com um cessar-fogo em Gaza", acrescentou, segundo a agência francesa AFP.
Aragchi disse ter falado com as autoridades libanesas sobre o cessar-fogo e que o Irão estava "em contacto com outros países para estabelecer um cessar-fogo".
Aragchi reuniu-se com vários dirigentes libaneses, incluindo o primeiro-ministro, Najib Mikati, a quem disse ter reafirmado o apoio do Irão ao Líbano, uma semana após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita.
"A República Islâmica do Irão sempre apoiou o Líbano e tem sido e continua a ser um apoiante dos xiitas libaneses e do Hezbollah", disse.
"Estamos certos de que os crimes do regime sionista serão derrotados como no passado e que a nação libanesa vencerá", afirmou, segundo a agência oficial iraniana Irna.
O chefe da diplomacia de Teerão disse que o Irão não quer continuar o conflito, mas responderá a qualquer ataque israelita.
"Se Israel empreender qualquer outra ação contra o Irão, a nossa ação será mais dura do que isso e responderemos definitivamente. A nossa resposta é proporcional e totalmente calculada", afirmou.
Disse também que "ao contrário de Israel, que ataca alvos civis e casas de pessoas, mulheres e crianças", o Irão só atacou "as bases militares e de segurança do regime israelita".
Israel detetou o lançamento de cerca de 100 'rockets' provenientes do Líbano durante esta manhã, atribuindo a responsabilidade ao grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, avançou o exército israelita em comunicado hoje divulgado.
"O exército continua a operar contra a ameaça da organização terrorista Hezbollah, na defesa do Estado de Israel e dos seus residentes", referiu a fonte militar.
Durante toda a manhã, o exército fez soar constantemente sirenes de ataque aéreo ao longo da fronteira com o Líbano, bem como ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza.
Uma das rajadas de 'rockets' foi dirigida para o porto da cidade de Haifa, no norte do país, mas a maioria foi intercetada e os restantes caíram em espaços abertos, referiram os militares israelitas.
Hoje de manhã, aviões israelitas bombardearam vários alvos nos subúrbios do sul de Beirute, área conhecida como Dahye, onde a intensidade dos ataques provocou o colapso de vários edifícios e onde a imprensa hebraica afirma que o candidato a líder do grupo xiita Hezbollah, Hashem Safi, foi atacado.
Um avião com 30 toneladas de material médico aterrou hoje em Beirute, a primeira ajuda da ONU desde o início dos bombardeamentos israelitas no Líbano, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O avião, proveniente do Dubai, aterrou hoje de manhã "com 30 toneladas de material cirúrgico, suficiente para tratar dezenas de milhares de pessoas", disse a diretora regional da OMS, Hanan Balkhy.
"Outros aviões deverão chegar ainda hoje e amanhã [sábado]", acrescentou Balkhy nas redes sociais, citada pela agência francesa AFP.
De acordo com as autoridades libanesas, trata-se da primeira entrega de ajuda humanitária por parte da agência da ONU desde o início da campanha de bombardeamentos israelitas, em 23 de setembro.
O ministro da Saúde libanês, Firas Abiad, que esteve presente no aeroporto, disse que a ajuda será "crucial para apoiar os hospitais libaneses".
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, com uma espingarda ao seu lado, afirmou hoje que o ataque com mísseis contra Israel na terça-feira foi "totalmente legítimo", num discurso perante milhares de pessoas em Teerão.
"A operação levada a cabo pelas nossas forças armadas há alguns dias foi totalmente legítima", disse o 'ayatollah' Khamenei durante um sermão numa grande mesquita por ocasião das orações de sexta-feira, citado pela agência francesa AFP.
Khamenei também descreveu como legítimo o ataque do grupo palestiniano Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou o conflito em curso na região.
O Exército israelita efetuou hoje um ataque no leste do Líbano, junto à fronteira com a Síria, cortando a principal estrada entre os dois países, disseram as autoridades libanesas.
Israel acusa o movimento libanês Hezbollah de contrabandear armas ao longo da estrada que faz a ligação entre o Líbano e a Síria, naquela zona.
De acordo com a agência noticiosa oficial libanesa ANI, "aviões de guerra inimigos (Israel) fizeram um ataque à zona de Masnaa, provocando o corte da estrada internacional".
É nesta zona do vale de Bekaa que se situa o principal posto fronteiriço com a Síria.
Dezenas de milhares de pessoas utilizaram esta estrada nos últimos dias para fugir do Líbano, onde Israel tem feito bombardeamentos intensivos contra o Hezbollah (Partido de Deus).
"A estrada que conduz ao principal corredor humanitário para milhares de libaneses está agora cortada após um ataque israelita", disse à France Presse o ministro libanês dos Transportes, Ali Hamieh.
Israel alegou que o Hezbollah estava a utilizar a estrada para transportar armas da Síria, um aliado do movimento pró-iraniano.
O líder supremo do Irão disse que a luta do partido libanês Hezbollah, apoiado por Teerão, presta um "serviço vital a toda a região".
Khamenei disse que Israel "não pode prejudicar seriamente" o Hezbollah e o Hamas, e que os aliados do Irão "não vão recuar".
"A resistência na região não recuará, apesar dos seus mártires, e conquistará a vitória", declarou, durante uma rara pregação em Teerão, proferida principalmente em árabe, segundo a AFP.
Israel "não tem muito mais tempo" para viver, afirmou.
Segundo Khamenei, o ataque do Irão contra Israel, na terça-feira, é a menor das respostas.
"O que as nossas forças militares fizeram foi o menor dos castigos para a agressão do regime israelita", disse, citado pela agência espanhola EFE.
O líder do Hezbollah Hassan Nasrallah, morto há uma semana num ataque israelita, foi "enterrado temporariamente" num local não revelado por se temer que o seu funeral fosse alvo de Israel, disse hoje uma fonte próxima do grupo libanês.
"Sayyed Hassan Nasrallah foi enterrado num local temporário, enquanto se aguarda por circunstâncias que permitam um funeral popular", disse a mesma fonte, que pediu o anonimato.
A morte do líder do movimento fundamentalista islâmico libanês foi anunciada no sábado passado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, iniciou hoje uma visita ao Líbano, a primeira deslocação de um membro do governo de Teerão após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
"A nossa delegação encabeçada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros integra dois parlamentares e o Presidente do Crescente Vermelho e vai reunir-se com altos funcionários libaneses", disse o porta-voz da diplomacia de Teerão, Ismail Baghaei.
A visita decorre no dia em que o exército israelita ordenou a evacuação imediata de mais 36 aldeias no sul do Líbano, acusando o Hezbollah de ações que "obrigam a agir".
"Para vossa segurança, devem sair imediatamente das vossas casas e dirigir-se para norte do rio Awali, para salvarem as vossas vidas", declarou o porta-voz do Exército israelita, Avichay Adraee, num comunicado escrito em árabe.
O rio Awali situa-se a quase 50 quilómetros da região de Tiro, onde se concentram muitas das aldeias que devem ser evacuadas.
Adraee advertiu no mesmo comunicado, divulgado nas redes sociais, que "qualquer pessoa que esteja perto de membros do Hezbollah, instalações e meios de combate coloca a vida em risco", e que qualquer casa que tenha servido os objetivos do grupo xiita vai ser alvo dos israelitas.
O grupo islamita palestiniano Hamas apelou aos habitantes da Cisjordânia ocupada para se manifestarem hoje, para "escalar o conflito" com Israel, depois de um ataque israelita ter causado 18 mortos num campo de refugiados.
"Apelamos ao povo da Cisjordânia para que saia às ruas em todas as províncias com demonstrações massivas de raiva, para trabalhar para escalar o conflito e enfrentar a ocupação", disse o braço militar do Hamas, as Brigadas al Qassam, num comunicado.
A organização defendeu a "necessidade de mobilização" hoje, ao mesmo tempo que classificou o ataque aéreo de quinta-feira contra o campo de refugiados de Tulkarem, no norte da Cisjordânia, como "uma escalada perigosa".
A Autoridade Palestiniana anunciou quinta-feira à noite a morte de 18 pessoas na sequência do ataque israleita.
Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas deu o seu apoio total ao secretário-geral da ONU, António Guterres, depois de ter sido declarado 'persona non grata' pelo Governo israelita.
Na noite de quinta-feira, todos os membros do Conselho "sublinharam a necessidade de todos os estados membros [da ONU] terem uma relação produtiva e funcional com o secretário-geral e se absterem de qualquer ação que prejudique o seu trabalho e o dos seus serviços", sem mencionar Israel.
"Qualquer decisão que não envolva o secretário-geral da ONU ou as Nações Unidas é contraproducente, especialmente no contexto de uma escalada de tensões no Médio Oriente", alertaram os 15 países, numa declaração escrita do Conselho, que em outubro é presidido pela Suíça.
Também os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, a União Europeia, Portugal e o Brasil já manifestaram apoio a Guterres e deixaram críticas à decisão de Telavive.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu na quinta-feira a Israel que reconsidere a decisão, acompanhando a posição tomada na quarta-feira pelo Governo português.
"Penso que seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude, por ser desproporcionada", referiu.
A decisão foi anunciada na quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão a Israel, na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz, num comunicado.
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