Antóni Guterres. Foto: AFP
Antóni Guterres. Foto: AFPAFP

ONU alerta: "Nenhum lugar é seguro em Gaza"

Lynn Hastings "continua a avisar os habitantes da cidade de Gaza de que aqueles que permanecem em casa estão a colocar-se em perigo".
Publicado a
Atualizado a

A coordenadora dos assuntos humanitários da ONU para os territórios palestinianos alertou esta quinta-feira que "nenhum lugar é seguro em Gaza" devido aos bombardeamentos israelitas no território desde o início da guerra com o Hamas.

Lynn Hastings afirmou em comunicado que os "avisos prévios" emitidos pelo exército israelita para que as pessoas se retirem das zonas que pretende atingir "não fazem qualquer diferença".

"Nenhum sítio é seguro em Gaza", afirmou Hastings, citada pela agência francesa AFP.

A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, que as autoridades israelitas dizem ter causado mais de 1.400 mortos.

Israel prometeu aniquilar o grupo islamita palestiniano e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza, com um saldo de mais de 6.500 mortos, segundo o Hamas.

Hasting disse que o exército israelita "continua a avisar os habitantes da cidade de Gaza de que aqueles que permanecem em casa estão a colocar-se em perigo".

Referiu que, em alguns casos, a notificação do exército israelita] "encoraja as pessoas a irem para uma zona humanitária em Al-Mawasi", situada a oeste da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

"Para as pessoas que não podem fugir, porque não têm para onde ir ou não podem deslocar-se, os avisos precoces não fazem qualquer diferença", disse a coordenadora da ONU.

Hastings lamentou que as pessoas tenham de enfrentar escolhas impossíveis "quando as rotas de evacuação são bombardeadas, (...) quando faltam os bens essenciais à sobrevivência e quando não há garantias de regresso".

Referindo que a ONU tenciona "prestar ajuda onde quer que as pessoas estejam a precisar", Lynn Hastings recordou que "a condução de conflitos armados em qualquer lugar é regida pelo direito internacional humanitário".

"Isto significa que os civis devem ser protegidos e dispor do essencial para a sua sobrevivência, onde quer que se encontrem e quer decidam deslocar-se ou ficar", afirmou.

"Significa também que os reféns - todos os reféns - devem ser libertados imediata e incondicionalmente", acrescentou.

Mais de 200 pessoas foram raptadas em Israel durante o ataque do Hamas.

O "número dois" da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou que os reféns estrangeiros em Gaza "são convidados" do grupo islamita.

Quanto aos israelitas, "serão trocados" por prisioneiros palestinianos, acrescentou Al-Arouri numa entrevista a um canal da milícia libanesa Hezbollah divulgada hoje.

O Hamas libertou quatro dos reféns em duas ocasiões, duas jovens e duas idosas, por razões humanitárias.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt