Novo ministro do Interior do Afeganistão na lista de terroristas do FBI
O FBI escreveu que acredita que Haqqani permanece no Paquistão e considera-o "um terrorista global", devido aos "laços estreitos com os talibãs e a Al-Qaeda"
O novo ministro do Interior do Afeganistão, Sirajuddin Haqqani, está na lista de terroristas do FBI.
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Haqqani lidera a rede Haqqani, um grupo de guerrilheiros ligado à Al-Qaeda, encarregado da segurança em Cabul.
Os Estados Unidos estão a oferecer uma recompensa de até cinco milhões de dólares (4,21 milhões de euros) por informações que possam levar à captura de Sirajuddin Haqqani.
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O FBI escreveu que acredita que Haqqani permanece no Paquistão e considera-o "um terrorista global", devido aos "laços estreitos com os talibãs e a Al-Qaeda"
Sirajuddin Haqqani é procurado para interrogatório sobre a sua ligação ao ataque de janeiro de 2008 a um hotel em Cabul, Afeganistão, que matou seis pessoas, incluindo um cidadão americano. Acredita-se que o agora governante do Afeganistão coordenou e participou em ataques transfronteiriços contra os Estados Unidos, assim como no planeamento da tentativa do então presidente afegão, Hamid Karzai, em 2008.
Mohammad Hassan Akhund vai assumir a chefia do novo Governo afegão, anunciou esta terça-feira o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico.
O cofundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid numa conferência de imprensa em Cabul.
Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o mullah Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o 'mullah' [designação dada a um muçulmano, educado na teologia islâmica e na lei sagrada] Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.
Amir Khan Muttaqi, negociador dos talibãs em Doha, chefiará o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"O Governo não está completo", sublinhou Mujahid, assegurando que o movimento, que prometeu um executivo "inclusivo", vai tentar "arranjar pessoas de outras regiões do país".
Os talibãs tinham indicado há uma semana que estavam quase concluídas as rondas de consultas para a formação do novo Governo, que se tornou mais urgente após a partida, a 31 de agosto, do último avião com soldados norte-americanos.
Após quase duas décadas de presença de forças militares norte-americanas e da NATO, os talibãs tomaram o poder em Cabul a 15 de agosto, culminando uma rápida ofensiva que os levou a controlar as capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas dez dias.
Desde então, os combatentes islamitas radicais asseguraram em várias ocasiões a intenção de formar um Governo islâmico "inclusivo", que represente todas as tribos e etnias do Afeganistão.
A comunidade internacional advertiu que julgará o movimento fundamentalista pelas suas ações, nomeadamente quanto às promessas de respeitarem os direitos das mulheres.
Sinal da desconfiança em relação às suas palavras são as manifestações organizadas nos últimos dias em Cabul por ativistas, bem como por afegãos que denunciaram a violenta repressão do regime na região de Panshir, onde se encontra uma bolsa de resistência armada aos talibãs.
Questionado sobre as manifestações de sábado, dispersas também à força pelos talibãs, o porta-voz sublinhou que alguns "ainda não foram formados" para lidar com os protestos e apelou aos manifestantes para avisarem as autoridades 24 horas antes de qualquer concentração.