O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que se está a preparar de maneira permanente para a "luta armada" na "defesa da democracia, da paz e da estabilidade" do país."Eles pensam que estamos a jogar. Não estamos a jogar. Estamos a preparar-nos permanentemente para a luta armada em defesa da democracia, da paz, da institucionalidade, da estabilidade e do direito ao futuro da Venezuela", disse na quinta-feira.Maduro falava no "balcão do povo", do palácio presidencial de Miraflores, ao finalizar uma marcha de simpatizantes que assinalou o 67.º aniversário da queda da ditadura de Marco Pérez Jimenez e coincidiu com o segundo e último dia de exercícios militares e policiais do Escudo Bolivariano 2025."Há que estar preparado para defender a paz", vincou, sublinhando que os exercícios são uma maneira de estar alerta perante ameaças internas e externas.Maduro sublinhou a importância da colaboração entre o Governo, as Forças Armadas e o povo para manter a estabilidade e a paz na Venezuela, sendo chave para enfrentar qualquer tentativa de desestabilização."Estamos em luta permanente contra os inimigos do povo, da paz, contra os terroristas e os criminosos", disse Maduro, que acusou dois ex-presidentes da Colômbia, Iván Duque e Álvaro Uribe, de enviar drogas a grupos criminosos na Venezuela, em coordenação com a oposição venezuelana.Durante dois dias, 22 e 23 de janeiro, a Venezuela realizou os exercícios militares e policiais do Escudo Bolivariano 2025, com 150 mil oficiais envolvidos, com o propósito de avaliar a capacidade de defesa do país.Em 12 de janeiro, o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) pediu uma intervenção internacional, apoiada pelas Nações Unidas, para afastar Maduro do poder.O pedido ocorreu um dia depois de Maduro tomar posse para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais."Pedimos uma intervenção internacional, de preferência apoiada pelas Nações Unidas, para remover estes tiranos do poder e convocar imediatamente eleições livres", disse Uribe, num evento político em Cúcuta, nas proximidades da fronteira colombo-venezuelana, citado pela agência de notícias EFE.O ex-presidente da Colômbia apelou ainda às Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela para que "cumpram as suas funções de acordo com a Constituição" venezuelana e "ajudem a desalojar a ditadura".Em resposta, Nicolás Maduro disse que "a Venezuela tem--se preparado, juntamente com Cuba, com a Nicarágua, com os nossos irmãos mais velhos do mundo, para que, se um dia tivermos de pegar nas armas para defender o direito à paz, o direito à soberania e os direitos históricos da nossa pátria, possamos travar a batalha e voltar a ganhá-la".