Netanyahu será submetido a uma cirurgia este domingo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, será submetido este domingo a uma cirurgia a uma hérnia, anunciou o seu gabinete, que explicou que operação exige a aplicação de anestesia geral.
O ministro da Justiça, Yariv Levin, que tem o cargo de vice-primeiro-ministro, assumirá as funções de Netanyahu durante a cirurgia, segundo o governo.
Os médicos descobriram a hérnia no sábado durante um exame de rotina e, após consultas, foi tomada a decisão operar o primeiro-ministro, informou o seu gabinete.
Netanyahu foi hospitalizado em julho, no centro médico de Sheba, em Tel Hahomer, para lhe ser implantado um pacemaker, depois de ter desmaiado.
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro há mais tempo em funções na história de Israel, enfrenta uma das maiores crises da história do país desde o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, ao qual Israel respondeu lançando uma guerra na Faixa de Gaza, onde o movimento islamita palestiniano tomou o poder em 2007.
O anúncio da cirurgia acontece em plena guerra, num dia em que, segundo o governo da Faixa de Gaza, um avião da força aérea israelita bombardeou o pátio do Hospital dos Mártires de al-Aqsa, na cidade de Deir al Balah, o hospital mais importante do centro de Gaza, causando várias vítimas.
O exército israelita afirmou que as vítimas pertencem a um "comando operacional" do grupo da 'Jihad Islâmica' palestiniana, enquanto o Governo de Gaza referiu "mártires e feridos" entre um grupo de deslocados e jornalistas.
"Um avião da força aérea israelita atingiu recentemente com precisão um centro de comando operacional da 'Jihad Islâmica' palestiniana e terroristas que operavam a partir do pátio do Hospital dos Mártires de al-Aqsa, na zona de Deir al-Balah", refere Israel num comunicado militar, acrescentando que o complexo não foi danificado e continua operacional.
No norte, o cerco militar contra o Hospital al-Shifa completou este domingo duas semanas de ofensiva, com mais de 400 mortos, segundo dados do Governo do Hamas, metade dos quais - segundo Israel - eram milicianos da 'Jihad' ou do 'Hamas'.
"O exército de ocupação 'israelita' cometeu crimes ao destruir, incendiar e atacar 1.050 casas nas imediações do complexo médico de Shifa, matando mais de 400 mártires e prendendo e torturando centenas de pacientes e pessoas deslocadas", afirmou, num comunicado, o porta-voz do Governo da Faixa de Gaza.
De acordo com os números divulgados este domingo, cerca de 32.800 pessoas morreram desde o início da guerra, em 07 de outubro, mais de 70% das quais mulheres e crianças, e cerca de 30 crianças morreram de subnutrição aguda, segundo as autoridades sanitárias de Gaza, que enfrenta agora também a fome.
Na noite deste domingo, tem início em Jerusalém um protesto de quatro dias contra o governo, que pela primeira vez incluirá também as famílias dos reféns raptados pelo Hamas na Faixa de Gaza, e que apelará à classe política para que chegue a um acordo para libertar os prisioneiros e convocar novas eleições.
Os manifestantes iniciarão uma marcha às 18:15 locais (16:15, hora de Lisboa) pelo bairro de Givat Ram - onde se situam as estruturas de poder de Israel - até ao Knesset (parlamento), onde tencionam acampar durante quatro dias, durante os quais se realizarão também protestos noturnos.