Comandante do Hamas foi morto em ataque no norte do Líbano.
Comandante do Hamas foi morto em ataque no norte do Líbano.EPA/STRINGER

Netanyahu diz que Israel “mudou claramente o curso da guerra” contra o Hezbollah

As forças israelitas estão a ultimar a resposta ao ataque do Irão, dizendo que esta será “significativa”. Enquanto isso, prosseguem os ataques no Líbano, atingindo pela primeira vez o norte do país. EUA alertam para ameaça de ataques no aniversário do 7 de outubro.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse este sábado que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) já conseguiram destruir grande parte do arsenal do Hezbollah e dos túneis entre o Líbano e Israel. “Apesar de ainda não termos removido completamente a ameaça, mudámos claramente o curso da guerra”, afirmou, insistindo também que o país “tem o dever e o direito de se defender e de responder” ao ataque do Irão. “Faremos isso.”

As fontes das IDF disseram aos media israelitas que a resposta ao ataque de terça-feira está a ser ultimada e será “significativa”. Este sábado, chegou a Israel o chefe do Comando Central dos EUA, o general Erik Kurilla, que, segundo o jornal Haaretz, participará na coordenação da retaliação. O presidente norte-americano, Joe Biden, já disse publicamente ser contra um ataque às infraestruturas nucleares iranianas, mas também afirmou que, se estivesse no lugar de Netanyahu, pensaria noutras “alternativas” a um ataque às instalações petrolíferas.

Enquanto não respondem ao Irão, as IDF prosseguem os bombardeamentos no Líbano, tendo atingido pela primeira vez a região norte. O ataque contra um campo de refugiados em Beddawi, próximo de Trípoli (a segunda maior cidade do país), matou um comandante do Hamas, Saeed Atallah Ali, e a sua família. Apesar de Netanyahu dizer que os seus militares já destruíram grande parte do arsenal do Hezbollah, mais de cem projéteis foram lançados só ontem contra o território israelita.

“Enquanto Israel luta contra as forças da barbárie lideradas pelo Irão, todos os países civilizados deveriam estar firmemente ao lado de Israel. No entanto, o presidente [francês Emmanuel] Macron e alguns outros líderes ocidentais apelam agora a um embargo de armas contra Israel. Deviam ter vergonha”, disse também Netanyahu. Macron defendeu ontem que “a prioridade é regressar a uma solução política e parar a entrega de armas usadas nos combates em Gaza”. E anunciou que França não está a enviar armas para Israel. 

Aniversário do ataque

O presidente israelita, Isaac Herzog, disse ontem numa mensagem para assinalar o primeiro aniversário dos atentados de 7 de outubro que as “feridas” desse dia “não podem cicatrizar totalmente” porque “os reféns continuam a ser torturados, executados e a morrer no cativeiro”. E o Irão e os seus “procuradores terroristas” - em referência ao Hamas, ao Hezbollah, mas também às milícias iraquianas ou aos Houthis no Iémen - são uma “ameaça contínua” para Israel.

Nos EUA, o FBI e o Departamento de Segurança Interna lançaram um alerta contra a ameaça de atos violentos no aniversário do atentado terrorista do Hamas. A data “pode ser um fator de motivação para extremistas violentos e perpetradores de crime de ódio se envolverem em violência ou ameaçar a segurança pública”, referiram em comunicado. Sinagogas ou mesquitas, mas também outros locais associados com judeus, árabes ou muçulmanos “representam alvos atraentes para ataques violentos ou falsas ameaças”, explicaram.

Mas o alerta não foi dado só nos EUA. Em França, por exemplo, o ministro do Interior, Bruno Retailleau, pediu um reforço do dispositivo de segurança em torno de locais de reunião ou locais de culto em todo o país. Na Alemanha, as autoridades lembram que o Estado Islâmico e a Al-Qaeda continuam a lançar apelos à ação dos seus seguidores no Ocidente. Na passada quarta-feira, explodiram duas granadas perto da embaixada israelita na Dinamarca - sem fazer vítimas, mas causando alguns danos num edifício próximo. Dois jovens suecos, de 16 e 19 anos, estão a ser investigados por suspeita de terrorismo. Também junto à embaixada israelita na Suécia foram disparados tiros no início da semana, com as autoridades a suspeitar do envolvimento do Irão.

Contactado pelo DN sobre a situação em Portugal, o Sistema de Segurança Interna não quis responder, mas fonte policial explicou que o nível de alerta mantém-se no 3 - “significativo”. 

susana.f.salvador@dn.pt

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