Naim Qassem fez a primeira intervenção após suceder a Nasrallah.
Naim Qassem fez a primeira intervenção após suceder a Nasrallah.EPA/WAEL HAMZEH

“Não vamos implorar por um cessar-fogo”, diz Hezbollah. Já haverá proposta de acordo

Na primeira intervenção após suceder a Nasrallah, Naim Qassem diz que manterá plano de guerra contra Israel.
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O novo líder máximo do Hezbollah, Naim Qassem, mostrou-se esta quarta-feira aberto a uma trégua com Israel, mas apenas se as condições forem “adequadas”. O grupo xiita libanês “não vai implorar por um cessar-fogo”, defendeu na sua primeira intervenção após suceder oficialmente a Hassan Nasrallah - morto num bombardeamento israelita em Beirute a 27 de setembro. Segundo a televisão israelita, já haverá uma proposta em cima da mesa que prevê a retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) do Sul do Líbano numa semana.

“Sempre dissemos que não queremos a guerra, mas estamos preparados no caso de nos imporem e faremos isso com firmeza e triunfaremos, se Deus quiser”, disse Qassem, afirmando que o único objetivo do Hezbollah “é proteger Líbano” e “apoiar a Palestina”. E insistiu: “Se os israelitas decidirem parar a agressão, dizemos que aceitamos, mas de acordo com as condições que consideramos adequadas”.

O novo líder do Hezbollah, que alguns dizem que fugiu do Líbano e está no Irão, mostrou-se disposto a continuar “o mesmo plano de guerra” de Nasrallah. E garantiu que “nenhum projeto [de cessar-fogo] foi proposto com o qual Israel concorde e que possamos discutir”. 

Mas, segundo a televisão israelita KAN, já haverá um plano de cessar-fogo em cima da mesa. Isto numa altura em que as IDF intensificaram os bombardeamentos em várias localidades no sul do Líbano, após ordens de evacuação de Baalbek - incluindo as ruínas romanas que são património da UNESCO. Pelo menos 11 pessoas morreram, disse a agência de notícias libanesa.

A proposta de cessar-fogo, com um período de implementação de 60 dias, prevê a retirada das IDF uma semana após o fim das hostilidades. Isto depois de o exército libanês ser destacado para a fronteira e confiscar todas as armas do Hezbollah. As forças de paz da ONU facilitam a transição. No final dos 60 dias, Israel e Líbano negoceiam de forma indireta, com a mediação dos EUA, a forma de implementar totalmente a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU - aprovada após a guerra de 2006 - e resolver as disputas de fronteira.

Uma delegação dos EUA viajou esta quarta-feira para Israel para prosseguir as negociações sobre um cessar-fogo não só no Líbano, mas também na Faixa de Gaza. Uma fonte do Hamas, que falou sob anonimato à agência francesa AFP, garantiu que irá estudar qualquer proposta de cessar-fogo, desde que esta inclua a retirada das IDF do enclave palestiniano.

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