MPLA aguarda resultados e diz que litigância se faz nos tribunais
Vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA, que está no poder, disse que se deve "aguardar serenamente os resultados" das eleições. A "litigância ou o litígio faz-se nos tribunais", defendeu em reação à contestação da UNITA.
O MPLA defendeu esta quinta-feira que se deve esperar "serenamente" os resultados definitivos das eleições de quarta-feira em Angola e que a litigância se faz nos tribunais, numa reação à contestação da UNITA aos resultados provisórios.
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"Devemos todos esperar os resultados definitivos da CNE e a litigância ou o litígio faz-se nos tribunais (...). Vamos aguardar serenamente os resultados, como já tem sido tradição em Angola", disse à Lusa João Pinto, vice-presidente da bancada parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder em Angola.
O porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou na quarta-feira à noite os primeiros resultados provisórios das eleições gerais de Angola, que davam vantagem ao MPLA.
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Pouco depois, o número dois das listas da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), Abel Chivukuvuku, afirmou que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontam para uma vitória do partido.
"Não basta querer que haja alternância. É preciso transmitir confiança. Esse é o grande problema da nossa oposição, sobretudo da UNITA"
Em declarações hoje à Lusa, João Pinto sublinhou que "num Estado de Direito democrático, as instituições que divulgam os resultados eleitorais são as instituições constitucionalmente competentes", que no caso de Angola é a CNE, "constituída por cidadãos idóneos", quase metade dos quais indicados pela oposição, e "dirigida por um magistrado que suspende a sua função".
Para o deputado do MPLA, a UNITA "não tem a cultura de aceitar em primeira mão os resultados, ainda que provisórios, e felicitar quem venceu. Usa sempre uma narrativa de vitimização, com excesso de entusiasmo, sem ter em conta que os resultados eleitorais não dependem apenas da vontade de quem concorre".
"Não basta querer que haja alternância. É preciso transmitir confiança. Esse é o grande problema da nossa oposição, sobretudo da UNITA", afirmou, acusando o principal partido da oposição em Angola de "procurar desacreditar ou criar dúvidas nas instituições", disse João Pinto, recordando que "havendo discordância" com os resultados eleitorais, os partidos "devem recorrer ao Tribunal Constitucional".
A CNE anunciou hoje que o MPLA está à frente na contagem dos votos, com 52,8% dos votos, seguido da UNITA, com 42,8%, quando estão escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais desta quarta-feira.