Simitis em 2003.
Simitis em 2003.EPA/MARIA MAROGIANNI

Morreu o reformista grego Costas Simitis

Foi cofundador do PASOK, ministrodas Finanças, e primeiro-ministro em dois mandatos e um convicto europeísta e modernizador.
Publicado a
Atualizado a

O governo grego decretou quatro dias de luto nacional pela morte, aos 88 anos, de Costas Simitis, antigo primeiro-ministro socialista a quem é creditado um papel como reformista e essencial para a entrada do seu país no euro.

Nascido em 1936, filho de um resistente da ocupação nazi e de uma feminista, Costas Simitis formou-se como o pai em Direito, mas também em Economia e Política. Lutou contra a ditadura militar (1967-1974), tendo obtido asilo político na Alemanha. Com o fim da junta dos coronéis foi cofundador do partido socialista (PASOK), em 1974. Nos governos de Andreas Papandreou - com quem manteve uma relação conflituosa - destacou-se como ministro das Finanças, tendo chefiado um programa de reformas (e de austeridade). Em 1996, na sequência da demissão de Papandreou, doente, Simitis foi eleito líder do partido. Venceu as eleições nesse ano e foi reeleito em 2000.

“A modernização não tem prazo de validade” era o lema de Simitis. O PM conservador Kyriakos Mitsotakis curvou-se perante o “digno e nobre adversário político” que “acompanhou a Grécia nos grandes passos nacionais: a integração na zona euro e na entrada de Chipre na Europa”.

Um "líder excecional", declarou por sua vez o presidente cipriota Niko Christodoulides. “A sua voz política calma, longe do populismo, e a sua linha de ação política baseavam-se numa filosofia de modernização e de reforma”, acrescentou.

Foi a oposição do próprio partido à reforma das pensões que acabou por traçar o seu destino, pelo que se demitiu em 2004. Em 2009, um ano depois de ter sido afastado do Parlamento por George Papandreou, Simitis avisou que a má gestão levaria o FMI a Atenas, o que acabou por acontecer, com o país em bancarrota.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt