Morreu Donald Rumsfeld, falcão de George W. Bush

Foi o mais novo e o mais velho secretário da Defesa norte-americano e ficará para sempre ligado à invasão do Iraque e do Afeganistão. Tinha 88 anos.
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Foi através do Twitter que os familiares informaram da morte de Donald Rumsfeld, o antigo secretário da Defesa que trabalhou nas administrações de Gerald Ford, entre 1975 e 1977, e de George W. Bush, entre 2001 e 2006. Tinha 88 anos. Tendo sido o único dirigente a liderar o Pentágono por duas vezes, e o mais novo e o mais velho (à época) no início de cada mandato, deixa um legado controverso, em especial na gestão da resposta aos ataques terroristas do 11 de Setembro, invasão do Iraque e Afeganistão incluídos.

Nascido em Chicago, Rumsfeld iniciou a sua carreira na política como congressista eleito pelo Partido Republicano no Ilinois, em 1963. Sete anos depois foi trabalhar para a administração de Richard Nixon, e entre os vários cargos foi conselheiro do presidente. A substituição de Nixon por Gerald Ford levou-o a chefe de gabinete e, mais tarde, a secretário da Defesa.

Sai com Ford da administração e ingressa na atividade privada, onde tem um registo de empresário de sucesso. Durante esse tempo aceitou ser enviado especial de Ronald Reagan para o Médio Oriente. "Um fenómeno especial de Washington: o hábil político-burocrata a tempo inteiro em que a ambição, a capacidade e essência se fundem na perfeição", retratou certa vez Henry Kissinger.

Mas foi a sua segunda passagem pelo Pentágono que perdurará. Foi um dos propagadores da teoria não comprovada das armas de destruição maciça do regime de Saddam Hussein. Nos EUA foi inicialmente elogiado por ter conduzido os militares à guerra na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, mas acabou por não conseguir gerir as consequências da invasão.

Os seus críticos dizem que foi lento a reconhecer a insurreição, a elaborar uma estratégia para a combater e a estabelecer uma política para o tratamento dos prisioneiros depois do escândalo de Abu Ghraib. Sob críticas, Bush acabou por substitui-lo no final de 2006, três anos e meio depois da Guerra do Iraque e logo após uma eleição em que os republicanos perderam o controlo do Congresso.

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