Míssil russo sobrevoou ou não um país da NATO a caminho da Ucrânia?
Roménia nega que tenha havido violação do seu espaço aéreo. Já a Moldávia, que não faz parte da Aliança, confirmou.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou que o ataque massivo de mísseis lançado esta sexta-feira pela Rússia contra o seu país representa um "desafio para a NATO", alegando que dois projéteis sobrevoaram o espaço aéreo de um dos membros da Aliança Atlântica, a Roménia. Contudo, o governo romeno nega que isso tenha acontecido.
Relacionados
O Ministério da Defesa da Roménia disse ter detetado um "alvo aéreo lançado do Mar Negro por um navio da Federação Russa", mas "em nenhum momento cruzou" o seu espaço aéreo. Já a ex-república soviética da Moldávia confirmou que pelo menos um míssil sobrevoou o país, convocando o embaixador de Moscovo.
"Este é um terror que pode e deve ser parado", disse Zelensky, alegando ter havido vítimas dos ataques com mísseis. A Força Aérea ucraniana disse que os seus sistemas de defesa conseguiram abater 61 dos 71 mísseis, antes que estes chegassem aos seus alvos - as infraestruturas críticas do país.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
De acordo com o comandante das Forças Armadas ucraniano, o general Valerii Zaluzhnyi, pelo menos dois mísseis cruzaram o espaço aéreo da Moldávia e da Roménia. Em causa estão mísseis Kalibr, lançados do Mar Negro, que terão cruzado a fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia às 10.18 locais, seguindo para a Roménia às 10.33, no cruzamento das fronteiras, antes de entrar de novo na Ucrânia. Os EUA indicaram não ter sido detetada "uma ameaça direta" da Rússia dirigida à Moldávia ou à Roménia.
Ao contrário dos romenos, os moldavos confirmaram que pelo menos um míssil cruzou o seu território e chamaram o embaixador russo para exigir explicações. "Às 10.18, um míssil cruzou o espaço aéreo, sobre a localidade de Mocra, na região da Transnístria e, depois, sobre a localidade de Cosauti, no distrito de Soroca, rumo à Ucrânia", indicou em comunicado o Ministério da Defesa moldavo, condenando tal violação. Não é, contudo, a primeira vez que acontece.
As várias crises causadas no país pela invasão russa da Ucrânia levaram, entretanto, a primeira-ministra Natalia Gavrilita a pedir a demissão, após 18 meses no cargo. A presidente Maia Sandu já nomeou um substituto, o empresário e antigo ministro do Interior Dorin Recean, que atualmente desempenhava o papel de conselheiro de Segurança Nacional e Defesa.
Em vésperas do primeiro aniversário da invasão, o Kremlin anunciou esta sexta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, vai pronunciar o seu discurso do Estado da Nação a 21 de fevereiro.
Já o presidente norte-americano, Joe Biden, irá visitar a Polónia - aliado da NATO - entre 20 e 22 de fevereiro. Segundo a Casa Branca, terá um encontro com o homólogo polaco, Andrzej Duda, e representantes do grupo Bucareste 9, que reúne os membros da Aliança do Leste da Europa.
Com agências
Partilhar
No Diário de Notícias dezenas de jornalistas trabalham todos os dias para fazer as notícias, as entrevistas, as reportagens e as análises que asseguram uma informação rigorosa aos leitores. E é assim há mais de 150 anos, pois somos o jornal nacional mais antigo. Para continuarmos a fazer este “serviço ao leitor“, como escreveu o nosso fundador em 1864, precisamos do seu apoio.
Assine aqui aquele que é o seu jornal