Milhões de famílias americanas, que não puderam pagar as rendas das suas casas durante meses por causa da crise provocada pela pandemia, correm o risco de ser despejadas a partir deste sábado, quando expira a moratória que os protegia..Os congressistas da Câmara dos Representantes não chegaram a um acordo na sexta-feira para dar tempo adicional aos inquilinos em dificuldades. Isso, apesar de a variante Delta do coronavírus estar a provocar um novo surto de casos de covid-19..Uma comissão parlamentar propôs estender a moratória até 31 de dezembro, mas não obteve apoio suficiente, nem mesmo nas fileiras democratas.."Infelizmente, nem um único republicano apoia esta medida. (...) É muito dececionante que os republicanos na Câmara e no Senado se tenham recusado a trabalhar connosco nessa questão", lamentou a presidente democrata da câmara baixa, Nancy Pelosi, em comunicado..Fonte do Congresso disse à AFP que a proposta também está longe de ter o apoio unânime da bancada democrata.."Este é um problema de saúde pública", disse Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, sexta-feira, durante uma conferência de imprensa..Os parlamentares da Câmara começaram sábado as suas férias, até o final de agosto, e seguem-se os senadores uma semana depois, afastando qualquer esperança de um acordo rápido..O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) ordenou a suspensão dos despejos em setembro de 2020, já que a maior economia do mundo tinha perdido mais de 20 milhões de empregos devido aos encerramentos durante a pandemia. O CDC argumentou que o aumento de pessoas sem teto aumentaria o contágio de covid-19..Agora, mais de 10 milhões de pessoas estão com a renda atrasada, estima o CBPP, um instituto de pesquisa independente..E cerca de 3,6 milhões de inquilinos acreditam que correm o risco de serem despejados em dois meses, de acordo com um estudo do Escritório de Estatística realizado no início de julho com 51 milhões de inquilinos..O presidente Joe Biden pediu ao Congresso na quinta-feira que prorrogasse a moratória, depois de uma decisão do Suprema Tribunal, em junho, ter determinado que a Casa Branca não poderia fazê-lo. Mas muitos censuram-no por ter esperado até o último momento.