Marcelo fala em missão plenamente sucedida. Portugal sai "de cabeça erguida"
O Presidente da República considerou esta sexta-feira que, com a missão "plenamente sucedida" que permitiu retirar 58 cidadãos afegãos de Cabul, Portugal "sai de cabeça erguida" do Afeganistão, tendo cumprido um "princípio moral".
"Portugal sai de cabeça erguida daquilo que era o cumprimento de um princípio moral. Quem esteve connosco sempre, em situações difíceis, merecia que nós estivéssemos com eles e elas na situação mais difícil da sua vida, que é a situação de assistir ao drama a que se assiste com o povo afegão", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava na Base Aérea de Figo Maduro, no aeroporto de Lisboa, onde recebeu, com o ministro da Defesa, os quatro militares portugueses que tinham sido destacados para o aeroporto de Cabul e os 24 primeiros cidadãos afegãos que irão ficar no país.
Os 24 cidadãos afegãos que trabalharam com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas para o Afeganistão, assim como os seus familiares, chegaram esta sexta-feira, por volta das 21:15, ao aeroporto de Lisboa, no âmbito da missão de resgate que foi levada a cabo por quatro militares portugueses que estiveram em Cabul.
No total, segundo o ministro da Defesa, terão sido retirados 58 cidadãos afegãos que deverão chegar a Portugal entre esta sexta-feira, sábado e domingo.
Os quatro militares portugueses encontravam-se em Cabul desde quarta-feira de madrugada, tendo como missão apoiar a retirada de cidadãos afegãos do país.
O ministro da Defesa Nacional afirmou que os quatro militares portugueses destacados para Cabul foram honrar as "dívidas de gratidão" que Portugal tinha para com os afegãos, tendo cumprido "em pleno" a sua missão.
"Ao longo de quase 20 anos, Portugal desenvolveu dívidas de gratidão em relação a afegãos que trabalharam, em muitos casos sob o risco da sua própria vida, para as nossas Forças Nacionais Destacadas (FND), que apoiaram as nossas FND. Esta força, de quatro homens apenas, foi a Cabul honrar essas dívidas de gratidão", afirmou João Gomes Cravinho.
O ministro da Defesa falava na Base Aérea de Figo Maduro, no aeroporto de Lisboa, onde recebeu, com o Presidente da República, os quatro militares portugueses que tinham sido destacados para o aeroporto de Cabul e que chegaram a Lisboa no mesmo avião que os 24 primeiros cidadãos afegãos que irão ficar no país.
Salientando que o trabalho dos quatro militares foi "extremamente difícil", João Gomes Cravinho afirmou que a missão exigiu, para além das "qualidades profissionais", "coragem, determinação" e "imaginação e criatividade na procura de soluções em situações inusitadas".
"Todas estas qualidades foram postas à prova. Esta FND cumpriu em pleno tudo aquilo que lhe tinha sido pedido e que era extremamente difícil de atingir", frisou.
Por volta das 21:15 chegaram ao aeroporto de Lisboa 24 cidadãos afegãos que trabalharam com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas no Afeganistão, e que foram retirados do país no âmbito de uma missão levada a cabo por quatro militares portugueses em Cabul.
No total, segundo o ministro da Defesa, terão sido retirados 58 cidadãos afegãos que deverão chegar a Portugal entre hoje, sábado e domingo.
Os quatro militares portugueses, que vieram no mesmo voo que os 24 cidadãos afegãos, encontravam-se em Cabul desde quarta-feira de madrugada, tendo como missão apoiar a retirada de cidadãos afegãos do país, após a tomada do poder pelos talibãs, a 15 de agosto.
O major Marco Silva, comandante da missão destacada para o aeroporto de Cabul, afirmou hoje que os militares portugueses fizeram tudo o que estava ao seu alcance para cumprir a sua missão, com a "maior entrega, dedicação" e "profissionalismo".
"Julgo que, falando por todos aqueles que acabam de chegar a território nacional, fizemos tudo aquilo que estava ao nosso alcance para conseguir trazer para junto de nós as pessoas que trabalharam de perto connosco naquele teatro de operações. Esperamos ter cumprido com a intenção e com aquilo que é a exigência e a expectativa que estavam inicialmente estabelecidas para esta missão", afirmou o major Marco Silva.
O comandante da missão falava à chegada à Base Aérea de Figo Maduro, no aeroporto de Lisboa, onde os quatro militares portugueses chegaram por volta das 21:15, tendo sido recebidos pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, e pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Regressados de Cabul, onde tinham chegado na madrugada de quarta-feira, Marco Silva referiu que o trabalho que os quatro militares desempenharam no Afeganistão foi feito com a "maior entrega, dedicação, profissionalismo e sentido de dever que seria possível".
Relembrando que os quatro militares já tinham estado no Afeganistão antes -- no âmbito da 6.ª Força Nacional Destacada, que terminou a sua missão em maio deste ano --, Marco Silva afirmou que, "desde o primeiro momento" em que chegaram ao aeroporto de Cabul, se aperceberam que as "circunstâncias e o ambiente" que se vivia era "significativamente diferente" do que tinham experienciado antes.
"Face a estas circunstâncias, fizemos a nossa análise, avaliámos o risco e tivemos em consideração também as questões de proteção da força -- a nossa própria segurança -- e desenhámos e conduzimos as ações que entendemos como importantes para atingirmos os objetivos", afirmou.
Nesse âmbito, Marco Silva referiu que os quatro militares portugueses estiveram a trabalhar no local onde, mais tarde, ocorreram as explosões que mataram, pelo menos, 170 pessoas, tendo feito, na altura, uma "avaliação" que os levou a concluir que o "risco e a ameaça" eram "demasiado elevadas".
"Tendo isso em consideração, tratámos de garantir a segurança, de nos focarmos na segurança das pessoas que já estavam connosco, e os acontecimentos que são do conhecimento geral aconteceram depois ao final da tarde", frisou