Isreal já decidiu o ataque retaliatório ao Irão
JACK GUEZ / AFP

Isreal já decidiu o ataque retaliatório ao Irão

Chefe da diplomacia europeia convocou um encontro extraordinário por videoconferência, no qual vai participar o ministro Paulo Rangel, para discutir o agravamento das tensões no Médio Oriente. Também para esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa teve reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional.
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Israel vai retaliar o ataque do Irão. Segundo o Henrique Cymerman no jornal da SIC, citando fontes dos media israeltias, a decisão está já tomada, só não se sabe como nem quando Netenyahu irá responder. 

O gabinete de guerra esteve reunido pela terceira vez durante várias e já tomou uma decisão em relação à retaliação do ataque do Irão. No entanto, Isreal não quer criar provocar uma guerra geral em toda região, sendo que já está num conflito com Hamas. 

O Conselho Superior de Defesa Nacional estve em reunião durante duas horas sobre as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. 

No entanto, apenas foi publicada uma nota no site da Presidência sobre o final da reunião. "O Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu hoje, 16 de abril de 2024, em sessão extraordinária, sob a presidência de Sua Excelência o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, para efetuar um ponto de situação relativo ao Médio Oriente e à Ucrânia", lê-se no comunicado. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português chamou hoje o embaixador iraniano em Lisboa, a quem reiterou a condenação do ataque contra Israel e renovou a "exigência da libertação imediata" do navio "MSC Aries", anunciou o Palácio das Necessidades em comunicado.

O MNE indica que "o embaixador da República Islâmica do Irão foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros esta manhã, 16 de abril".

Durante a reunião, mantida com o diretor-geral de Política Externa, o Governo português reiterou "de forma veemente e categórica a condenação do recente ataque realizado contra o Estado de Israel".

O ministério tutelado por Paulo Rangel também "manifestou a sua profunda preocupação com a escalada do conflito na região, apelando à máxima contenção".

No encontro, o MNE também insistiu na "exigência da libertação imediata do navio 'MSC Aries', apresado no estreito de Ormuz, à luz das obrigações de Portugal enquanto Estado bandeira".

"Foi igualmente exigida a libertação da tripulação, que deve ser condignamente tratada enquanto o navio se mantiver apresado, dado não se considerarem consistentes as explicações até agora fornecidas", acrescenta a mesma nota.

O Governo português, indica ainda, "aguardará os resultados desta diligência formal e avaliará, em função disso, passos adicionais".

 A União Europeia está a ponderar expandir as sanções contra o Irão para incluir os mísseis que Teerão venha a disponibilizar à Rússia e a agentes sob influência iraniana no Médio Oriente, anunciou hoje o chefe da diplomacia europeia.

O anúncio do Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, foi feito em conferência de imprensa, no final de uma reunião ministerial por videoconferência, convocada de urgência na véspera de um Conselho Europeu, agendado para quarta e quinta-feira em Bruxelas.

Borrell referiu que durante a reunião foi proposta a expansão do regime de sanções contra o Irão, que já existe por causa da disponibilização de 'drones' (aeronaves sem tripulação) à Rússia, e incluir os mísseis que Teerão eventualmente venda a Moscovo e a "'proxies' na região", em particular milícias que têm ligações ao Governo iraniano.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros alertou, contudo, que até hoje não há evidências de que Teerão esteja a fornecer mísseis a Moscovo, mas as sanções podem "incluir já essa possibilidade".

O objetivo deste alargamento das sanções é "expandir a dimensão regional" das restrições contra Teerão, tentando desta maneira coartar a ação iraniana no Médio Oriente, explicou o chefe da diplomacia europeia.

Josep Borrell revelou que alguns Estados-membros, sem especificar, também "pediram sanções contra a Guarda Revolucionária Iraniana [ramo das forças armadas iranianas criado após a Revolução Islâmica de 1979]", mas o Alto Representante explicou que não é possível porque o regime de sanções tem de estar associado a atividades terroristas, insistindo que só com provas de atividades terroristas é que a UE pode considerar a aplicação de restrições.

Na mesma conferência de imprensa, e após o ataque conduzido por Teerão contra Telavive no passado fim de semana, Josep Borrell considerou que os países no Médio Oriente, nomeadamente o Irão e Israel, estão "de frente para um abismo".

Um ataque israelita matou esta terça-feira um comandante local do Hezbollah no sul do Líbano, disseram o exército de Israel e uma fonte próxima ao movimento apoiado pelo Irão.

Os militares israelitas garantem que a sua "aeronave atingiu e eliminou Ismail Yusef Baz, o comandante do sector costeiro do Hezbollah", acrescentando que foi morto na área de Ain Baal.

A Agência Nacional de Notícias oficial relatou um morto num ataque de Israel a um carro em Ain Baal, a cerca de 15 quilómetros da fronteira, dizendo mais tarde que "aviões de guerra inimigos" atingiram dois carros em Shehabiya, a cerca de 10 quilómetros de Ain Baal, admitindo existirem vítimas.

O Hezbollah já anunciou em comunicado que Baz tinha sido morto, sem mencionar a sua posição ou função, mas uma fonte próxima do grupo disse à AFP que “o comandante de campo encarregado da região de Naqura” foi morto “num ataque israelita”.

O Hezbollah disse que lançou rockets Katyusha contra uma base em Beit Hillel, no norte de Israel, "em resposta aos ataques do inimigo israelita" contra aldeias libanesas, "o último dos quais em Ain Baal".

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 reúnem-se entre quarta e sexta-feira na ilha italiana de Capri para discutir as tensões no Médio Oriente, sendo previsível que abordem sanções ao Irão, na sequência do recente ataque a Israel.

Esta reunião dos chefes de diplomacia do grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia -- a primeira de duas agendadas este ano para Itália durante a presidência italiana do G7 -, já tinha como principal ponto da agenda o Médio Oriente, sobretudo à luz da crise na Faixa de Gaza, mas a situação tornou-se ainda mais complexa e de alto risco após o ataque lançado no sábado à noite pelo Irão contra Israel, que faz recear uma escalada do conflito.

O ataque iraniano, com recurso a mais de 300 'drones' (aeronaves não tripuladas), mísseis de cruzeiro e balísticos - a grande maioria intercetados -- levou mesmo o G7 a realizar uma reunião por videoconferência no passado domingo, ao nível de chefes de Estado e de Governo, convocada por Itália a pedido dos Estados Unidos, na qual o grupo condenou "veementemente" o ataque a Israel e advertiu Teerão de que tomará "medidas" se o Irão continuar com "iniciativas desestabilizadoras".

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 deverão mesmo discutir em Capri a imposição de sanções ao Irão, já reclamadas e antecipadas por alguns dos participantes.

Depois de um alto funcionário dos Estados Unidos ter adiantado no passado fim de semana que alguns membros do G7 estão a considerar designar a Guarda Revolucionária Iraniana como um grupo terrorista em resposta ao ataque do Irão a Israel, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joy, antecipou na segunda-feira, antes de partir rumo a Itália, que o G7 deverá "impor mais sanções contra o regime iraniano", e, já hoje, também a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, defendeu sanções suplementares dirigidas a Teerão.

A mensagem do G7 deverá sobretudo ser no sentido de se evitar a todo o custo um agravamento das hostilidades, tendo hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, sublinhado precisamente que, "num contexto de forte escalada, em que qualquer novo ato hostil poderá desencadear um conflito mais vasto que poderá afetar toda a região", a Itália "está a fazer tudo o que está ao seu alcance para apelar à contenção de todos os intervenientes na região, também enquanto presidência do G7".

Teerão justificou o ataque como uma medida de autodefesa, argumentando que a ação militar foi uma resposta "à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco (Síria), ocorrida a 01 de abril e marcada pela morte de sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.

A comunidade internacional ocidental condenou veementemente o ataque do Irão a Israel, apelando à máxima contenção, de forma a evitar uma escalada da violência no Médio Oriente, região já fortemente instável devido à guerra em curso há mais de seis meses entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

A situação na Faixa de Gaza constitui, de resto, outro dos principais temas na agenda dos chefes de diplomacia do G7, que deverão reiterar os apelos a um cessar-fogo imediato, face "à urgência de reforçar a assistência à população civil", declarou hoje Tajani, segundo o qual "não pode haver solução para a crise em Gaza sem o pleno envolvimento de todos os atores regionais e a aceitação do princípio de dois povos e dois Estados, vivendo lado a lado em reconhecimento e respeito mútuos".

"Alcançar o objetivo da paz será o principal objetivo do G7. O que é importante é a unidade: quando se quer atingir um objetivo, todos os países devem ter uma visão comum. Já foram enviadas mensagens importantes nesse sentido. Trabalharemos em Capri nesta direção", explicou o chefe da diplomacia italiana, anfitrião da reunião de três dias.

Além do Médio Oriente, a presidência italiana do G7 garante ainda que "a resposta à agressão russa contra a Ucrânia permanecerá no centro da agenda" dos seus trabalhos, com o grupo a reiterar "o sólido apoio a Kiev em todos os domínios, garantindo total apoio militar, político e financeiro, com o objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura".

 A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, vai advertir hoje, num discurso do qual foram divulgados excertos, de que Washington "não hesitará" em, juntamente com os seus aliados, reforçar as sanções ao Irão após o ataque a Israel.

"O [Departamento do] Tesouro não hesitará em trabalhar com os nossos aliados para usar o nosso poder de sanções para continuar a perturbar as atividades malignas e destabilizadoras do regime iraniano", avisará a responsável da Economia e das Finanças do Governo do Presidente Joe Biden.

Falando a abrir uma conferência de imprensa do dia em que se iniciam as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Janet Yellen sublinhará que "as ações do Irão ameaçam a estabilidade da região e poderão ter repercussões económicas".

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, garantiu hoje ao homólogo russo, Vladimir Putin, que o ataque a Israel foi limitado e que Teerão não quer uma nova escalada no conflito no Médio Oriente.

"Ebrahim Raisi sublinhou que o Irão foi forçado a tomar estas medidas, que eram de natureza limitada. Ao mesmo tempo, sublinhou que Teerão não está interessado numa nova escalada de tensão", afirmou o Kremlin, num comunicado a dar conta de uma reunião por videoconferência entre os dois chefes de Estado.

Na nota acrescenta-se que os dois líderes "discutiram em pormenor o agravamento da situação no Médio Oriente na sequência do ataque aéreo de Israel à representação diplomática iraniana em Damasco e as medidas de resposta do Irão".

"Ambos afirmaram que a principal causa dos atuais desenvolvimentos no Médio Oriente é a falta de uma solução para o conflito israelo-palestiniano", indicou o Kremlin.

A este respeito, a Rússia e o Irão reiteraram a posição a favor de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para aliviar a situação da população local e criar as condições necessárias para uma solução política e diplomática para a crise.

Por seu lado, ainda na reunião, Putin apelou a Israel e ao Irão para que tenham "contenção" e alertou para as "consequências catastróficas" de qualquer nova escalada.

"Vladimir Putin expressou a esperança de que todas as partes demonstrem moderação razoável e evitem uma nova ronda de confrontos que teria consequências catastróficas para toda a região", afirmou o Kremlin no comunicado.

Entretanto, durante a troca de pontos de vista sobre as relações russo-iranianas, "foi expresso o desejo mútuo de um maior desenvolvimento da cooperação bilateral em várias esferas".

Na segunda-feira, o Kremlin apelou a Telavive e Teerão para que resolvessem todas as diferenças através do diálogo.

"Apelamos à contenção de todos os países da região. Uma nova escalada não serve os interesses" de ambos os países, comentou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

Noutra conversa telefónica, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o homólogo iraniano, Hosein Amir Abdolahian, também alertaram para o risco de uma nova escalada no Médio Oriente e para "novas ações provocatórias perigosas" que poderiam conduzir a um aumento das tensões na região.

O Exército israelita anunciou hoje que dois 'drones' disparados desde o Líbano explodiram no norte do território israelita e o movimento libanês Hezbollah já assumiu a responsabilidade pelo seu lançamento.

"Dois 'drones' armados que atravessavam a fronteira vindos do Líbano explodiram na área de Beit Hillel, em território israelita", afirmou o Exército num comunicado.

O Conselho Regional da Alta Galileia já informou que três pessoas ficaram feridas nessa iniciativa reivindicado pelo Hezbollah, que num comunicado informou a realização de um "ataque aéreo com 'drones' suicidas (...) atingindo plataformas de lançamento do 'Iron Dome'", referindo-se ao sistema de defesa aérea israelita.

De acordo com o comunicado, o ataque também causou vários mortos e feridos entre o pessoal encarregado do equipamento de defesa, embora tal não tenha sido confirmado por Israel.

Além desta ação, o Hezbollah reivindicou também hoje o lançamento de um míssil na tarde de segunda-feira contra um grupo de soldados israelitas que estavam nas proximidades de um posto militar no norte do país.

Por sua vez, as forças israelitas bombardearam um veículo na cidade de Ain Baal, no sul do Líbano, onde pelo menos uma pessoa foi morta e outras duas ficaram feridas.

O Hezbollah e Israel continuam o fogo cruzado que iniciaram há mais de meio ano, no meio da crescente tensão no Médio Oriente, à espera de uma potencial resposta israelita ao ataque realizado no fim de semana pelo Irão com dezenas de 'drones' e mísseis disparados contra território israelita.

Israel está a "obstruir" o acesso às vítimas do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro, denunciaram hoje peritos das Nações Unidas, apontando "falta de cooperação" das autoridades israelitas.

"Lamento o facto de as pessoas em Israel que desejam falar connosco não terem essa oportunidade, porque não podemos entrar em Israel", disse Navi Pillay, presidente do inquérito da ONU sobre as violações dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados e em Israel.

A comissão, criada em 2021 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, deu hoje conta aos diplomatas em Genebra, Suíça, sobre o progresso do seu trabalho, numa reunião organizada pelo Egito.

Reagindo às declarações da comissão, a missão permanente de Israel junto das Nações Unidas em Genebra sublinhou que "instituições e mecanismos independentes, incluindo representantes das Nações Unidas, visitaram Israel e reuniram-se com sobreviventes e vítimas do ataque terrorista".

Mas, acrescentou a missão israelita, "as 1.200 pessoas mortas, as mulheres e raparigas violadas, os reféns levados para Gaza, sabem muito bem que nunca obterão justiça ou o tratamento digno que merecem da comissão de inquérito e dos seus membros".

Telavive acusou os investigadores da ONU de terem feito "declarações antissemitas e anti-israelitas" no passado.

A ministra dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Alemanha, Annalena Baerbock, anunciou que irá viajar esta terça-feira até Israel para discutir formas de "evitar uma nova escalada" na região e defendeu novas sanções da União Europeia (UE) contra os 'drones' iranianos.

Com esta deslocação, a chefe da diplomacia alemã pretende assegurar aos parceiros israelitas a "total solidariedade da Alemanha" após o ataque conduzido pelo Irão contra Israel no passado fim de semana e discutir "como evitar uma nova escalada de violência" na região do Médio Oriente, segundo referiu durante uma conferência de imprensa conjunta em Berlim com o seu homólogo da Jordânia, Ayman Safadi.

Nas mesmas declarações, Baerbock também pediu novas sanções por parte de países da UE contra os 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) iranianos, para defender os alvos de agressão do regime de Teerão.

"No final do outono, pedi à França e a outros parceiros da UE para que este regime de sanções aos 'drones' fosse alargado a novos tipos de equipamento utilizados por Teerão e pelos seus aliados", disse a ministra alemã.

"Espero que finalmente possamos dar este passo juntos como UE", acrescentou Baerbock.

No verão passado, a UE adotou medidas restritivas devido ao apoio militar do Irão à guerra da Rússia contra a Ucrânia, incluindo a imposição de uma proibição às exportações comunitárias para o Irão de componentes utilizados na construção de 'drones'.

A chefe da diplomacia alemã defendeu ainda um endurecimento das sanções contra a Guarda Revolucionária do Irão (ramo das forças armadas iranianas criado após a Revolução Islâmica de 1979), alegando as "atrocidades cometidas pelo regime iraniano contra a sua juventude, especialmente as mulheres".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse aos novos recrutas do exército que Israel estava a lutar contra o Hamas "sem misericórdia", de acordo com um comunicado do seu gabinete, divulgado esta terça-feira.

"Vocês estão a juntar-se às Forças de Defesa de Israel (IDF), às excelentes posições de combate para repelir um inimigo brutal... Estamos a atacá-los sem misericórdia e vamos derrotá-los", afirmou Netanyahu.

A Itália está disposta a enviar tropas para a Palestina como parte de uma missão de manutenção da paz, caso viesse a ser criado um Estado palestiniano reconhecido internacionalmente, disse esta terça-feira o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano.

"O Governo italiano está fortemente empenhado na paz", disse Antonio Tajani. "Somos amigos de Israel, mas queremos trabalhar para a paz, incluindo através do possível envio de tropas se for criado um Estado palestiniano, juntamente com forças de outros países", afirmou.

O governante italiano apelou também à contenção de Israel após o ataque do Irão no passado fim de semana. "Espero que não haja uma escalada", disse Tajani.

O chefe da diplomacia italiana considerou que, "do ponto de vista militar, Israel ganhou, repeliu a ofensiva" iraniana.

"Agora temos de evitar que o conflito se alargue, porque não temos apenas tensões em Gaza, mas também no Mar Vermelho", defendeu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita anunciou hoje estar a lançar "uma ofensiva diplomática contra o Irão", após o ataque de sábado da República Islâmica e perante a oposição de muitos Estados a uma resposta militar de Israel.

"Paralelamente à resposta militar aos ataques de mísseis e 'drones' [aeronaves não tripuladas], estou a liderar uma ofensiva diplomática contra o Irão", escreveu Israel Katz na rede social X.

O ministro, que é também um amigo próximo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e considerado um dos falcões do Governo ultraconservador, defende a imposição de sanções contra Teerão e quer que a Guarda Revolucionária Islâmica seja reconhecida como uma organização terrorista, "para abrandar e enfraquecer o Irão".

Para isso, Katz disse ter enviado uma carta "a 32 países" e conversado com "dezenas de ministros dos Negócios Estrangeiros e personalidades de todo o mundo".

O ministro israelita não especificou, no entanto, os países aos quais pediu a imposição de sanções contra esta organização paramilitar da República Islâmica, que já está listada como organização terrorista pelos Estados Unidos e sujeita a sanções da União Europeia.

"Temos de deter o Irão agora, antes que seja tarde demais", sublinhou.

Bom dia,

Começamos agora o acompanhamento ao minuto da situação no Médio Oriente, na sequência do ataque do Irão a Israel. 

O gabinete de guerra israelita tomou a decisão de responder “clara e energicamente” contra o Irão pelo ataque com mísseis e drones de sábado à noite, apesar dos apelos da comunidade internacional para a contenção. 

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou hoje que Teerão responderá "ferozmente" à "mais pequena ação" de Israel contra os seus interesses, após o ataque de sábado contra território israelita, em retaliação pelo bombardeamento do consulado iraniano em Damasco.

"A mais pequena ação contra os interesses do Irão será recebida com uma resposta feroz, generalizada e dolorosa contra todos os responsáveis", disse Raisi ao emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, de acordo com uma declaração publicada pela Presidência iraniana na sua página oficial na internet.

O Presidente iraniano afirmou que "contrariamente às expectativas de todos os combatentes da liberdade e das nações livres, e também contrariamente aos textos explícitos do Direito Internacional, as Nações Unidas e o Conselho de Segurança não cumpriram os seus deveres legais mínimos ao condenar o ataque ao consulado iraniano em Damasco".

Raisi criticou o "fracasso" e a "inação" da comunidade internacional face aos "crimes dos sionistas" na Faixa de Gaza e defendeu que esta situação levou o Irão, "de acordo com o seu direito à autodefesa", a "conceber e executar uma operação contra as bases que levaram a cabo atos malignos" contra o Irão, em referência ao bombardeamento do consulado na capital síria, que resultou na morte de sete membros dos Guardas da Revolução.

As Forças Armadas iranianas avisaram os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha de que "vão cortar as pernas" a quem ultrapassar os "limites" no apoio a Israel.

"Reiteramos a alguns dos chefes de Estado dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha que deixem de apoiar o regime [de Israel] moribundo, maléfico, ilegal, terrorista e assassino de crianças", disse o porta-voz das Forças Armadas iranianas, brigadeiro-general Abolfazl Shekarchi, na noite de segunda-feira.

"Se alguém, incluindo vós e o regime, ultrapassar os limites, cortar-lhes-emos as pernas com mais força do que a resposta anterior a Israel", disse Shekarchi, citado pela agência noticiosa Tasnim, de Teerão.

O aviso surge na sequência das posições de apoio dos países ocidentais a Israel após o ataque de mísseis e drones do Irão do passado sábado.

O ataque foi uma resposta ao bombardeamento de Israel contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco, Síria, ocorrido no dia 01 de abril.

Nas últimas horas, as autoridades iranianas têm vindo a agravar o tom das ameaças, com avisos sobre a possibilidade de retaliações em "segundos" com "armas nunca utilizadas até ao momento".

Na segunda-feira, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, afirmou que Israel vai "responder" ao ataque iraniano mas não forneceu mais pormenores.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu hoje ao seu homólogo iraniano "contenção", numa conversa por telefone, realizada após o ataque sem precedentes contra território israelita.

De acordo com a agência noticiosa China News, Hossein Amir-Abdollahian informou Wang da posição do Irão sobre o bombardeamento, atribuído a Israel, de um anexo da embaixada iraniana em Damasco, na Síria.

De acordo com a agência chinesa, o diplomata iraniano afirmou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas "não deu a resposta necessária a este ataque" e que "o Irão tem o direito à autodefesa em resposta à violação da sua soberania".

Sete membros dos Guardas da Revolução, o exército ideológico do Irão, foram mortos em ataques contra o consulado iraniano em Damasco, no dia 01 de abril.

Em resposta, Teerão lançou o seu primeiro ataque direto contra território israelita no sábado e Israel prometeu retaliar.

No entanto, Amir-Abdollahian garantiu que o Irão tem "vontade de mostrar contenção" e que não pretende contribuir para nova escalada de tensões. A situação regional é já "muito sensível", sublinhou.

Wang afirmou que Pequim "condena e opõe-se veementemente ao ataque" ao anexo consular iraniano, considerando-o uma "grave violação do direito internacional", segundo a China News.

"Parece que o Irão é capaz de lidar bem com a situação e evitar que a região sofra mais distúrbios, ao mesmo tempo que protege a sua própria soberania e dignidade", disse Wang.

A agência acrescentou que o Amir-Abdollahian disse ao seu homólogo chinês que qualquer novo ataque aos interesses ou à segurança do Irão desencadeariam uma resposta "decisiva, imediata e significativa", advertindo a Casa Branca em particular.

Wang também manteve conversações na segunda-feira com o seu homólogo saudita, Faisal bin Farhane, de acordo com a China News, que afirmou que os dois diplomatas concordaram em cooperar para evitar uma escalada de violência no Médio Oriente.

As autoridades iranianas alertaram esta terça-feira que responderão "em segundos" com "armas não utilizadas até agora" a uma possível retaliação de Israel ao ataque iraniano de sábado com 'drones' e mísseis.

"Os sionistas devem saber que desta vez não terão 12 dias e a resposta que receberão não será em horas ou dias. Será dada em segundos", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e principal negociador nuclear do Irão, numa entrevista à televisão estatal.

Ali Bagheri Kani referia-se a uma possível retaliação israelita contra o ataque do Irão no sábado, que também foi uma resposta ao atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no dia 01 de abril.

Por sua vez, o porta-voz da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento iraniano, Abolfazl Amouei, afirmou que o ataque de sábado não utilizou "poder significativo" e que os iranianos estão prontos para usar novas armas.

"Estamos prontos para usar armas não utilizadas até agora. Temos planos para todos os cenários", disse Amouei, segundo a agência Meh

OSs ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se esta terça-feira por videoconferência para discutir o agravamento das tensões no Médio Oriente, depois do ataque iraniano de grande escala contra Isreal.

A reunião, na qual vai participar o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, vai realizar-se inteiramente por videoconferência e foi convocada pelo Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.

Os governantes reúnem-se pelas 17:00 locais (16:00 em Lisboa).

O principal tópico é o agravamento das tensões no Médio Oriente, depois de uma escalada "sem precendentes", como foi ecoado por vários ministros europeus nos dias posteriores à retaliação de Teerão contra Israel.

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