Uma escola nos subúrbios de Telavive foi atingida por um míssil.
Uma escola nos subúrbios de Telavive foi atingida por um míssil.EPA/ABIR SULTAN

Israelitas e houthis em troca de mísseis e de ameaças

Terceiro ataque de Israel ao grupo pró-iraniano desde julho coincidiu com lançamento de mísseis do Iémen.
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O primeiro-ministro de Israel disse estar a atuar em nome da comunidade internacional ao atacar os rebeldes houthis, patrocinados pelo Irão. As declarações foram produzidas depois de uns e outros se terem atacado mutuamente em simultâneo, em aparente coincidência. A aviação israelita atacou infraestruturas energéticas e causou nove mortos. Um dos dois mísseis lançados do Iémen destruiu uma escola, sem causar vítimas.

A primeira vaga de ataques aéreos visou as infraestruturas nos portos de Hodeida, Salif e no terminal petrolífero de Ras Isa, no Mar Vermelho. A segunda vaga atingiu as infraestruturas energéticas de Saná, no que foi o primeiro ataque de Israel à capital iemenita. “Não nos estão a atacar apenas a nós. Estão a atacar o mundo inteiro. Estão a atacar a navegação internacional e as rotas comerciais. Quando Israel age contra os houthis, age em nome de toda a comunidade internacional”, justificou Benjamin Netanyahu.

Pouco antes, os houthis dizem ter lançado dois mísseis balísticos. As forças israelitas afirmam ter intercetado um míssil e que, após uma explosão no ar, a ogiva do mesmo caiu num edifício escolar, em Ramat Gan, subúrbio de Telavive. O edifício ficou destruído. Horas depois, os houthis alegam ter realizado novo ataque, desta vez com drones. “Enfrentaremos a escalada com escalada até que os crimes de genocídio em Gaza cessem e seja permitida a entrada de alimentos, medicamentos e combustível para os seus residentes”, disse o dirigente dos houthis Mohammed al-Bukhaiti. “Quem levantar a mão contra Israel terá a sua mão cortada; quem nos atacar será atacado sete vezes mais”, asseverou Israel Katz, ministro da Defesa israelita. 

Supremo e ONG criticam governo

O Supremo Tribunal de Justiça israelita deu provimento à petição apresentada por duas associações de defesa dos direitos humanos sobre a falta de alimentação entre os prisioneiros palestinianos. O testemunho de reclusos às organizações Gisha e Associação para os Direitos Civis em Israel indicou que os serviços prisionais têm vindo a “executar uma política de fome em relação aos prisioneiros e detidos palestinianos” desde 7 de outubro.

No mesmo dia, os Médicos Sem Fronteiras e a Human Rights Watch também lançaram graves acusações a Israel. A primeira, em relatório com base em 41 ataques contra o seu pessoal médico, acusa o governo israelita de promover uma limpeza étnica da Faixa de Gaza. A segunda organização diz que Israel está a cometer “atos de genocídio” no enclave, ao danificar as infraestruturas hídricas e ao cortar o abastecimento aos civis.

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