Yotam Kreiman, encarregado de negócios de Israel em Lisboa.
Yotam Kreiman, encarregado de negócios de Israel em Lisboa.(Leonardo Negrão)

Israel reserva-se ao direito de responder ao Irão "sem limites"

O encarregado de negócios de Israel em Lisboa afirma que Telavive não exclui retaliação às centrais nucleares iranianas.
Publicado a
Atualizado a

O encarregado de negócios de Israel defendeu a ideia de que o seu país não deve estar de algum modo limitado na forma como irá responder ao ataque iraniano do passado dia 1. “O Irão quer ter a região no seu todo como refém”, acusou Yotam Kreiman. 

Numa conferência de imprensa realizada para apresentar o embaixador designado de Israel em Lisboa, Oren Rosenblat - o qual acabou por não comparecer porque ainda não está em funções oficiais -, o diplomata em segundo lugar na hierarquia disse que a decisão de como retaliar ao “principal desestabilizador do Médio Oriente” ainda não foi tomada, mas rejeitou a ideia de que o seu país tenha como limite as centrais nucleares. Kreiman, que distinguiu o povo iraniano dos Guardas da Revolução, afirmou que Telavive não deve limitar a resposta para limitar o perigo de a república islâmica dispor de armas nucleares. “O Irão declarou várias vezes que espera usar todos os meios de que dispõe contra Israel”, disse.

Teerão, que não reconhece Israel, alega que o seu programa nuclear é apenas para fins civis, no entanto não está a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atómica. O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken alertou em julho que o Irão estava apenas à distância de “uma ou duas semanas” de obter uma arma nuclear, mas peritos disseram na semana passada ao The New York Times que seriam necessários meses ou mesmo um ano para tal. 

Kreiman lembrou que o ataque do Hamas no dia 7 de outubro do ano passado não se limitou à morte de 1200 pessoas e à tomada de 251 reféns, mas marcou o “início de uma guerra em sete frentes contra Israel”. Mostrou-se otimista de que o seu país vai vencer e levar um “futuro mais próspero” para a região, mas ao ser questionado sobre se defende a solução dos dois Estados, mostrou dúvidas. “Há muitas opiniões diferentes. Se o caminho fosse claro já tinha sido percorrido”, afirmou. Sobre a frente de guerra no Líbano, disse que se pode considerar uma vitória quando o Hezbollah deixar de lançar rockets e os seus operacionais terem retirado da fronteira para norte do rio Litani. 

Yotam Kreiman e a fotografia do luso-israelita Idan Shtivi, cuja morte foi confirmada pela embaixada israelita. (Leonardo Negrão)

Luso-israelita morto

A embaixada confirmou a morte de Idan Shtivi, um cidadão luso-israelita de 29 anos apanhado há um ano pelos militantes do Hamas à saída do festival Nova, onde era fotógrafo. Segundo agora se crê, Shtivi deverá ter sido morto no local, mas o seu corpo foi levado para Gaza, disse o encarregado de negócios. O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa lamentou “profundamente a morte do cidadão luso-israelita”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros, em nota, expressou “profunda consternação” pela perda.  

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt