Palestinianos às portas da cidade de Gaza.
Palestinianos às portas da cidade de Gaza.EPA/MOHAMMED SABER

Israel destina porto e aeroporto para saídas voluntárias de Gaza

O ministro da Defesa referiu que os palestinianos que queiram sair da Faixa de Gaza poderão usar o porto de Ashdod ou o Aeroporto Internacional Ramon.
Publicado a
Atualizado a

Israel vai permitir que os palestinianos que queiram sair voluntariamente de Gaza o façam através do porto de Ashdod e do aeroporto Ramon, ambos em território israelita, anunciou esta quinta-feira o ministro da Defesa.

"Estou num processo acelerado para estabelecer uma administração de emigração voluntária", afirmou Israel Katz, num comunicado do Ministério da Defesa citado pela agência espanhola EFE.

O ministro referiu que os palestinianos que queiram sair da Faixa de Gaza poderão usar o porto de Ashdod, a cerca de 40 quilómetros a sul de Telavive, ou o Aeroporto Internacional Ramon, no sul de Israel, a 18 quilómetros a norte de Eilat.

O plano segue-se à sugestão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de deslocar a população de Gaza e construir no enclave palestiniano uma "Riviera do Médio Oriente".

O comunicado do ministro da Defesa de Israel coincidiu com a última troca de reféns israelitas mantidos em cativeiro em Gaza por prisioneiros palestinianos, que encerra a primeira fase da trégua em vigor desde 19 de janeiro.

Katz disse numa conferência de chefes dos conselhos regionais que a primeira fase do cessar-fogo estava concluída e que Israel pretendia trazer mais reféns de Gaza.

"Devolvemos 25 reféns vivos, incluindo soldados do sexo feminino. Não foi o caso em negociações anteriores, em que os números discutidos eram 10 ou 12", afirmou, citado pelo jornal The Times of Israel.

"Também trouxemos de volta oito pessoas falecidas. O nosso objetivo é trazer todos os reféns de volta. A forma mais eficaz de o fazer é o Hamas saber que as FDI [Forças de Defesa de Israel] estão prontas para regressar à guerra. Essa é a verdade", acrescentou.

Katz insistiu que "o Hamas não manterá o controlo de Gaza, nem civil nem militar", como acontecia desde 2007.

"Isso não vai acontecer porque não pode acontecer", afirmou, simplesmente.

O ministro disse ainda que espera que o plano de Trump de deslocar os dois milhões de habitantes de Gaza para reconstruir e transformar o território palestiniano num centro turístico se concretize.

Na sequência das declarações de Trump, Katz anunciou em 15 de fevereiro a criação de uma "Direção para a Saída Voluntária dos Residentes de Gaza", no âmbito do Ministério da Defesa.

"O plano inclui uma assistência extensiva que permitirá a qualquer residente de Gaza que queira emigrar voluntariamente para um país terceiro receber um pacote que inclui, entre outras coisas, disposições especiais de saída por terra, mar e ar", disse na altura o Ministério da Defesa.

Israel lançou uma ofensiva militar de grande envergadura na Faixa de Gaza depois de ter sofrido um ataque do Hamas no seu território em 7 de outubro de 2023.

No ataque sem precedentes, os militantes do Hamas e de outros grupos radicais mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram mais de duas centenas que levaram para Gaza como reféns, segundo as autoridades israelitas.

A retaliação israelita fez mais de 48.300 mortos em Gaza, de acordo com o Hamas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt