Israel liberta 183 prisioneiros palestinianos. Hamas acusa israelitas de "assassínio lento" nas prisões
Israel confirmou este sábado a libertação de 183 palestinianos no âmbito da quinta troca de prisioneiros ao abrigo do acordo de cessar-fogo com o Hamas, que libertou três reféns israelitas.
No total, "183 terroristas foram transferidos de várias prisões em todo o país" antes de serem libertados, disseram os serviços prisionais israelitas num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O número coincide com o anunciado na sexta-feira pelo Clube dos Prisioneiros, uma organização não-governamental (ONG) palestiniana responsável pela questão.
Os prisioneiros foram transferidos para Jerusalém Oriental, para a Cisjordânia ocupada e para Gaza.
A troca deste sábado será a quinta desde a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, no dia 19 de janeiro. A guerra na Faixa de Gaza começou após o ataque surpresa do Hamas em Israel no dia 7 de outubro de 2023.
O acordo contempla numa primeira fase de tréguas de 42 dias a libertação de 33 reféns e centenas de palestinianos detidos nas prisões israelitas.
Chegada a Ramallah
Dezenas de prisioneiros palestinianos libertados hoje por Israel chegaram a Ramallah, entre gritos de "Alá é grande", onde foram recebidos por familiares e por centenas de palestinianos em delírio.
Os prisioneiros foram levados para Ramallah num autocarro da Cruz Vermelha que os transportou desde a prisão israelita de Ofer.
Os prisioneiros palestinianos foram recebidos por uma multidão em delírio e alguns deles foram levados em ombros por familiares e amigos, segundo imagens transmitidas em direto pela televisão al Jazeera do Qatar.
Os libertados vão ser observados por equipas médicas, segundo a agência espanhola EFE.
Hamas acusa Israel de política de "assassínio lento" nas prisões
O grupo extremista Hamas acusou Israel de ter uma "política de assassínio lento" dos palestinianos nas prisões israelitas, após a hospitalização de sete prisioneiros libertados em troca de três reféns israelitas detidos em Gaza.
As hospitalizações refletem "a agressão sistemática e os maus-tratos infligidos aos nossos prisioneiros pelas autoridades prisionais israelitas", afirmou o Hamas num comunicado citado pela agência francesa AFP.
As autoridades israelitas desprezam a idade ou os problemas de saúde dos detidos, disse o Hamas, denunciando o que designou por uma "política de assassínio lento de prisioneiros".
O Crescente Vermelho palestiniano anunciou que sete dos prisioneiros palestinianos libertados hoje por Israel foram hospitalizados devido ao estado de saúde.
Os prisioneiros foram internados no Hospital Istishari em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, depois de terem chegado ao local num autocarro da Cruz Vermelha que saiu da prisão israelita de Ofer com 40 palestinianos a bordo.