Salvador Illa aplaudido pelo antecessor, Pere Aragonès.
Salvador Illa aplaudido pelo antecessor, Pere Aragonès.Josep LAGO / AFP

Illa compromete-se a “unir” a Catalunha. Puigdemont avisa: “o 'procés' não acabou”

Socialista já é presidente da Generalitat, pondo fim a 14 anos de governos independentistas.
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O presidente da Generalitat, Salvador Illa, comprometeu-se este sábado a “unir” os catalães, respeitando a sua pluralidade e diversidade, face ao avanço de “abordagens divisionistas, demagógicas e populistas” que põem em risco a coexistência e a “unidade civil” da Catalunha. Horas depois, desde Waterloo, na Bélgica, o ex-líder do governo catalão Carles Puigdemont avisou num vídeo publicado no X que “o procés não está terminado”, referindo-se ao processo independentista.

“O meu principal objetivo é governar o melhor que puder para todos”, disse Illa. “A instituição pertence a todos os catalães e a instituição deve servir todos os catalães”, acrescentou. O socialista é o 133.º presidente da Generalitat, instituição com origens ao século XIV, sendo o primeiro não independentista em 14 anos.

Cinco ministros espanhóis estiveram na cerimónia de posse, no salão Sant Jordi, no Palácio da Generalitat, assim como quatro ex-líderes catalães - Jordi Pujol, José Montilla, Artur Mas e Quim Torra - e o antecessor de Illa, Pere Aragonès. No discurso, o socialista Illa destacou a “responsabilidade exemplar” de Aragonès na passagem de testemunho.

Desde a Bélgica, para onde voltou após ter discursado em Barcelona no dia da investidura de Illa, Puigdemont deixou claro que o procés não acabou. “O processo de independência acaba com a independência. Acabou-se uma determinada fase e abre-se uma nova etapa, com condições diferentes”, alegou, reconhecendo que o cenário atual não é o mais favorável, mas é “fruto de decisões legítimas”.

Puigdemont explicou ainda porque não foi à investidura de Illa, como tinha prometido ir. “Tentar aceder ao Parlamento teria representado uma detenção garantida e não ter a mínima possibilidade de discursar na câmara, que era o meu objetivo. Teria sido equivalente a uma entrega voluntária para que a minha detenção fosse efetiva”, indicou. Sob o ex-líder pesa um mandado de detenção por peculato.

Puigdemont recorda que nunca quis entregar-se “a uma autoridade judicial que não é competente” e que “não tem interesse em fazer justiça” - só “fazer política”. O ex-líder catalão queixa-se de que é perseguido “por defender o direito à autodeterminação” e insiste que lhe seja aplicada a lei da amnistia. 

Com Agências

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