Hamas aceita libertar dez reféns, mas diz que acordo ainda não está fechado
O Hamas anunciou esta quarta-feira em comunicado que mostrou "flexibilidade" e aceitou libertar dez reféns, mas que outros pontos do acordo de cessar-fogo continuam em aberto, incluindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, a retirada das forças israelitas do enclave e as garantias para o fim da guerra.
As declarações do grupo terrorista palestiniano surgem depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, se ter mostrado convencido de que um acordo está para breve. “Há uma grande probabilidade de que haja um acordo de algum tipo esta semana ou talvez na próxima”, disse, avisando contudo que “não há nada definitivo sobre a guerra e Gaza”. Há pelo menos duas semanas que Trump diz que haverá acordo na semana seguinte.
As negociações indiretas entre o Hamas e Israel continuam em Doha, no Qatar, sendo esperada a chegada do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, no final da semana. No seu comunicado, o Hamas disse que apesar dos desafios das negociações, continua a agir “num espírito sério e positivo com os mediadores para ultrapassar os obstáculos”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que está nos EUA, disse que tanto ele como Trump têm o "objetivo comum" de conseguir a libertação dos reféns. "Queremos acabar com o poder do Hamas em Gaza. Queremos garantir que Gaza não representa uma ameaça a Israel", disse aos jornalistas antes de um encontro com o líder da maioria no Senado, John Thune.
A pressão em Israel não para de aumentar, tendo ontem familiares de reféns e pessoas que já estiveram nas mãos do Hamas marchado em Telavive.
"O presidente Trump quer um acordo, mas não a qualquer preço. Eu quero um acordo, mas não a qualquer preço. Israel tem exigências de segurança e outras exigências e estamos a trabalhar juntos para os tentar alcançar", acrescentou Netanyahu, que na véspera teve um segundo encontro com o presidente norte-americano.
O primeiro-ministro israelita insistiu entretanto que Israel não está a querer forçar os palestinianos a deixar a Faixa de Gaza, simplesmente quer oferecer aos interessados a oportunidade de o fazerem. “Não estamos a empurrar ninguém e não acho que é essa a sugestão do presidente Trump”, afirmou.
Em fevereiro, durante a primeira de já três visitas de Netanyahu à Casa Branca, Trump sugeriu criar na Faixa de Gaza a “Riviera do Médio Oriente”, falando da possibilidade de deslocar permanentemente a população palestiniana. Israel aproveitou a ideia.