Governo Trump prepara despedimentos em grande escala em novo memorando
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Governo Trump prepara despedimentos em grande escala em novo memorando

Administração liderada pelo republicano distribuiu novo memorando que insta as agências federais a desenvolver planos para eliminar cargos de funcionários.
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A administração liderada por Donald Trump distribuiu quarta-feira um novo memorando que insta as agências federais a desenvolver planos para eliminar cargos de funcionários, avançando nos planos para concretizar um realinhamento abrangente do governo norte-americano.

O memorando expande o esforço do presidente republicano para reduzir a força de trabalho federal, o que descreveu como um impedimento à sua agenda.

Milhares de funcionários em período probatório já foram despedidos, e agora a sua administração está a virar a sua atenção para os funcionários de carreira com proteção no serviço público.

"Estamos a reduzir o tamanho do governo. Temos de o fazer. Estamos inchados. Somos desleixados. Temos muitas pessoas que não estão a fazer o seu trabalho", destacou Trump, na primeira reunião da administração para o seu segundo mandato.

Os efeitos cascata serão sentidos em todo o país. Cerca de quatro quintos dos funcionários federais vivem fora da área de Washington, e os serviços governamentais --- aprovações de patentes, inspeções alimentares, manutenção de parques e muito mais --- podem ser prejudicados dependendo da forma como os cortes são geridos, noticiou a agência Associated Press (AP).

É também esperada resistência. Os sindicatos, os líderes estaduais democratas e outras organizações tentaram, com algum sucesso, abrandar Trump com processos, enquanto os republicanos estão cada vez mais preocupados sobre como uma estratégia de cortes poderá afetar os seus eleitores.

As agências devem enviar até 13 de março os seus planos para o que é conhecido como redução da força de trabalho, o que não só despediria funcionários, como eliminaria totalmente o cargo.

O resultado pode ser mudanças profundas na forma como o governo norte-americano funciona.

Espera-se que mais planos sejam apresentados a 14 de abril, quando as agências deverão delinear a forma como irão consolidar a gestão, tornar-se mais eficientes e possivelmente realocar escritórios para partes do país que são menos dispendiosas do que Washington.

O memorando destaca também que as agências deveriam implementar os seus planos até 30 de setembro.

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Governo dos EUA diz ter detido 20 mil imigrantes ilegais num mês

O Governo norte-americano, liderado por Donald Trump, deteve 20 mil imigrantes ilegais em apenas um mês, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS), Kristi Noem.

Numa breve declaração e sem fornecer detalhes, Noem congratulou-se de ter aumentado o número médio de detenções mensais em 627% face ao anterior governo de Joe Biden.

Kristi Noem acrescentou que o anterior governo deteve apenas 33.000 imigrantes durante todo o ano passado.

De acordo com a agência EFE, este último número não parece correto: de acordo com os dados obtidos pela estação de televisão NBC na semana passada, 113.431 imigrantes ilegais foram detidos no último ano fiscal (de outubro de 2023 a setembro de 2024), dos quais 28% não tinham acusações pendentes.

A Axios apresentou ainda outro número que contradiz Noem: segundo as suas estatísticas, só em novembro passado, ainda durante o governo de Biden, diferentes forças policiais detiveram 21.130 imigrantes.

De qualquer forma, Noem não forneceu detalhes sobre os locais de detenção --- se foi na fronteira ou em todo o país --- nem especificou se foi durante todo o mês de janeiro ou se foi calculado com base noutras datas.

A secretária do Departamento de Segurança Interna frisou ainda que a administração Trump "salva vidas todos os dias com as suas ações para proteger a fronteira e deportar estrangeiros criminosos", dos quais existem atualmente "centenas de milhares que entraram ilegalmente no país".

O Governo dos Estados Unidos anunciou na terça-feira que vai exigir que os milhões de migrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos se registem e forneçam as impressões digitais.

De acordo com a medida, os migrantes que não cumpram este requisito podem enfrentar um processo criminal com multas e até mesmo pena de prisão.

A decisão, baseada numa lei aprovada durante a Segunda Guerra Mundial, representa um agravamento face aos procedimentos atuais, que classificam a não regularização do estatuto legal como uma infração civil.

Os pais de menores indocumentados com mais de 14 anos também devem registar os menores.

Segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022, o ano mais recente com dados disponíveis, há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.

O National Immigration Law Center, um grupo de defesa dos direitos dos imigrantes, alertou que o registo tinha como objetivo ajudar a encontrar possíveis alvos para deportação.

A porta-voz do Departamento de Segurança Interna admitiu que o objetivo é pressionar milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos a abandonar o país por conta própria.

Também na terça-feira o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse na Assembleia da República que não se registaram deportações de portugueses desde o anúncio de Trump de uma deportação massiva.

Cesário assumiu que não existem números exatos sobre os portugueses em risco de deportação dos Estados Unidos, lembrando que estão contabilizados 360 que já ultrapassaram os 90 dias de permanência temporária concedida ao abrigo do 'visa waiver' (programa que permite viagens de negócios ou turismo sem necessidade de visto prévio por um período de 90 dias) e cerca de quatro mil que o Senado (câmara alta do parlamento dos EUA) identificou como fora do prazo de permanência.

Atualmente existem 24 portugueses detidos nos Estados Unidos, referiu José Cesário.

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