O Governo do primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, superou esta quarta-feira (27 de agosto) uma moção de censura, depois de cinco ministros se demitirem devido à falta de consenso no agravamento das sanções contra Israel.Apenas dois partidos políticos, que detêm seis dos 150 lugares, votaram a favor da moção de censura ao Governo, proposta pelo partido de esquerda Denk, na Câmara dos Representantes na cidade de Haia, destacando que as demissões provocaram uma crise política.Uma moção de censura é proposta por um partido e é uma forma de reprovar a ação ou o programa de um Governo, exigindo a sua demissão. Depois da votação, os líderes de vários partidos pediram a Schoof que exercesse a campanha eleitoral de forma moderada, enquanto lidera um "gabinete enfraquecido" antes das eleições antecipadas de 29 de outubro..Eleições antecipadas nos Países Baixos marcadas para 29 de outubro. O primeiro-ministro holandês reconheceu que a base parlamentar sobre a qual o seu gabinete "se sustenta" está fragilizada com a saída do partido Novo Contrato Social (NSC)."Este é um facto que devemos encarar de forma realista. Pretendemos fazê-lo. Assim, o gabinete está a agir com moderação", disse o primeiro-ministro.Schoof destacou que os principais problemas que o país enfrenta e "as preocupações quotidianas da população não devem ser encarados de forma imprudente"..Governo dos Países Baixos cai após saída da extrema-direita. O governante propôs que os restantes partidos da coligação, o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD) e o Movimento Camponês-Cidadão (BBB), preencham as vagas deixadas pelos ministros e secretários de Estado que se demitiram.A saída do ministro dos negócios estrangeiros, Caspar Veldkamp, e dos seus colegas de partido deixaram o Governo de coligação com apenas dois partidos e uma minoria de 32 lugares.O colapso inicial ocorreu em junho, quando o político de extrema-direita Geert Wilders retirou o seu partido da coligação, o Partido para a Liberdade (PVV).O conflito no Médio Oriente foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 62 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.