Primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape. ANDREW KUTAN / AFP
Primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape. ANDREW KUTAN / AFP

Governo da Papua Nova Guiné decreta estado de emergência na capital

Após um protesto pacífico convocado na quarta-feira pela polícia e outras forças de segurança, populares aproveitaram a situação para realizar saques em Port Moresby, a capital, e na cidade de Lae, a segunda mais populosa do país.
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O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape, decretou esta quinta-feira estado de emergência durante 14 dias na capital do país, Port Moresby, após tumultos que deixaram 15 mortos.

Mais de 1.000 soldados estão prontos para intervir "quando necessário" ao abrigo do decreto do estado de emergência, afirmou o primeiro-ministro do país, após uma onda de violência, saques e incêndios de lojas em duas cidades do país ocorridos na quarta-feira.

Após um protesto pacífico convocado na quarta-feira pela polícia e outras forças de segurança, populares aproveitaram a situação para realizar saques em Port Moresby, a capital, e na cidade de Lae, a segunda mais populosa do país.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram armazéns em chamas e grandes multidões a participar em saques, que se espalharam por outras regiões e duraram até altas horas da madrugada, de acordo com o jornal local Post-Courier.

Antes dos tumultos, cerca de 200 agentes policiais, militares e agentes penitenciários em greve entraram pacificamente no Parlamento durante uma manifestação para protestar contra o aumento dos impostos sobre os salários dos funcionários públicos.

O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné pediu esta quinta-feira à população que não "saia às ruas e faça o que lhe apeteça" e sublinhou que é imperativo que o país restabeleça a segurança, prometendo abrir uma investigação para determinar as responsabilidades.

Na quarta-feira, "a polícia não trabalhava na cidade e as pessoas recorreram à anarquia", lamentou James Marape.

A Papua Nova Guiné é uma nação rica em recursos naturais, mas grande parte dos 12 milhões de habitantes vivem em extrema pobreza, nomeadamente em áreas remotas onde falta comunicação e segurança, bem como serviços básicos de saúde e educação.

O país, que se tornou independente da Austrália em 1975, tem também uma longa história de intriga política, corrupção e conflitos internos.

O Governo da Papua Nova Guiné assinou um acordo de segurança com Camberra em dezembro que prevê ajuda financeira para modernizar as forças policiais do país.

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