JIJI Press / AFP
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Fuga de 5,5 toneladas de água radioativa no interior da central de Fukushima

A operadora de Fukushima garantiu que a fuga, que terá durado cerca de 20 minutos, não teve repercussões no exterior da central. A empresa isolou a área e recolheu a água, mas admitiu que parte poderá ter ido parar ao subsolo, que será também retirado e analisado.
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A central nuclear de Fukushima registou uma fuga de 5,5 toneladas de água radioativa, mas que foi contida no interior do complexo, disse a operadora da central japonesa, destruída pelo tsunami de 2011.

A Tokyo Electric Power Company (TEPCO) disse que trabalhadores de Fukushima, no nordeste do Japão, detetaram a fuga pouco antes das 09:00 (23:00 de terça-feira em Lisboa), de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira.

De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, a fuga foi detetada num dispositivo usado para purificar e tratar águas residuais, numa altura em que o equipamento estava a ser limpo.

A TEPCO disse que a água contém cerca de 22 mil milhões de becquerels (unidade usada para medir a atividade radioativa), um valor mil vezes menor do que o usado em radioterapia no tratamento de cancro.

No entanto, a operadora de Fukushima estimou que podia conter até 220 vezes o nível máximo fixado pelas autoridades japonesas de materiais radioativos, como o césio-137 e estrôncio 90.

A operadora de Fukushima garantiu que a fuga, que terá durado cerca de 20 minutos, não teve repercussões no exterior da central.

Uma porta-voz da TEPCO disse à agência de notícias AFP que "não houve qualquer mudança significativa" nos dados de monitorização da radioatividade em volta da central.

A empresa isolou a área e recolheu a água, mas admitiu que parte poderá ter ido parar ao subsolo, que será também retirado e analisado.

China pede ao Japão que seja transparente

A China apelou, entretanto, ao Japão para que seja "transparente", após a central nuclear de Fukushima, que se encontra em crise, ter sofrido uma fuga de água radioativa do sistema de filtragem de líquidos contaminados.

Segundo o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, a fuga "prova mais uma vez que a gestão do Japão é caótica" e que Tóquio tem "a responsabilidade de fornecer explicações de forma atempada, transparente e responsável".

"A China tem motivos para estar preocupada", afirmou. "Pode o Japão garantir a segurança da sua gestão das descargas no mar e do seu equipamento de purificação da água contaminada", questionou.

O porta-voz acrescentou que são necessárias "disposições regulamentares internacionais eficazes e a longo prazo" e instou o Japão a responder às preocupações da comunidade internacional a "cooperar plenamente com os países vizinhos".

"O envolvimento internacional de entidades independentes pode evitar as consequências irreparáveis das descargas no mar", afirmou.

Em agosto, Tóquio anunciou que ia começar a descarregar 1,3 milhões de metros cúbicos de águas residuais tratadas e diluídas de Fukushima no oceano Pacífico, no âmbito de um plano aprovado pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), e que poderá continuar até 2050.

A água contém trítio a um nível que a AIEA considera ter um impacto negligenciável no ambiente e na saúde humana.

Três reatores da central nuclear de Fukushima Daiichi derreteram depois de um terramoto de magnitude 9,0 e de um tsunami, no dia 11 de março de 2011, libertando enormes quantidades de radiação na zona. 

Notícia atualizada às 10:09

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