Feijóo sobre escândalo de corrupção com ex-ministro do PP: "O que é preciso investigar, que seja investigado"
O líder do Partido Popular espanhol, Alberto Núñez Feijóo, disse esta sexta-feira, 18 de julho, que a sua opinião sobre corrupção não depende de quem é investigado, reagindo nas redes sociais à investigação ao ex-ministro das Finanças.
"A minha opinião sobre a corrupção é muito clara e não muda, independentemente de quem afeta. Não vou falar de perseguição a juízes ou de pseudo-media. O que é preciso investigar, que seja investigado", escreveu Feijóo no X.
Cristóbal Montoro foi ministro das Finanças entre 2000 e 2004, quando o primeiro-ministro era José María Aznar, e entre 2011 e 2018, no Governo de Mariano Rajoy.
Montoro está a ser investigado por alegadamente ter aproveitado o seu cargo para criar uma "rede de influências" que promoveu alterações legislativas para favorecer empresas de gás a troco de "pagamentos significativos" à empresa Equipo Económico, da qual foi sócio fundador e presidente.
O juiz do tribunal de instrução de Tarragona indiciou cerca de 30 suspeitos por corrupção passiva, fraude à Administração Pública, prevaricação, tráfico de influência, corrupção empresarial e falsificação de documentos.
O escândalo rebentou esta semana e Montoro anunciou na quinta-feira a decisão de abandonar a militância partidária, depois de o PP ter aberto um "procedimento de informação".
O partido indicou entretanto que é Montoro quem tem que dar explicações, não o partido. Isto depois de o ministro da Transformação Digital, Óscar López, descrever como "uma vergonha" o facto de o PP estar a tentar "passar a responsabilidade" do escândalo e não ofereça "nenhuma justificação".
O PP criticou o PSOE por exigir a Feijóo explicações pelo que fez um ministro do PP "há pelo menos sete anos", quando ele era presidente do Governo da Galiza, e que não faça o mesmo ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez.
Há semanas que Feijóo ataca Sánchez por causa das suspeitas de corrupção no PSOE (e de situações suspeitas com membros da sua família).
Os socialistas estão em queda nas sondagens por causa do caso Koldo. O que começou com uma investigação sobre cobranças ilegais na compra de máscaras durante a pandemia, evoluiu para a investigação ao pagamento de subornos durante a adjudicação de obras públicas no setor dos Transportes.
Entre os investigados estão dois próximos de Sánchez, o antigo ministro dos Transportes José Luis Ábalos e o seu sucessor à frente da secretaria de Organização do PSOE (o terceiro cargo na hierarquia partidária), Santos Cerdán. Este último está em prisão preventiva.