Xi Jinping reforçado e ex-presidente retirado à força do congresso do PC chinês

Congresso do Partido Comunista Chinês reforçou estatuto de Xi Jinping como líder indiscutível da China, num congresso marcado pelo episódio insólito com Hu Jintao.
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O ex-presidente chinês Hu Jintao foi este sábado levado para fora do Grande Palácio do Povo, durante a cerimónia de encerramento do 20.º Congresso do Partido Comunista, de acordo com jornalistas da agência France Presse.

O homem, de 79 anos, que serviu como Presidente da China entre 2003 e 2013, foi pressionado pela equipa de segurança a levantar-se do seu assento ao lado do secretário-geral do Partido, Xi Jinping, na primeira fila do Grande Palácio do Povo.

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A princípio relutante, o ex-presidente parece argumentar, antes de ser agarrado pelo braço por um funcionário, que o conduz até à saída. Hu Jintao mantém uma breve conversa final com Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang, a quem dá o que parece ser um toque amigável no ombro.

Esta saída incomum do ex-presidente não foi imediatamente explicada ou noticiada pela imprensa estatal. Hu Jintao surpreendeu na abertura do congresso, no último domingo, ao aparecer envelhecido, com o cabelo agora completamente branco.

Xi Jinping, de 69 anos, deve obter um terceiro mandato como secretário-geral do PCC este fim de semana, quebrando com a tradição política das últimas décadas no país.

O novo Comité Central, uma espécie de parlamento do partido com cerca de 200 membros, foi eleito pouco depois das 11:00 na China (04:00, em Lisboa), de sábado, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, que ainda não revelou a sua composição.

O PCC aprovou já uma emenda à sua carta magna, que eleva o estatuto de Xi Jinping como líder da China, tornando qualquer crítica às suas diretrizes num ataque direto ao Partido.

Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.

Um terceiro mandato de Xi quebraria um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.

Uma pesquisa pelo nome do ex-presidente chinês Hu Jintao nas redes sociais do país omite a sua aparente expulsão da cerimónia de encerramento do 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC).

Na rede Weibo - equivalente ao Twitter, que está censurado no país asiático -, a mais recente publicação sobre Hu data de 18 de outubro e inclui alguns comentários seus sobre o desenvolvimento económico do país. Todos os restantes resultados são referências breves à sua presença na inauguração do congresso do PCC, no dia 16 de outubro.

No Twitter, contas especializadas sobre política da China apressaram-se a partilhar as imagens do antigo líder chinês a ser subitamente retirado da cerimónia de encerramento do congresso, que se realizou esta semana, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou este sábado uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto do secretário-geral da organização, Xi Jinping, como líder indiscutível da China.

A decisão foi tomada na sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que definiu a agenda que vai moldar o futuro político do país asiático nos próximos cinco anos.

O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus "feitos" na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.

Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão "estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido".

"As conquistas do Partido [Comunista], nos últimos cem anos, são de glória incomparável", afirmou Xi, no discurso de encerramento do mais importante evento da agenda política do país. "O Partido está a florescer e temos total confiança de que seremos capazes de criar novos e maiores milagres", disse.

No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias - conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping" - na sua carta magna.

A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.

Os cerca de 2.000 delegados presentes no congresso também elegeram formalmente um novo Comité Central, composto por 205 membros, de acordo com a imprensa estatal.

Li Keqiang, o primeiro-ministro da China e principal defensor das reformas económicas no país, está entre quatro dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista (PCC) que vão ser afastados.

O seu nome não constava na lista do novo Comité Central, uma espécie de parlamento do Partido Comunista Chinês com cerca de 200 membros.

A lista foi aprovada no sábado, durante a sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que durou uma semana e definiu a liderança e a agenda política do país para os próximos cinco anos.

Apenas membros do Comité Central podem servir no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China.

Os outros três membros que foram afastados são o secretário do Partido Comunista no município de Xangai, Han Zheng, o chefe do órgão consultivo do Partido, Wang Yang, e Li Zhanshu, um antigo aliado de Xi e presidente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.

O PCC aprovou também uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto de Xi Jinping como líder indiscutível da China.

Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.

Um terceiro mandato de Xi quebra um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.

O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus "feitos" na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.

Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão "estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido".

No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias - conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping" - na sua carta magna.

A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.

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