"Europa a vive situação mais perigosa desde a II Guerra Mundial"

O ex-primeiro-ministro norueguês considerou ainda que uma vitória russa causará maior instabilidade na segurança global e disse que a intervenção militar de Moscovo é um ataque à atual ordem mundial.
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O secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, afirmou esta quinta-feira que a Europa está a viver o seu momento mais perigoso desde a II Guerra Mundial devido à guerra na Ucrânia.

"Não devemos assustar nem exagerar, mas temos de deixar claro que estamos a viver a situação mais perigosa na Europa desde a II Guerra Mundial", disse Stoltenberg na abertura do acampamento de verão da Juventude Trabalhista em Utøya, Noruega, ilha que foi palco, em 11 de julho de 2011, de um massacre cometido pelo norueguês de extrema-direita Anders Behring Breivik, no qual 69 pessoas morreram.

O ex-primeiro-ministro norueguês considerou ainda que uma vitória russa causará maior instabilidade na segurança global e disse que a intervenção militar de Moscovo é um ataque à atual ordem mundial.

O Presidente russo, Vladimir "Putin acha, na sua cabeça confusa, que pode decidir o que a Ucrânia deve fazer. Não tem o direito de decidir o que as ex-repúblicas soviéticas devem fazer. Se fizer a um país da Aliança Atlântica o que fez na Ucrânia, toda a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] se mobilizará nesse momento", garantiu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas das suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa II a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada por Vladimir Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou já a morte de mais de 5.300 civis morreram e de mais de 7.200 feridos na guerra, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores, mas que só serão conhecidos quando houver acesso a zonas ocupadas ou sob intensos combates.

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