Eurodeputados entoam "Bella Ciao" após intervenção de Orbán. "Isto não é a Eurovisão", diz Metsola
Após a intervenção do primeiro-ministro húngaro no Parlamento Europeu (PE), os eurodeputados do grupo que agrega partidos da esquerda começaram a cantar "Bella Ciao", música que se tornou num símbolo da resistência antifascista italiana durante o regime de Benito Mussolini e contra as tropas nazis.
Depois do discurso de Viktor Orbán no PE, em Estrasburgo (França), para apresentar as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE), a presidente do parlamento, Roberta Metsola, anunciou que discursaria Ursula von der Leyen, mas os eurodeputados começaram a entoar "Bella Ciao", impedindo a intervenção da presidente da Comissão Europeia.
Um grupo de eurodeputados do Patriotas pela Europe, grupo político que nasceu nesta legislatura e que agrega os dois eurodeputados do Chega, levantou-se para aplaudir Viktor Orbán.
O grupo, que incluiu o eurodeputado português Tiago Moreira de Sá, continuou a aplaudir, enquanto os eleitos à esquerda continuavam a cantar, impedindo Von der Leyen de intervir no plenário.
Roberta Metsola exigiu respeito pela instituição, mas os eurodeputados não acederam.
"Isto não é a Eurovisão. Isto mais parece a 'Casa de Papel', mas isto não é a Eurovisão, vamos respeitar a dignidade desta casa", criticou a presidente do Parlamento Europeu, aludindo à série televisiva espanhola que voltou a popularizar a canção nos últimos anos.
"Deixar energia russa prejudicou PIB da UE", afirmou Orbán
No seu discurso, na abertura de um debate no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), o primeiro-ministro húngaro considerou que "deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto (PIB)" da União Europeia (UE) e criticou o que disse ser a perda de competitividade do bloco político-económico.
"Deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto (PIB) da UE [...], a União Europeia também não incentivou a transformação das cadeias de abastecimento e as empresas perderam percentagem de mercado", disse Viktor Orbán.
O primeiro-ministro da Hungria, ávido crítico do executivo de Ursula von der Leyen, disse que "o fosso entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia é cada vez maior" e considerou que é, "essencialmente, devido a um fosso tecnológico".
Viktor Orbán falou sobre as "ameaças para a segurança" do bloco comunitário, mas nunca referiu a Rússia, contrastando com a posição que é consensual entre os líderes dos outros países da UE e da própria Comissão Europeia.
O primeiro-ministro húngaro também criticou a emigração para a UE, acusando a emigração pelo "aumento do antissemitismo e homofobia".
A declaração provocou indignação por parte da maioria dos eurodeputados.
"Vamos fazer a Europa grande de novo", finalizou
Com Lusa